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Brasil no Aberto da Austrália
Para Brasil, Austrália é o Slam mais pobre

Tiago Fernandes

A longa distância e o fuso horário da Austrália sempre foram empecilhos difíceis de ser superados para os tenistas brasileiros, principalmente na fase amadora. Para piorar, o torneio foi disputado sobre a grama até 1987, que era um piso que poucos tinham intimidade por aqui. Thomaz Koch, por exemplo, jamais jogou lá.

O maior sucesso em Melbourne coube, é claro, a Maria Esther Bueno. Ela chegou à final de simples em 1965 e esteve perto do título. Venceu o primeiro set por 7/5, mas foi prejudicada pela contusão no braço e permitiu a virada da australiana Margaret Court, por 6/4 e 5/2, quando então desistiu. Cinco anos antes, Estherzinha havia faturado o título de duplas femininas, feito que permitiu a ela completar o Grand Slam de duplas em 1960.

Até 1981, a chave da Austrália era de apenas 64 participantes. Aumentou para 96 até 1987 e só então, com a inauguração do novo complexo em Melbourne Park, igualou-se aos demais Slam e passou a ter 128 competidores.

Em toda a Era Profissional, apenas três brasileiros atingiram a terceira rodada: Marcos Hocevar, em 1983, ainda na grama, e Jaime Oncins em 1991, já no sintético. Curiosamente, Gustavo Kuerten nunca se deu bem no torneio, tendo obtido sua melhor campanha em 2004, quando ganhou duas partidas.

Fato marcante é que o Brasil bateu seu recorde de tenistas na chave principal de um Slam em 2002 e 2003, com cinco representanets (Guga, André Sá, Fernando Meligeni, Flávio Saretta e os qualificados Alexandre Simoni num ano e Marcos Daniel no outro).

No entanto, nas edições de 2007 e 2008 não teve sequer representantes. Entre 2010, 2012 e 2013, Thomaz Bellucci ganhou uma partida em cada torneio. Em 2014, Teliana Pereira encerrou jejum de participações brasileiras em Slam que já durava 21 anos.

Em 2010, o alagoano Tiago Fernandes fez história em Melbourne Park, ao se tornar o primeiro brasileiro na história a conquistar um título juvenil de Grand Slam em simples.

Bruno Soares se tornou em 2016 o brasileiro de maior sucesso em Melbourne. Ele fez algo muito raro e conquistou dois troféus num mesmo Slam, algo que apenas Maria Esther havia obtido até então, subindo sua coleção pessoal para quatro.

Seu primeiro troféu de dupla masculina num Slam veio junto ao britânico Jamie Murray e logo depois ele faturou o terceiro de mistas, ao lado da russa Elena Vesnina.

Em 2022, Beatriz Haddad Maia e sua parceira cazaque Anna Danilina chegaram á final em Melbourne, e ficaram com vice ao levar virada das tchecas Barbira Krejcikova e Katerina Siniakova.

Bia foi a primeira brasileira a disputar uma final entre adultos na Austrália desde Maria Esther Bueno, em 1965, e também de duplas femininas em Slam, após o título de Bueno no US Open de 1968. Além delas, apenas Cláudia Monteiro também disputou um título de Slam, ao lado de Cássio Motta, em Roland Garros de 1982.

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