João Fonseca e Gustavo Almeida conhecem rivais no juvenil de Roland Garros
Por Mario Sérgio Cruz
junho 3, 2023 às 5:16 pm

João Fonseca faz sua segunda participação no torneio juvenil de Roland Garros

Integrantes da equipe brasileira campeã da Copa Davis Júnior no ano passado, o carioca João Fonseca e o paranaense Gustavo Almeida disputam a partir deste domingo o torneio juvenil de Roland Garros.

Fonseca, de 16 anos, é o número 11 do ranking mundial juvenil e será o 10º cabeça de chave do torneio. Ele estreia contra o convidado francês de 17 anos Loan Lestir, 179º colocado. Se vencer, o carioca pode enfrentar o indiano Yuvan Nandal ou o norte-americano Roy Horovitz. O quadrante ainda tem o búlgaro Iliyan Radulov, cabeça 5.

Será a quinta participação de Fonseca em um Grand Slam juvenil. Ano passado, ele chegou à terceira rodada em Paris. E no início da atual temporada, teve boas apresentações no Australian Open, chegando às quartas em simples e à final de duplas. Nas últimas semanas, ele passou por um período de treinos na Rafa Nadal Acadmy, em Barcelona.

Já Gustavo Almeida, de 17 anos, disputará seu primeiro Grand Slam. O atual 69º do ranking estava inicialmente inscrito para o quali em Paris, mas se classificou diretamente para a chave principal depois de ter feito uma boa campanha no último torneio preparatório, o ITF J300 de Charleroi, na Bélgica, onde ele chegou às quartas e eliminou o cabeça 1 do torneio.

A estreia do paranaense já será neste domingo contra o búlgaro Adriano Dzhenev, número 15 do ranking e cabeça 14 do torneio. Se vencer, Almeida pode enfrentar o romeno Mihai Coman ou o espanhol Alejandro Kretzer. No mesmo quadrante está o mexicano Rodrigo Pacheco Mendez, líder do ranking mundial juvenil, que enfrenta o norte-americano Darwin Blanch.

Victoria Barros vence a 10ª seguida e conquista seu 2º ITF
Por Mario Sérgio Cruz
junho 3, 2023 às 9:20 am

Após dois títulos seguidos, Victoria segue no Chipre e joga torneio mais forte na semana que vem (Foto: Reprodução/Instagram)

Pela segunda semana consecutiva, Victoria Barros conquistou um ITF J30 nas quadras de saibro de Limassol, no Chipre. Depois de ter vencido seu primeiro título do circuito mundial juvenil no último sábado, a potiguar de apenas 13 anos marcou sua décima vitória seguida e conquistou mais um troféu.

Victoria Barros venceu neste sábado a chinesa de 14 anos Minxu Zhou, cabeça 5 do torneio, por 6/1, 5/7 e 6/0. Durante o torneio, a brasileira também venceu a italiana Caterina Novello, a polonesa Lena Jednacz e as cipriotas Nina Andronicou e Evelina Anastasi.

Os dois torneios no Chipre foram os primeiros que ela disputou no circuito mundial juvenil da Federação Internacional, enfrentando jogadoras de até 18 anos. Nesse período, ela venceu todos os dez jogos que disputou, cedeu apenas dois sets e aplicou oito ‘pneus’ nas adversárias. Ela seguirá no Chipre, mas jogará um torneio mais forte na semana que vem, o ITF J60 de Larnaca.

Depois de debutar no ranking mundial juvenil na última segunda-feira, já ocupando o 1.535º lugar, com 30 pontos, Victoria receberá mais 30 pontos pelo novo título e já ficará muito próxima do top mil. Nesta semana, ela também foi semifinalista de duplas, ao lado da norueguesa Sara Rydholt. Atualmente, mais de 3 mil jogadoras estão ranqueadas no circuito mundial da categoria.

Para a composição do ranking juvenil, são considerados os seis melhores resultados de simples em um ano e mais 25% da soma das seis melhores pontuações nas duplas.

Gustavo Almeida consegue vaga no juvenil de Roland Garros
Por Mario Sérgio Cruz
junho 1, 2023 às 9:17 pm

Gustavo Almeida jogaria o quali em Paris, mas entrou diretamente na chave por conta da boa campanha na Bélgica nesta semana

A boa semana de Gustavo Almeida no torneio de Charleroi, em quadras de saibro na Bélgica, acabou rendendo uma vaga na chave juvenil de Roland Garros. O Instituto Ícaro, local de treinamento do paranaense de 17 anos, confirmou que ele entrará com uma vaga de special exempt em Paris. Integrante da equipe brasileira campeã da Copa Davis Júnior, ele disputará seu primeiro Slam e se junta a João Fonseca na chave principal.

Atual 69º do ranking mundial juvenil, Almeida disputaria o quali em Roland Garros. Mas como estava envolvido nas quartas no ITF J300 de Charleroi, com direito a uma vitória sobre o cabeça 1 Emilien Demanet na última quarta-feira, ele não teria como estar no quali de Paris nesta quinta e ganhou a vaga direta. Na Bélgica, Almeida acabou superado nas quartas pelo holandês Mees Rottgering por 6/4 e 6/2.

Na atual temporada, Gustavo Almeida acumula 16 vitórias e apenas 8 derrotas no circuito mundial juvenil da ITF, alcançando três semifinais. O paranaense também conquistou dois ITF J300 nas duplas e atingiu o melhor ranking da carreira. Ano passado, ele conseguiu seus primeiros pontos no ranking profissional de duplas da ATP.

Pedro Rodrigues para no quali
O mineiro de 17 anos Pedro Rodrigues, 65º do ranking, tentou o quali para o juvenil de Roland Garros. Ele foi superado pelo venezuelano Ignacio Parisca, 80º colocado, por 6/2 e 6/0. O trio formado por Fonseca, Almeida e Rodrigues garantiu uma conquista inédita para o tênis brasileiro na última Davis Júnior.

Semifinais na Bolívia terão três brasileiros
Três juvenis brasileiros estão entre nas semifinais do ITF J60 de Tarija, em quadras de saibro na Bolívia. O cabeça 8 Filipe Costa venceu o chileno Francisco Duran, principal favorito, por 6/1 e 6/3. Ele enfrenta o paraguaio Thiago Drozdowski, algoz de João Lago por 7/6 (7-4) e 6/1. Do outro lado da chave, Eduardo Valentin venceu o argentino Valentin Garay por 3/6, 6/1 e 6/4. Ele enfrenta o boliviano Diego Munoz, algoz de Lucas Couy por 3/6, 7/6 (7-3) e 6/4.

Na chave feminina, a cabeça 1 Gabriela Felix avançou à semifinal ao vencer a boliviana Mishely Fernandez por 6/3 e 6/2. Ela enfrenta a também anfitriã Catalina Padilla, algoz de Sofia Perovani por 6/3 e 7/5.

Brasileiros caem nas oitavas em Santa Tecla
Pelo ITF J60 de Santa Tecla, em quadras duras de El Salvador, a paulista de 13 anos Nauhany Silva caiu nas oitavas, superada pela cabeça 3 mexicana Hanne Estrada por 7/6 (7-5), 3/6 e 6/4. Já Rafael Ferreira caiu diante do norte-americano Prathinav Chunduru, terceiro favorito, por 4/6, 6/4 e 7/5.

Victoria Barros conquista seu 1º ITF aos 13 anos
Por Mario Sérgio Cruz
maio 27, 2023 às 7:08 am

Victoria Barros disputou um torneio da ITF pela primeira vez nesta semana e conquistou o título

A primeira experiência de Victoria Barros em um torneio do circuito mundial juvenil da Federação Internacional teve o melhor resultado possível. A tenista potiguar de apenas 13 anos conquistou neste sábado o ITF J30 de Limassol, em quadras de saibro no Chipre, depois de cinco vitórias e nenhum set perdido. Victoria superou na final a alemã de 14 anos Gwendolyn Fedel por 6/3 e 6/0.

Atuando contra jogadoras de até de 18 anos ao longo da semana, Victoria cedeu apenas 13 games no torneio e aplicou três ‘pneus’. Logo na estreia, ela venceu a principal cabeça de chave do torneio, a cipriota de 17 anos Klio Maria Ioannou. Depois, venceu a austríaca de 16 anos Emily Lederer nas oitavas, a italiana de 15 anos Lavinia Guerresco nas quartas e a alemã de 16 anos Kate Bierhoff na semifinal.

Com o título, Victoria receberá seus primeiros 30 pontos no ranking mundial juvenil da ITF. Isso já faz com que ela apareça por volta do 1.500º lugar, em uma lista com mais de 3 mil jogadoras ranqueadas. Entre as brasileiras, a potiguar já será a 22ª no ranking. Entre as nascidas em 2009, será a quarta brasileira a figurar no ranking, mas já sendo a de melhor pontuação.

Victoria já vinha se destacando no circuito de 14 anos da Tennis Europe, com três títulos de simples e mais quatro de duplas desde o ano passado. Ela se mudou para a França no início do ano e passou a treinar na academia de Patrick Mouratoglou. Os bons resultados e o nível de atuação da brasileira já renderam elogios até mesmo de Ivan Ljubicic, ex-número 3 do mundo e que já foi treinador de Roger Federer. Nas últimas semanas, acompanhou de perto os treinos de tenistas do top 10, Stefanos Tsitsipas e Holger Rune, atletas da mesma academia.

Em recente entrevista para TenisBrasil no ano passado, quando ela ainda treinava em São Paulo, Victoria falou sobre o convívio que tinha com algumas das principais jogadoras do país, como Beatriz Haddad Maia e Luísa Stefani. “As meninas são ótimas. E além de tudo, companheiras dentro e fora de quadra. Eu consigo vivenciar vários momentos e fases com elas e procuro evoluir com situações novas dentro e fora de quadra”, afirmou a jovem jogadora. “Gosto muito de observar e trazer sempre as experiências dos outros pra meu crescimento. Levo tudo isso pra minha caminhada”.

Opinião: Feliz em quadra e vivendo o sonho
É natural que no momento de um grande resultado, surjam dúvidas e perguntas sobre projeções e expectativas para uma tenista tão jovem. Os próximos meses e anos serão cheios de novas experiências para Victoria, que passou por uma grande mudança na vida com tão pouca idade.
Tudo é muito novo e exige tempo e adaptação. É preciso ter muito cuidado ao acompanhar aos jogos e resultados, saber que as algumas derrotas podem acontecer e farão parte do processo. Tudo para não gerar uma super exposição e nem uma cobrança excessiva nessa fase.

Nos poucos jogos tiveram transmissão, pudemos ver uma tenista com excelente repertório de golpes, utilizando curtinhas e subidas à rede, mas também super competitiva e que luta por todos os pontos. Nesse momento, o que mais importa é ver o quanto Victoria está feliz em quadra, vivendo o sonho dela e descobrindo o próprio jogo. Vendo o que dá certo, o que não dá. E como ela joga bem! Vale muito a torcida!

O que esperar dos jovens jogadores em Roland Garros
Por Mario Sérgio Cruz
maio 26, 2023 às 10:51 pm
O número 1 do mundo Carlos Alcaraz luta por um título inédito em Paris (Foto: FFT)

O número 1 do mundo Carlos Alcaraz luta por um título inédito em Paris (Foto: FFT)

Depois de uma semana dedicada ao quali e dos sorteios das chaves principais, uma nova edição de Roland Garros começa no próximo domingo. Com a ausência de Rafael Nadal, 14 vezes campeão do torneio, abre-se a possibilidade para o surgimento de novos nomes nas fases decisivas do torneio masculino. E o novo número 1 do mundo Carlos Alcaraz é um dos principais candidatos ao título, apesar do favoritismo do bicampeão Novak Djokovic.

Entre as mulheres, a líder do ranking e também bicampeã Iga Swiatek entra como principal favorita, mas uma recente lesão na coxa e o ótimo momento das concorrentes Aryna Sabalenka e Elena Rybakina surgem como principais obstáculos à polonesa. Para além de Alcaraz e Swiatek, diversos jogadores jovens chegam a Paris com diferentes expectativas. Vejamos o que esperar da nova geração em Roland Garros.

Alcaraz luta por um título inédito em Paris

Atual campeão do US Open, Carlos Alcaraz chega a Paris lutando por um título inédito. Assim como no ano passado, o espanhol conquistou títulos em Barcelona e Madri durante a temporada de saibro. Mas agora, aos 20 anos e com um troféu de Slam na bagagem e sem Nadal na disputa, tem uma perspectiva de crescimento ainda maior. Ano passado, ele já chegou às quartas. A preparação de Alcaraz teve uma derrota precoce em Roma, para o húngaro Fabian Marozsan, mas nada que abale sua confiança para o segundo Slam da temporada.

A estreia de Alcaraz será contra o italiano vindo do quali Flavio Cobolli e existe a possibilidade de reeditar a final do Rio Open contra Cameron Norrie nas oitavas. O quadrante ainda tem Stefanos Tsitsipas. E há grande expectativa por um duelo contra Novak Djokovic na semi. Apesar de o sérvio não ter conquistado títulos no saibro este ano, e de ter sofrido uma recente lesão no cotovelo, todos sabemos da capacidade que Djokovic tem de crescer ao longo dos torneios, superar adversidades do ponto de vista físico e ser muito forte mentalmente nas disputas de cinco sets. Nesse cenário, mesmo com todas as dúvidas, o sérvio ainda deve ser considerado favorito, mas com Alcaraz sendo um dos postulantes a derrubá-lo.

Rune fez campanhas consistentes no saibro

Também com apenas 20 anos, Holger Rune chega a Roland Garros confiante por duas finais de Masters 1000 no saibro, em Monte Carlo e Roma. O dinamarquês também defendeu seu título no ATP de Munique. Número 6 do mundo e dono de um jogo agressivo, Rune já mostrou que consegue suportar a pressão em alguns grandes jogos. Não por acaso, já ganhou um Masters 1000 no ano passado em Paris e tem duas vitórias sobre Djokovic na carreira.

Talvez os principais entraves para o dinamarquês sejam o físico, ainda mais em disputas de cinco sets, e eventuais oscilações técnicas e de humor em partidas mais longas. Seu caminho em Paris tem nomes como Taylor Fritz e Casper Ruud, além do número 2 do mundo e campeão de Roma Daniil Medvedev.

Finalistas no ano passado, Swiatek e Gauff vivem momentos distintos

Iga Swiatek é bicampeã em Paris e tem a liderança do ranking ameaçada por Sabalenka (Foto: FFT)

Iga Swiatek é bicampeã em Paris e tem a liderança do ranking ameaçada por Sabalenka (Foto: FFT)

Protagonistas da final do ano passado, Iga Swiatek e Coco Gauff vivem momentos distintos. Apesar de a polonesa ter sofrido com lesões nesta temporada, primeiro nas costelas em Indian Wells e depois na coxa direita em Roma, ela conseguiu títulos e vem de boas campanhas no saibro. A jogadora de 21 anos e número 1 do mundo foi campeã em Stuttgart, vice em Madri e parou nas quartas na capital italiana. Em Paris, terá a liderança ameaçada por Aryna Sabalenka e precisa chegar pelo menos às quartas para não ser ultrapassada. Além disso, a pressão sobre a polonesa pode aumentar, conforme sua principal perseguidora for avançando.

Sempre muito confortável quando joga no saibro, Swiatek entra como favorita. Não tanto quanto na temporada passada, quando carregava uma enorme invencibilidade, mas ainda assim é a jogadora mais difícil de ser batida nessas quadras. Mas seu caminho em Paris pode ter uma campeã de Slam logo nas oitavas. Jogadoras como Victoria Azarenka, Bianca Andreescu e principalmente Barbora Krejcikova podem dar trabalho no início da segunda semana.

No mesmo quadrante está Coco Gauff, finalista no ano passado em Paris, mas que não foi tão bem no saibro, caindo nas segundas rodadas de Stuttgart, Madri e Roma em simples. Mas Gauff não está sem ritmo, já que disputou as finais de duplas nos dois últimos WTA 1000. Resta saber o quanto a norte-americana de 20 anos poderá aproveitar esse momento. Ela estreia contra a espanhola Rebeka Masarova, pode enfrentar a austríaca Julia Grabher (finalista em Rabat) ou a holandesa Arantxa Rus, vinda do quali, na segunda fase.

Jogadoras de 16 anos na rota das favoritas

Mirra Andreeva disputa seu primeiro Grand Slam aos 16 anos e pode cruzar o caminho de Gauff (Foto: FFT)

A número 4 do mundo e campeã de Roma Elena Rybakina terá na estreia um confronto contra a jovem tcheca de 16 anos Brenda Fruhvirtova, atual 146ª do mundo e vinda do quali. Apesar da pouca idade, Fruhvirtova, já vai para sua segunda chave principal de Grand Slam, repetindo o resultado do Australian Open em janeiro.

Também com 16 anos, a russa Mirra Andreeva furou o quali e vai disputar seu primeiro Slam como profissional. Em janeiro, ela jogou como juvenil na Austrália. Andreeva já é 143ª do ranking e tem grandes vitórias no currículo, sobre Beatriz Haddad Maia, Magda Linette e Leylah Fernandez. Ela estreia contra a norte-americana Alison Riske. Se vencer, pode enfrentar a ucraniana Anhelina Kalinina, finalista em Roma, com chance de enfrentar Coco Gauff já na terceira rodada.

Chance de duelo da nova geração francesa
Dois nomes da nova geração francesa podem se enfrentar na segunda rodada em Paris, Luca van Assche e Arthur Fils. E os dois estão no mesmo setor de Novak Djokovic na chave, com chance de desafiar o sérvio na terceira fase. Van Assche, de 19 anos e 79º do ranking, deu trabalho ao sérvio no ATP de Banja Luka e derrotou Stan Wawrinka. Ele estreia contra o italiano Marco Cecchinato. Já Fils, de 18 anos e 112º do mundo, está na final de Lyon e entrará no top 100 na próxima semana. Sua estreia em Paris será contra o espanhol Alejandro Davidovich Fokina.

Outros jovens na disputa em Paris
Entre os tenistas que vieram do quali masculino, destaque para o chinês de 18 anos Juncheng Shang, que disputa o segundo Slam da carreira e enfrentará o peruano Juan Pablo Varillas na estreia, e o sérvio de 19 anos Hamad Medjedovic, adversário do norte-americano Marcos Giron. O canhoto suíço Dominic Stricker, de 20 anos, entrou como lucky-loser e enfrenta Tommy Paul.

No feminino, a canhota tcheca de 17 anos Sara Bejlek estreia contra a russa Kamilla Rakhimova e pode cruzar o caminho de Sabalenka na terceira rodada. O mesmo setor da chave tem a chinesa Qinwen Zheng, que fez oitavas no ano passado e deu trabalho a Swiatek. Mas a estreia da jovem de 20 anos será dura, contra a eslovena Tamara Zidansek, semifinalista há duas temporadas. Já a tcheca de 18 anos Linda Fruhvirtova, irmã mais velha de Brenda, estreia contra a finalista de 2021 Anastasia Pavlyuchenkova e pode enfrentar a top 15 Liudmila Samsonova já na segunda rodada.

Tenistas promovem torneio LGBT em São Paulo em junho
Por Mario Sérgio Cruz
maio 26, 2023 às 8:04 pm

O grupo de tenistas Marcelo, Jay Mustache, Elaine e Victor está na organização da competição amadora (Foto: Reprodução/Instagram)

Em meio a duas datas importantes para a comunidade LGBTQIAP+, o dia internacional do combate à homofobia em 17 de maio e o início do mês do orgulho em junho, um grupo de tenistas amadores em São Paulo promove a primeira edição do Pride Open. O evento acontecerá em 17 de junho, no Paulista Tennis Center.

A inspiração para o torneio vem da GLTA World Tour, um circuito de competições de tênis amador exclusivamente voltados para a população LGBTQIAP+. O calendário já prevê torneios em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Holanda, Itália, Espanha e Alemanha até o final do ano. A expectativa dos promotores é incluir o Brasil no calendário internacional nos próximos anos.

Segundo o organizador, Victor Abadio, o principal intuito do evento vai muito além dos resultados em quadra: “A ideia não é a competição em si, mas conhecer outras pessoas da comunidade para que possamos nos divertir juntos e aumentar nossa presença em um esporte com pouquíssima representatividade”.

“Muitos de nós nos sentimos invisibilizados nesses ambientes, seja por não se sentir confortável para falar da sua sexualidade ou identidade, ou até mesmo ouvindo piadas LGBTfóbicas e não querendo voltar para a quadra por causa disso. Infelizmente ainda é muito comum”, explicou Abadio, em entrevista a TenisBrasil. “Queremos nos divertir em quadra sem a preocupação se estamos sendo julgados e tendo que nos esconder. Queremos jogar livres”.

O evento ainda está com inscrições abertas e em busca de patrocinadores, especialmente de empresas comprometidas com a causa: “Temos enorme sorte de termos duas empresas com lideranças LGBT nos apoiando. Estamos muito gratos e ainda buscamos mais patrocinadores. Os recursos são direcionados para o aluguel das quadras e outros custos do evento. Nós não temos a menor intenção de fazer lucro algum. Queremos diminuir o máximo possível do valor da inscrição para tornar o evento mais acessível a todos”.

Confira a entrevista com Victor Abadio, organizador do Pride Open em São Paulo.

Em primeiro lugar, gostaria de saber como surgiu a ideia do evento e como está sendo a organização?
A ideia veio após eu, Victor, fazer uma aula com um rapaz e depois de marcar de jogarmos mais e desenvolver uma amizade, ambos falaram de como foi legal encontrar outra pessoa LGBT e de como isso trazia uma nova camada ao esporte que ambos amamos. Essa conversa ficou na minha cabeça, e sempre segui perfis como o do GLTA Tour e CGO Tennis (tour LGBTQIAP+ e torneio de Toronto, respectivamente), então pensei: por quê não trazer algo como isso para São Paulo e proporcionar a outros o mesmo senso de cumplicidade e pertencimento que eu e meu amigo sentimos naquele momento?

A organização está se provando desafiadora no sentido de que ainda somos muito pequenos, sem contatos “grandes” para nos ajudar e muitas empresas não se interessam em nos patrocinar apenas pela natureza do evento. Mas no geral estamos recebendo muito apoio do pessoal que já se inscreveu. Eles sempre estão compartilhando nossas publicações, chamam o pessoal na aula para se inscrever e até estão marcando vários treinos abertos a qualquer um que quiser jogar.

Vocês já têm alguma ideia do número de inscritos, o formato da competição e os prêmios?
O torneio terá três chaves mistas: A, B e C. Todas serão no formato round robin, onde grupos serão formados e todos jogarão contra todos do grupo, e os jogos serão de um set profissional. Os quatro com melhor pontuação avançarão para as semifinais, onde os jogos serão em melhor de três sets.

Os seis finalistas ganharão uma medalha cada. Esperamos conseguir mais patrocínios nas próximas edições para proporcionar uma premiação mais interessante aos jogadores. Porém, todos os inscritos estão juntos conosco no intuito de se divertir e unir a comunidade através dessa iniciativa.

Existe uma demanda do tênis (e de outros esportes) para o público LGBT. Basta acompanhar a repercussão dos jogos nas redes sociais. Mas a gente sabe que até hoje, o ambiente do tênis no Brasil ainda é muito focado em um público mais velho e de alta renda, e isso muitas vezes exclui essa população. Qual a importância de ter um evento assim e dar esse espaço de acolhimento e mostrar que os LGBTs também pertencem a esse lugar?
Esse é um espaço de extrema importância! Muitos de nós nos sentimos invisibilizados nesses ambientes, seja por não se sentir confortável para falar da sua sexualidade ou identidade, ou até mesmo ouvindo piadas LGBTfóbicas e não querendo voltar para a quadra por causa disso. Infelizmente ainda é muito comum. Nosso evento tem como objetivo máximo unir a comunidade e fazer nossa marca. Queremos nos divertir em quadra sem a preocupação se estamos sendo julgados e tendo que nos esconder. Queremos jogar livres.

Vocês estão buscando patrocinadores e apoiadores: É uma prioridade do evento encontrar empresas comprometidas com a causa LGBT?
No geral, patrocínio tem sido nossa maior dificuldade na organização do evento. Porém, apesar das dificuldades, temos enorme sorte de termos duas empresas com lideranças LGBT nos apoiando! Estamos muito gratos. Ainda buscamos mais patrocinadores e estamos abertos a patrocínio em dinheiro ou premiação para nossos jogadores. Procuramos empresas que estão alinhadas com a nossa causa e que se interessem em incentivar ela dentro do esporte, mais especificamente.

Vale ressaltar que os recursos são direcionados para o aluguel das quadras e outros custos do evento. Nós não temos a menor intenção de fazer lucro algum. Queremos diminuir o máximo possível do valor da inscrição para tornar o evento mais acessível a todos. Além disso, com mais patrocínio, nosso plano é direcionar recursos para associações de apoio à população LGBTQIAP+ mais carente.

Falando especificamente da população trans. Nos últimos meses, têm avançado no legislativo algumas propostas que limitam a participação de atletas trans, principalmente no alto rendimento, mas isso acaba afetando todas as camadas do esporte. Qual mensagem que vocês deixam para as pessoas trans que gostem de tênis, que gostem de esporte, para que elas se sintam mais acolhidas e abraçadas?
Infelizmente ainda vemos pouquíssimas pessoas trans em quadra, e isso precisa mudar! Um dos nossos objetivos maiores é levar o diálogo de diversidade e inclusão para as academias e clubes pra fazer com que a população dessa sigla se sinta mais acolhida, encorajada e confortável em quadra. Precisamos fazer mais pelas pessoas mais vulneráveis da nossa comunidade e esse é só o começo; o Pride Open está 100% comprometido com a comunidade trans!

Passado o torneio, vocês pretendem manter ações ao longo do ano e pensar em novas edições e crescer para outras regiões?
Estamos comprometidos em fazer uma edição todo ano daqui pra frente! Além disso buscaremos acreditação junto à GLTA Tour, para fazer do Pride Open uma parada internacional oficial no calendário deles. Ficamos muito felizes que logo nesse primeiro ano já temos pessoas de outros estados vindo a São Paulo para participar! Quem sabe, se o interesse surgir, não levamos o torneio para mais regiões do Brasil?

João Lago conquista em La Paz seu segundo ITF juvenil
Por Mario Sérgio Cruz
maio 21, 2023 às 1:39 pm

João Lago conquistou dois títulos do circuito mundial juvenil na atual temporada (Foto: CT Nicolas Santos/Instagram)

O juvenil paranaense de 16 anos João Lago conquistou no último sábado o título do ITF J100 de La Paz, em quadras de saibro na Bolívia. Lago venceu o anfitrião Diego Navia por 6/2 e 6/4.

Este é o segundo título de ITF na carreira de Lago, que já havia conquistado um J30 em Cochabamba, também na Bolívia, no início de abril. Ele já disputou três finais no ano em torneios da Federação Internacional.

O título rende 100 pontos no ranking mundial juvenil para Lago, que salta do 672º para o 375º lugar. Ele também foi semifinalista de duplas, ao lado do paulista Lucas Couy. O tenista permanece na Bolívia e jogará um ITF J100 em Cochabamba nesta semana.

“Foi uma semana especial para mim, meu segundo título ITF e dessa vez um J100. La Paz é uma cidade que eu me sinto muito bem jogando e confiante, foi uma semana de bastante trabalho e focando muito jogo a jogo e ponto a ponto”, disse Lago, que treina no CT de Nicolas Santos.

“Fico feliz de ter conquistado esse título, mas isso só me mostra o quanto tenho que continuar trabalhando duro e dia a dia para alcançar meus objetivos. Um agradecimento especial ao meu time e minha família que sem eles nada seria possível”, acrescentou o juvenil brasileiro.

Outro brasileiro que fez boa campanha em La Paz é Filipe Costa, semifinalista do torneio. Ele saltou 141 posições no ranking com os 36 pontos conquistados e agora aparece no 563º lugar.

Um título e um vice no Sul-Americano de 14 anos

Depois de garantirem classificação de suas duas equipes para o Mundial de 14 anos, o Brasil encerrou a participação no Sul-Americano da categoria com título do masculino e o vice-campeonato no feminino. Os meninos venceram os peruanos por 2 a 0 e conquistaram o torneio de forma invicta, enquanto as meninas foram superadas pelas paraguaias por 2 a 1.

O time masculino teve Lucas Moscatto, Luis Augusto Miguel e Felipe Mamede, enquanto a equipe feminina foi representada por Nauhany Silva, Ana Cruz e Clara Elkind. Os capitãoes de equipe foram Ivan Cressoni e Santos Dumont. O Mundial de 14 anos será em agosto, na República Tcheca.

Brasil classifica equipes masculina e feminina para o Mundial de 14 anos
Por Mario Sérgio Cruz
maio 19, 2023 às 11:29 pm

Equipes brasileiras seguem invictas no Sul-Americano da categoria e disputam as finais no sábado (Foto: Divulgação/CBT)

O Brasil classificou suas duas equipes para o Mundial de 14 anos, que será disputado em agosto em Prostejov, na República Tcheca. As equipes nacionais permanecem invictas no Sul-Americano da categoria e vão disputar dois títulos neste sábado, no Chile.

Na última rodada da fase de grupos, o time masculino venceu a Venezuela por 3 a 0. A série começou com Lucas Moscatto vencendo Rafael de Lima por 6/3 e 6/4. Na sequência, Luis Augusto Miguel superou Rodolfo de Andreis por duplo 6/0. Nas duplas, Felipe Mamede se juntou a Luis Miguel para vencer Lima e Andreis por 6/0 e 6/1.

Os brasileiros ficaram em primeiro lugar no Grupo B, que ainda tinha Colômbia, Venezuela, Bolívia e Paraguai. A equipe comandada pelo capitão Ivan Cressoni venceu todos os confrontos da primeira fase enfrenta neste sábado o Peru, que liderou o Grupo A.

Já as meninas do Brasil venceram as peruanas por 2 a 1 nesta sexta-feira. A série começou com Letícia Bazan vencendo Ana Cruz por 6/3 e 7/6 (7-2). Na sequência, Nauhany Silva bateu Daniela Gonzales por 6/1, 1/6 e 6/1. Cruz e Silva venceram nas duplas Camila de las Casas e Daniela Gonzales por 4/6, 6/4 e 10-4.

A equipe feminina, que ainda contou com Clara Elkind, também passou invicta pela primeira fase. Comandadas por Santos Dumont, as brasileiras estavam no Grupo B e também venceram os confrontos contra Colômbia, Equador e Uruguai. A final será contra o Paraguai.

Relembre a campanha do Brasil na competição

Sul-Americano de 14: Brasil lidera grupos e tenta classificação

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Pupilo de Djokovic vence 3º challenger aos 19 anos
Por Mario Sérgio Cruz
maio 14, 2023 às 7:58 pm

Hamad Medjedovic tem a carreira financiada pelo atual líder do ranking (Foto: Danube Upper Austria Open)

Com apenas 19 anos, o jovem sérvio Hamad Medjedovic chegou neste domingo ao terceiro título de challenger da carreira. O atual 214º do ranking foi campeão nas quadras de saibro de Mauthausen, na Áustria, superando na final o anfitrião Filip Misolic, 129º colocado, por 6/2, 6/7 (5-7) e 6/4.

Medjedovic é um pupilo de Novak Djokovic nesses primeiros anos de circuito profissional. O atual líder do ranking é um mentor na carreira de seu jovem compatriota, não apenas com orientações e estruturas para treinamento, mas também ao assumir os custos financeiros para a carreira do tenista.

Uma das vitórias de Medjedovic na semana foi sobre o ex-número 3 do mundo e atual 96º do ranking Dominic Thiem na semifinal por 7/6 (7-3) e 6/2. Ao longo da campanha, o sérvio também venceu o alemão Lucas Gerch, o suíço Alexander Ritschard e o austríaco Dennis Novak.

O título rende 100 pontos na ATP para o jovem sérvio, que entrará no top 200 e assume o 165º lugar do ranking. Ele já havia conquistado em março deste ano um challenger em Szekesfehervar, na Hungria, que rendeu 50 pontos no ranking. Já o primeiro título foi ainda em junho do ano passado, em Platzmann, na Alemanha.

Tcheco de 17 anos é campeão em Praga
Outro jovem jogador a conquistar um challenger no saibro europeu é o tcheco Jakub Mensik, de 17 anos e 333º do ranking. Ele recebeu convite para jogar em Praga e venceu os cinco jogos da semana. Na final deste domingo, superou o alemão Dominik Koepfer, 149º colocado, por 6/4 e 6/3. Com o título, ele receberá 75 pontos na ATP e vai se firmar entre os 250 melhores. O tcheco é ex-número 2 do ranking mundial juvenil e foi finalista do Australian Open da categoria no ano passado.

Logo na estreia em Praga, Mensik venceu o cabeça 1 moldávio Radu Albot, 112º do mundo. Ele passou também pelo ucraniano Vitaliy Sachko, pelo australiano Akira Santillan e pelo espanhol Alejandro Moro Canas. Entre os tenistas de 17 anos ou menos que conquistaram títulos de challenger nas últimas cinco temporadas estão Carlos Alcaraz, Jannik Sinner e Juncheng Shang.  

Carolina Bohrer vence 1º ITF juvenil aos 15 anos no Panamá
Por Mario Sérgio Cruz
maio 8, 2023 às 12:42 am

Carolina Bohrer Martins eliminou cabeças de chave no caminho para o título (Foto: Reprodução/Instagram)

A juvenil catarinense Carolina Bohrer Martins, de apenas 15 anos, conquistou neste final de semana o título do ITF J60 de Llanos de Curundu, em quadras de saibro no Panamá. Ela venceu na final a norte-americana Alden Russell por 6/2, 5/7 e 6/0.

Oitava cabeça de chave na semana, Bohrer estreou vencendo a anfitriã Andrea Fierro e depois foi superando favoritas. Ela bateu a norte-americana Athena Rosas-Pacifico, cabeça 3, nas quartas de final. E na semi, passou pela equatoriana Valentina Ponce Serrano, principal cabeça de chave.

O título vai render um salto no ranking para Carolina, que recebe 60 pontos. Ela iniciou a semana apenas no 1.213º lugar com 44,75 pontos e deverá se firmar entre as 700 melhores. Semana que vem, ela disputa o quali para um torneio profissional nos Estados Unidos, o ITF W60 de Naples, na Flórida.

Valentin é vice em Lima, Noale é campeão de duplas
Outro juvenil brasileiro a ter disputado uma final de ITF J60 foi o paulista Eduardo Valentin, que ficou com o vice-campeonato no saibro de Lima, no Peru. Atual 654º do ranking e vindo de título em Santiago, ele foi superado na final pelo argentino Valentin Garay por 6/3 e 6/0. Pela campanha, receberá 36 pontos no ranking.

Ainda em Lima, Stephan Noale conquistou o título duplas duplas, ao lado também campeão de simples Valentin Garay. Eles venceram a dupla brasileira de Kauã Cressoni e Eduardo Valentin por 6/2, 3/6 e 10-8. Noale, de 16 anos e 546º do ranking, conquista seu segundo ITF nas duplas e receberá 45 pontos no ranking.

Gustavo Almeida cai na semi na Itália
Já no ITF J200 de Salsomaggiore, no saibro italiano, o paranaense de 17 anos Gustavo Almeida parou na semifinal da competição. Principal cabeça de chave e 79º do ranking, Almeida foi superado pelo cabeça 6 local Gabriele Vulpitta por 6/4 e 6/2. O título, entretanto, ficou com o norueguês Nicolai Kjaer, que venceu o italiano na final por 2/6, 6/1 e 6/1. Pela campanha, Almeida receberá 100 pontos, em uma semana com 60 a descartar.