
O número 1 do mundo Carlos Alcaraz luta por um título inédito em Paris (Foto: FFT)
Depois de uma semana dedicada ao quali e dos sorteios das chaves principais, uma nova edição de Roland Garros começa no próximo domingo. Com a ausência de Rafael Nadal, 14 vezes campeão do torneio, abre-se a possibilidade para o surgimento de novos nomes nas fases decisivas do torneio masculino. E o novo número 1 do mundo Carlos Alcaraz é um dos principais candidatos ao título, apesar do favoritismo do bicampeão Novak Djokovic.
Entre as mulheres, a líder do ranking e também bicampeã Iga Swiatek entra como principal favorita, mas uma recente lesão na coxa e o ótimo momento das concorrentes Aryna Sabalenka e Elena Rybakina surgem como principais obstáculos à polonesa. Para além de Alcaraz e Swiatek, diversos jogadores jovens chegam a Paris com diferentes expectativas. Vejamos o que esperar da nova geração em Roland Garros.
Alcaraz luta por um título inédito em Paris
Atual campeão do US Open, Carlos Alcaraz chega a Paris lutando por um título inédito. Assim como no ano passado, o espanhol conquistou títulos em Barcelona e Madri durante a temporada de saibro. Mas agora, aos 20 anos e com um troféu de Slam na bagagem e sem Nadal na disputa, tem uma perspectiva de crescimento ainda maior. Ano passado, ele já chegou às quartas. A preparação de Alcaraz teve uma derrota precoce em Roma, para o húngaro Fabian Marozsan, mas nada que abale sua confiança para o segundo Slam da temporada.
A estreia de Alcaraz será contra o italiano vindo do quali Flavio Cobolli e existe a possibilidade de reeditar a final do Rio Open contra Cameron Norrie nas oitavas. O quadrante ainda tem Stefanos Tsitsipas. E há grande expectativa por um duelo contra Novak Djokovic na semi. Apesar de o sérvio não ter conquistado títulos no saibro este ano, e de ter sofrido uma recente lesão no cotovelo, todos sabemos da capacidade que Djokovic tem de crescer ao longo dos torneios, superar adversidades do ponto de vista físico e ser muito forte mentalmente nas disputas de cinco sets. Nesse cenário, mesmo com todas as dúvidas, o sérvio ainda deve ser considerado favorito, mas com Alcaraz sendo um dos postulantes a derrubá-lo.
Rune fez campanhas consistentes no saibro
Também com apenas 20 anos, Holger Rune chega a Roland Garros confiante por duas finais de Masters 1000 no saibro, em Monte Carlo e Roma. O dinamarquês também defendeu seu título no ATP de Munique. Número 6 do mundo e dono de um jogo agressivo, Rune já mostrou que consegue suportar a pressão em alguns grandes jogos. Não por acaso, já ganhou um Masters 1000 no ano passado em Paris e tem duas vitórias sobre Djokovic na carreira.
Talvez os principais entraves para o dinamarquês sejam o físico, ainda mais em disputas de cinco sets, e eventuais oscilações técnicas e de humor em partidas mais longas. Seu caminho em Paris tem nomes como Taylor Fritz e Casper Ruud, além do número 2 do mundo e campeão de Roma Daniil Medvedev.
Finalistas no ano passado, Swiatek e Gauff vivem momentos distintos

Iga Swiatek é bicampeã em Paris e tem a liderança do ranking ameaçada por Sabalenka (Foto: FFT)
Protagonistas da final do ano passado, Iga Swiatek e Coco Gauff vivem momentos distintos. Apesar de a polonesa ter sofrido com lesões nesta temporada, primeiro nas costelas em Indian Wells e depois na coxa direita em Roma, ela conseguiu títulos e vem de boas campanhas no saibro. A jogadora de 21 anos e número 1 do mundo foi campeã em Stuttgart, vice em Madri e parou nas quartas na capital italiana. Em Paris, terá a liderança ameaçada por Aryna Sabalenka e precisa chegar pelo menos às quartas para não ser ultrapassada. Além disso, a pressão sobre a polonesa pode aumentar, conforme sua principal perseguidora for avançando.
Sempre muito confortável quando joga no saibro, Swiatek entra como favorita. Não tanto quanto na temporada passada, quando carregava uma enorme invencibilidade, mas ainda assim é a jogadora mais difícil de ser batida nessas quadras. Mas seu caminho em Paris pode ter uma campeã de Slam logo nas oitavas. Jogadoras como Victoria Azarenka, Bianca Andreescu e principalmente Barbora Krejcikova podem dar trabalho no início da segunda semana.
No mesmo quadrante está Coco Gauff, finalista no ano passado em Paris, mas que não foi tão bem no saibro, caindo nas segundas rodadas de Stuttgart, Madri e Roma em simples. Mas Gauff não está sem ritmo, já que disputou as finais de duplas nos dois últimos WTA 1000. Resta saber o quanto a norte-americana de 20 anos poderá aproveitar esse momento. Ela estreia contra a espanhola Rebeka Masarova, pode enfrentar a austríaca Julia Grabher (finalista em Rabat) ou a holandesa Arantxa Rus, vinda do quali, na segunda fase.
Jogadoras de 16 anos na rota das favoritas

Mirra Andreeva disputa seu primeiro Grand Slam aos 16 anos e pode cruzar o caminho de Gauff (Foto: FFT)
A número 4 do mundo e campeã de Roma Elena Rybakina terá na estreia um confronto contra a jovem tcheca de 16 anos Brenda Fruhvirtova, atual 146ª do mundo e vinda do quali. Apesar da pouca idade, Fruhvirtova, já vai para sua segunda chave principal de Grand Slam, repetindo o resultado do Australian Open em janeiro.
Também com 16 anos, a russa Mirra Andreeva furou o quali e vai disputar seu primeiro Slam como profissional. Em janeiro, ela jogou como juvenil na Austrália. Andreeva já é 143ª do ranking e tem grandes vitórias no currículo, sobre Beatriz Haddad Maia, Magda Linette e Leylah Fernandez. Ela estreia contra a norte-americana Alison Riske. Se vencer, pode enfrentar a ucraniana Anhelina Kalinina, finalista em Roma, com chance de enfrentar Coco Gauff já na terceira rodada.
Chance de duelo da nova geração francesa
Dois nomes da nova geração francesa podem se enfrentar na segunda rodada em Paris, Luca van Assche e Arthur Fils. E os dois estão no mesmo setor de Novak Djokovic na chave, com chance de desafiar o sérvio na terceira fase. Van Assche, de 19 anos e 79º do ranking, deu trabalho ao sérvio no ATP de Banja Luka e derrotou Stan Wawrinka. Ele estreia contra o italiano Marco Cecchinato. Já Fils, de 18 anos e 112º do mundo, está na final de Lyon e entrará no top 100 na próxima semana. Sua estreia em Paris será contra o espanhol Alejandro Davidovich Fokina.
Outros jovens na disputa em Paris
Entre os tenistas que vieram do quali masculino, destaque para o chinês de 18 anos Juncheng Shang, que disputa o segundo Slam da carreira e enfrentará o peruano Juan Pablo Varillas na estreia, e o sérvio de 19 anos Hamad Medjedovic, adversário do norte-americano Marcos Giron. O canhoto suíço Dominic Stricker, de 20 anos, entrou como lucky-loser e enfrenta Tommy Paul.
No feminino, a canhota tcheca de 17 anos Sara Bejlek estreia contra a russa Kamilla Rakhimova e pode cruzar o caminho de Sabalenka na terceira rodada. O mesmo setor da chave tem a chinesa Qinwen Zheng, que fez oitavas no ano passado e deu trabalho a Swiatek. Mas a estreia da jovem de 20 anos será dura, contra a eslovena Tamara Zidansek, semifinalista há duas temporadas. Já a tcheca de 18 anos Linda Fruhvirtova, irmã mais velha de Brenda, estreia contra a finalista de 2021 Anastasia Pavlyuchenkova e pode enfrentar a top 15 Liudmila Samsonova já na segunda rodada.