Monthly Archives: dezembro 2018

Dez jovens que podem surpreender em 2019
Por Mario Sérgio Cruz
dezembro 21, 2018 às 7:39 pm

Pelo segundo ano seguido, o blog apresenta dez jovens tenistas vindos de bons resultados em 2018 e que tentam dar um salto de qualidade para se firmar na elite do circuito durante a próxima temporada, que começa em pouco mais de uma semana. O critério adotado é o mesmo do ano passado, com seis nomes do feminino e quatro do masculino com menos de 20 anos e que estejam fora do top 100 dos rankings da ATP ou da WTA.

Cori Gauff (14 anos, 875ª no ranking, Estados Unidos)

Apontada como uma das principais apostas para o futuro do tênis feminino norte-americano Cori Gauff é a jogadora mais jovem do ranking da WTA, com apenas 14 anos. Vice-líder do ranking mundial juvenil e campeã de Roland Garros na categoria, Gauff já declarou que 2018 foi seu último ano nas competições de base e quer estar entre as cem melhores jogadoras profissionais do mundo já no ano que vem. Admiradora de Serena Williams, ela treina na França, na academia de Patrick Mouratoglou, mesmo técnico da vencedora de 23 títulos de Grand Slam, e sonha poder igualar ou até superar os feitos de Serena no tênis.

Jogadora mais jovem do ranking, Cori Gauff tem 14 anos e quer ser top 100 já em 2019

Jogadora mais jovem do ranking, Cori Gauff tem 14 anos e quer ser top 100 já em 2019

Nascida em março de 2004, Gauff só pôde disputar competições profissionais a partir do momento em que completou 14 anos. Por isso, tem só duas vitórias no circuito aparece no 869º lugar do ranking. O regulamento da WTA impõe um limite de no máximo oito torneios profissionais até que ela complete 15 anos. Entretanto, como terminou a temporada entre as cinco melhores juvenis do mundo, poderá disputar mais quatro torneios contra mulheres adultas.

Whitney Osuigwe (16 anos, 202ª no ranking, Estados Unidos)

Outra jovem promessa norte-americana é Whitney Osuigwe, que tem apenas 16 anos. Ela tem uma trajetória parecida com a de Gauff no circuito, já que foi número 1 do ranking mundial juvenil no ano passado e campeã de Roland Garros. Já dedicada ao circuito profissional em 2018, ela saltou do 1.120º lugar para a atual 202ª posição no ranking da WTA, com direito a um título no ITF de US$ 80 mil em Tyler, no Texas, vencendo Beatriz Haddad Maia na final. Após uma temporada profissional de 23 vitórias e 12 derrotas e do salto no ranking, ela também recebeu um convite para a disputa da chave principal do Australian Open, o primeiro Grand Slam de sua carreira.

Osuigwe tem apenas 16 anos e já aparece no 202º lugar do ranking

Osuigwe tem apenas 16 anos e já aparece no 202º lugar do ranking

Marta Kostyuk (16 anos, 119ª do ranking, Ucrânia)

Kostyuk saltou 400 posições no ranking em 2018, do 518º para o 118º lugar. Ela já começou o ano já surpreendendo ao furar o qualificatório do Australian Open e chegar à terceira rodada da chave principal, caindo diante da compatriota Elina Svitolina. A campanha em Melbourne com apenas 15 anos fez dela a jogadora mais jovem a chegar à terceira rodada de um Grand Slam desde Mirjana Lucic no US Open de 1997 e a mais nova nesta fase do torneio australiano desde Martina Hingis em 1996. Mesmo disputando poucos torneios profissionais por conta das limitações de calendário impostas pela WTA, ela está muito perto de entrar no top 100 do ranking mundial.

Kostyuk mudou a mentalidade como tenista depois de se tornar profissional (Foto: Elizabeth Bai/Tennis Australia)

Marta Kostyuk chegou à terceira rodada do Australian Open e está perto do top 100 (Foto: Elizabeth Bai/Tennis Australia)

Xiyu Wang (17 anos, 211ª do ranking, China) 

A canhota Xiyu Wang foi campeã juvenil do US Open, semifinalista em Wimbledon e chegou a liderar o ranking mundial da categoria. Entre as profissionais, a chinesa de 17 anos chegou ao 180º lugar na WTA e venceu dois títulos profissionais de nível de ITF de US$ 25 mil, mas acabou sofrendo uma lesão em uma das costelas, que encerrou sua temporada ainda em outubro. Wang  também chegou a vencer um jogo no Premier de Wuhan, onde levou a favorita russa Daria Kasatkina ao tiebreak do terceiro set na rodada seguinte. Como o calendário da elite do circuito feminino conta com muitos torneios na China, é possível que a promissora atleta local seja beneficiada por convites, a começar pelo torneio de Shenzhen na primeira semana da temporada.

Canhota chinesa de 17 anos chegou ao top 200 da WTA, mas sofreu lesão no fim do ano

Canhota chinesa de 17 anos chegou ao top 200 da WTA, mas sofreu lesão no fim do ano

Kaja Juvan (18 anos, 175ª do ranking, Eslovênia)

Na única competição em que disputou como juvenil em 2018, Kaja Juvan conquistou as medalhas de ouro em simples e duplas nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires. A eslovena de 18 anos fez uma temporada inteiramente dedicada ao circuito profissional e conseguiu quatro títulos e dois vice-campeonatos em torneios ITF de US$ 25 mil, que a fizeram saltar do 555º para o atual 175º lugar no ranking da WTA, a uma posição da melhor marca de sua carreira, obtida no início de novembro.

Juvan foi campeã de simples e duplas nos Jogos da Juventude e saltou quase 400 posições entre as profissionais

Juvan foi campeã de simples e duplas nos Jogos da Juventude e saltou quase 400 posições entre as profissionais

Olga Danilovic (17 anos, 108ª do ranking, Sérvia)

Jogadora de melhor ranking na lista de possíveis surpresas para a próxima temporada, Olga Danilovic já fez história em 2018 ao ser tornar a primeira jogadora nascida em 2001, e portanto no século XXI e no terceiro milênio, a conquistar um título na elite do circuito. A sérvia de 17 anos conquistou em julho o WTA International de Moscou em uma final da nova geração contra a russa de mesma idade Anastasia Potapova. Danilovic era lucky-loser no torneio e precisou disputar sete jogos em uma semana para ser campeã. A jovem sérvia começou a temporada no 465º lugar do ranking e até entrou no top 100, chegando a ocupar o 96º posto, mas aparece atualmente na 108ª colocação. Antes treinada pelo espanhol Alex Corretja, ela trabalhará na próxima temporada com seu compatriota Petar Popovic.

A sérvia de 17 anos Olga Dalilovic é a primeira jogadora nascida em 2001 a conquistar um WTA

A sérvia de 17 anos Olga Dalilovic é a primeira jogadora nascida em 2001 a conquistar um WTA

Felix Auger-Aliassime  (18 anos, 109ª do ranking, Canadá) 

Considerado uma das grandes promessas do tênis mundial, o canadense Felix Auger-Aliassime já chama atenção desde 2015, quando se tornou o jogador mais jovem a vencer um jogo de challenger com apenas 14 anos, além de ser o primeiro nascido nos anos 2000 a conseguir tal feito. Ele já estava na lista do blog no ano passado, depois de saltar do 601º para o 162º lugar do ranking e conquistar dois challengers em 2017.

Felix Auger Aliassime, de 18 anos, está bem perto de entrar no top 100 

Felix Auger Aliassime, de 18 anos, está bem perto de entrar no top 100

Na última temporada, Auger-Aliassime deu continuidade à sua franca evolução no circuito. O promissor atleta canadense venceu mais dois títulos de challenger e seus seis primeiros jogos em chaves principais de ATP, uma delas sobre o top 20 francês Lucas Pouille no Masters 1000 de Toronto. Ele também disputou o primeiro Grand Slam da carreira no US Open, onde passou por um qualificatório de três rodadas, mas precisou abandonar o duelo contra Denis Shapovalov por arritmia cardíaca. Cada vez mais perto de entrar no top 100, o canadense estabelece como meta estar entre os 50 melhores e fazer uma temporada majoritariamente voltada para os torneios de nível ATP.

Miomir Kecmanovic (19 anos, 132º do ranking, Sérvia)

Ex-líder do ranking mundial juvenil, Miomir Kecmanovic é outro que também estava na lista do ano passado. Depois de saltar do 806º para o 208º lugar na ATP em 2017, ele continuou subindo e aparece atualmente com o melhor ranking da carreira na 132ª posição. Em 2018, o sérvio venceu 38 partidas em torneios de nível challenger e terminou o ano jogando duas finais seguidas na China, com um título em Shenzhen e um vice-campeonato em Liuzhou.

Rudolf Molleker (18 anos, 198º do ranking, Alemanha)

Molleker já chama atenção do circuito desde julho do ano passado, quando furou o quali para o ATP 500 de Hamburgo com apenas 16 anos. Em 2018, o jovem alemão conquistou suas primeiras vitórias em chaves principais de ATP, diante de Jan-Lennard Struff na grama de Stuttgart e contra David Ferrer no saibro de Hamburgo. Ele também conquistou seu primeiro challenger no saibro de Heilbronn e saltou do 597º para o atual 198º lugar do ranking mundial ao longo do ano.

Rudolf Molleker venceu seus dois primeiros jogos de ATP em 2018

Rudolf Molleker venceu seus dois primeiros jogos de ATP em 2018

Alexei Popyrin (19 anos, 152º do ranking, Austrália) 

Promessa do tênis australiano, Alexei Popyrin chegou a ser número 2 do ranking mundial juvenil e campeão de Roland Garros na categoria em 2017. O jogador de 1,96m subiu do 719º para o 148º do ranking da ATP em 2018, com direito a um título de challenger na cidade chinesa de Jinan. Já na reta final de 2018, o jovem australiano furou o quali do ATP 500 da Basileia e chegou a vencer um jogo na chave principal, marcando sua primeira vitória na elite do circuito, antes de cair diante de Alexander Zverev nas oitavas de final.

JÁ ESTÃO NO TOP 100

Como foi dito no início do post, preferi não destacar jogadores que já estão no top 100 do ranking mundial. Entretanto, alguns nomes já mais consolidados têm boas chances de dar um novo salto. Um dos destaques é o francês Ugo Humbert, que conquistou três títulos de challenger em 2018 e saltou do 374º para o 84º lugar do ranking mundial, obtendo a segunda maior ascensão entre os atletas do atual top 100 no ranking da ATP em 2018.

Francês Ugo Humbert venceu três challengers em 2018 e já está no top 100

Francês Ugo Humbert venceu três challengers em 2018 e já está no top 100

A ucraniana de 18 anos Dayana Yastremska já tem título de WTA no currículo. Com 17 anos, a russa Anastasia Potapova (93ª) e a norte-americana Amanda Anisimova (97ª) disputaram finais de primeira linha no circuito em 2018. Já a também americana Sofia Kenin (20 anos, 52ª) se destacou durante a final da Fed Cup contra a República Tcheca.

PRESTANDO CONTAS: Como o blog fez um post parecido no ano passado, é mais do que justo prestar contas das apostas feitas em dezembro de 2017 a respeito da temporada.

Amanda Anisimova, de 17 anos, saltou do 192º para o 96º lugar, venceu um jogo contra a top 10 Petra Kvitova em Indian Wells e disputou a final do WTA de Hiroshima. Dayana Yastremska também se destacou. A ucraniana de 18 anos conquistou seu primeiro WTA em Hong Kong, foi semifinalista em Luxemburgo, onde chegou a derrotar Garbiñe Muguruza. Sua evolução no ranking foi do 189º para o 58º lugar. Já a chinesa de 17 anos Xinyu Wang subiu da 767ª para a 305ª colocação entre as profissionais, além de ter ocupado a vice-liderança no ranking mundial juvenil da ITF.

Dayana Yastremska termina o ano com título de WTA e perto do top 50

Dayana Yastremska termina o ano com título de WTA e perto do top 50

A canadense de 18 anos Bianca Andreescu subiu do 189º para o 152º lugar do ranking, mas não chegou a superar a 143ª posição, alcançada em agosto de 2017. A australiana de 18 anos Destanee Aiava caiu bastante no ranking, e foi do 150º para o atual 251º lugar. A norte-americana de 19 anos Kayla Day foi outra que perdeu espaço. Depois de ocupar o 122º lugar do ranking em junho do ano passado, ela aparece atualmente na 318ª posição.

No masculino, o francês de 19 anos Corentin Moutet venceu seus três primeiros jogos de ATP e alcançou o 105º lugar do ranking, mas terminou o ano na 149ª posição, apenas sete postos acima do que ocupava em 2017. Já o espanhol Nicola Kuhn, que ocupava a 241ª posição no fim do ano passado, chegou a ser 196º do mundo em abril, mas aparece atualmente apenas no 269º lugar do ranking mundial.

Nova geração vence 29 challengers no ano
Por Mario Sérgio Cruz
dezembro 6, 2018 às 6:37 pm

Com o fim da temporada de torneios de nível challenger, a ATP compilou as estatísticas desses eventos que servem de acesso para a elite do circuito. A tendência dos últimos anos com a nova geração vem ganhando cada vez mais espaço é novamente reforçada, mas o perfil dos vencedores mudou um pouco em relação ao ano passado. Os dados estão disponíveis no site da ATP e são públicos. A atualização é do dia 26 de novembro, após a realização dos challengers de Andria (Itália) e Pune (Índia). A relação completa de estatísticas está neste link.

Ao todo, 29 challengers foram vencidos por nomes da chamada Next Gen, que englobou este ano os jogadores nascidos a partir de 1997 e postulantes a vagas em Milão. O número de conquistas de jogadores dessa faixa etária é um pouco maior que as do ano passado, com 24 títulos. A ATP, aliás, mudou um pouco a metodologia e passou a dar o rótulo de “Next Gen” também aos atletas de fora do top 200.

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O mais jovem vencedor de challenger no ano foi o allemão Rudolf Molleker, que completou 18 anos em outubro e tinha 17 anos e seis meses quando foi campeão no saibro de Heilbronn em maio. Molleker era número 568 do mundo no dia 1º de janeiro e aparece atualmente já no 194º lugar, a duas posições da melhor marca da carreira. Além de um título de challenger, ele também já tem duas vitórias de nível ATP, em Stuttgart e Hamburgo.

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Outro número que reforça o bom momento dos jovens jogadores nos challengers diz respeito ao número de títulos por idade. Jogadores de 22 anos foram os maiores vencedores da temporada, com 17 conquistas, e são seguidos de perto pelos atletas de 21 anos, que venceram 16 torneios. Na sequência, aparecem os jogadores de 28 anos com 15 títulos, e os de 27 anos com 12 troféus. Na temporada de 2017, os jogadores de 27 anos foram os que mais venceram challengers, com 19 títulos ao todo.

Em contrapartida, caiu o número de challengers vencidos por jogadores com menos de 20 anos, classificados pela ATP como Teenages. Em 2018, apenas oito tenistas dessa faixa etária conquistaram títulos deste porte, contra 15 no ano passado, e 13 tanto em 2015 quanto em 2016. O número atual foi o menor desde 2014, quando apenas seis torneios tiveram campeões com menos de 20 anos.

Além dos oito títulos, os adolescentes (chamados assim por aqui apenas pela falta da tradução exata do termo em português) ficaram com o vice-campeonato e não houve nenhuma final entre dois jogadores com menos de 20 anos. Dessa forma, 19 finais tiveram a presença de atletas dessa idade. No ano passado, esses jogadores estiveram em 22 finais, uma delas entre Corentin Moutet (18) e Stefanos Tsitsipas (19).

teen winners
Menos títulos dos trintões, Karlovic bate recorde – Enquanto o número de títulos da nova geração aumenta, os veteranos perderam espaço. Em 2018, foram 27 títulos conquistados por jogadores com mais de 30 anos, número inferior aos das três temporadas anteriores. Os ‘trintões’ chegaram a vencer 37 challengers em 2016, com 37 conquistas em 2017 e 31 troféus em 2015.

Por outro lado, o veteraníssimo Ivo Karlovic estabeleceu um recorde. O croata se tornou o mais velho vencedor de um torneio de nível challenger ao conquistar o título em Calgary, no Canadá, aos 39 anos e sete meses. A segunda melhor marca da história também foi conquistada em 2018, com o francês Stephane Robert triunfando em Burnie, na Austrália, aos 37 anos e 8 meses.

Top 10 no juvenil, Klier começa carreira profissional do zero
Por Mario Sérgio Cruz
dezembro 3, 2018 às 5:56 pm

O ano em que um tenista completa 18 anos costuma ser marcado pela transição do circuito juvenil para o profissional. Em geral, os jogadores dessa idade disputam apenas as competições mais fortes na base e já começam a buscar importantes pontos na ATP em torneios de nível future. Mas para Gilbert Klier Júnior o ano acabou sendo majoritariamente voltado aos torneios juvenis, muito por conta de lesões que aconteceram em momentos inoportunos da temporada. Depois de ter alcançado o décimo lugar no ranking mundial juvenil da ITF, o brasiliense de 18 anos começará a carreira profissional praticamente do zero em 2019.

Ao chegar às quartas, Gilbert Klier teve o melhor resultado de um  brasileiro em dez anos

Klier se destacou nas competições juvenis em 2018, mas lesões impediram seu progresso como profissional (Foto: Arata Yamaoka/ITF)

“Vamos ter que começar do zero. Mas no profissional é como se eu começasse a jogar de novo”, disse Klier ao TenisBrasil. “Vou começar a pré-temporada no dia 15 de dezembro e com o objetivo de jogar os torneios de transição e, com certeza, vai ser um bom ano. Se Deus quiser, essa fase vai ser bem rápida”, acrescenta o brasiliense, que aparece no 1.283º lugar no ranking da ATP e acumula quatro vitórias como jogador profissional.

Como juvenil, Klier teve quatro ótimos resultados. Ainda no mês de março, ele venceu a Copa Paineiras, torneio Sul-Americano Individual disputado em São Paulo. Em julho, se destacou no torneio juvenil de Wimbledon, onde chegou às quartas de final e teve o melhor resultado de um brasileiro desde 2008. No mês seguinte, conquistou o título do ITF G1 de College Park, no piso duro de Maryland, nos Estados Unidos. Já em outubro, foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires.

“Foi um ano incrível como juvenil. Acabei parando de jogar o juvenil no top 10. Não sei quanto estou agora, devo estar como 11 ou 12, mas foi um ano muito bom”, comenta o atual 11º colocado no ranking da ITF para a categoria. “No profissional eu não joguei tantos torneios e acabei me lesionando nos poucos torneios que eu joguei, mas para mim está sendo um ano excelente”, comenta o brasiliense, que diz que a medalha olímpica terá lugar especial em casa. “Tá lá na prateleira. Minha mãe já levou para casa, separou um espaço, vai enquadrar e botar na parede”.

Brasiliense foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires (Foto: Sergio Llamera/ITF)

Brasiliense foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires (Foto: Sergio Llamera/ITF)

Por três oportunidades em 2018, Klier venceu o argentino Sebastian Baez, que chegou a liderar o ranking mundial juvenil, além de também derrotar outros jogadores bem ranqueados na categoria, casos do búlgaro Adrian Andreev (que termina o ano como número 4 do mundo) e do sérvio Marko Miladinovic, ex-número 2. “É sempre muito bom ganhar desses caras. Isso mostra onde a gente está e o nível que a gente está jogando. É claro que eu fiquei bem feliz de conseguir essas vitórias e saber que estou nesse nível é muito gratificante”.

O calendário do jovem brasiliense também foi prejudicado por lesões no joelho, que o fez começar o ano só em março, e uma no ombro esquerdo em maio, às vésperas da disputa do future de Brasília. “Naquele encontro da CBT em Floripa no ano passado, eu acabei lesionando o joelho. Por sorte eu não precisei operar. Eu ia até para a Austrália, estava na chave e não fui. Para mim foi muito difícil porque seria meu primeiro Grand Slam. E ali antes de Brasília, eu desloquei o ombro treinando. Foi um pouquinho de azar também, mas acontece com qualquer atleta”.

Diante de um início de carreira profissional com muitos custos e retorno financeiro muito pequeno, Klier consegue viajar com treinador para praticamente todos os torneios. Ele é atleta do Instituto Tennis Route, do Rio de Janeiro, e é acompanhado de perto pelos técnicos Arthur Rabelo e João Zwetsch. “Graças a Deus eu tenho a ajuda de um apoiador e eu acabo tendo que pagar muito pouco. De material eu também ganho tudo da Yonex, então para mim esse lado está muito bom”.

Klier não estabelece metas em termos de ranking ou resultados para 2019 e foca apenas na melhora do desempenho em quadra. “Nunca penso resultado, em ranking ou coisa assim. Penso em jogar meu melhor e fazer o melhor que eu posso e estar sempre no meu melhor estado físico, que eu sei que os resultados vão vir em consequência”.