Título faz Tauson saltar 43 posições e chegar ao top 100 aos 18 anos
Por Mario Sérgio Cruz
março 8, 2021 às 5:10 pm

Tauson venceu sete jogos seguidos no WTA de Lyon e assumiu o 96º lugar do ranking (Foto: Open 6ème Sens – Métropole de Lyon)

Um dia depois de conquistar seu primeiro título na elite do circuito, a dinamarquesa de 18 anos Clara Tauson deu um salto no ranking mundial. Campeã do WTA 250 de Lyon, depois de superar a suíça Viktorija Golubic na final por 6/4 e 6/1, Tauson saltou 43 posições no ranking e debutou no top 100, aparecendo no 96º lugar. Tauson teve uma semana espetacular nas quadras duras e cobertas em Lyon, já que veio do quali e venceu sete jogos seguidos no caminho para o título, sem perder um set sequer.

“Acho que joguei agressivamente e fiz o meu jogo, embora tenha errado algumas bolas”, disse Tauson, após sua vitória por 6/4 e 6/1 sobre Golubic. “Eu realmente não pensei muito em ganhar ou perder, pensei em fazer meu jogo e apenas disputar um ponto de cada vez. Isso me ajudou muito. Acho que tenho sido muito sólida nessa semana, especialmente depois dos primeiros sets, e me saí bem em todas as partidas. Foi uma semana estranha. Normalmente eu tenho alguns problemas, mas não tive nenhum deles esta semana, então estou muito feliz com isso”.

Muita diferença entre os torneios da WTA e ITF

Com rápida evolução na carreira, a dinamarquesa também já tem oito títulos no circuito profissional da Federação Internacional de Tênis (ITF), sendo dois deles só no início deste ano. “Joguei muitos torneios de 25 mil este ano, mas você não ganha muitos pontos com eles, mesmo que seja campeã. Ganhei dois este ano [em Fujairah e Altenkirchen], mas ainda estou desenvolvendo meu jogo e ainda sou muito jovem. Então realmente quero ter a experiência de enfrentar adversárias desse nível. Eu amo jogar contra as melhores. É onde eu quero estar”, disse em entrevista ao site da WTA.

A jovem tenista é bastante ciente da diferença de nível das adversárias entre os torneios menores e os da elite do circuito. “Existe uma lacuna entre os torneios de 25 mil e aqui. Se o seu nível cai 5 ou 10 por cento, você já perde dois ou três games. E nos ITF você talvez consiga alguns pontos fáceis. Portanto, é bom para a minha concentração jogar mais partidas como as dessa semana. Preciso melhorar minha concentração para quando estiver jogando torneios desse nível o tempo todo”.

Respeito e admiração por Kvitova, Halep e Wozniacki
Ao longo da semana em Lyon, Tauson superou várias jogadoras experientes, como a italiana Camila Giorgi, a húngara Timea Babos e a russa Ekaterina Alexandrova, principal cabeça de chave do torneio e número 33 do mundo. Ela vinha de uma semifinal complicada contra espanhola Paula Badosa, 73ª do ranking, em que teve que lidar com uma arbitragem polêmica com algumas oportunidades perdidas no set inicial.

Agora mais presente nos eventos da elite do circuito, Tauson espera poder enfrentar as principais estrelas do circuito, em especial a tcheca Petra Kvitova, sua favorita. “Quero jogar contra a [Simona] Halep um dia. Ela é uma grande campeã, ela joga 100 por cento em todos os torneios que disputa e não importa o placar. E contra a [Petra] Kvitova também, porque adoro vê-la jogar. Eu quero sentir como suas bolas estão vindo, porque ela bate muito forte na bola e eu quero jogar como ela.

“Gosto de entrar mais na quadra e finalizar pontos na rede se tiver oportunidade, mas é muito difícil fazer isso contra as jogadoras da WTA porque elas jogam muito bem. Eu gostaria de ser o tipo de jogadora que saca muito bem, como é a Kvitova. Ela não tem medo de bater na bola. Eu realmente acho que posso ser esse tipo de jogadora”, acrescenta a dinamarquesa.

Tauson também recoloca a Dinamarca na primeira página do ranking pouco mais de um ano depois da aposentadoria da ex-número 1 do mundo Caroline Wozniacki, ainda aos 29 anos. Durante toda a carreira de Wozniacki, ela nunca teve a companhia de outra dinamarquesa no top 100 do ranking mundial. “Joguei dois ou três torneios onde ela estava e conversamos, mas hoje ela mora nos Estados Unidos, então não temos como treinar juntas. Ela foi a única na Dinamarca que realmente chegou ao topo, então foi uma jogadora importante, é claro, mas nós crescemos em duas épocas diferentes”.

Mudanças no ranking da WTA
Finalista em Lyon, a experiente Viktorija Golubic ganhou 28 posições e aparece no 102º lugar do ranking. A suíça tem 28 anos e já foi 51ª do mundo em 2017. Já a espanhola de 23 anos Paula Badosa, semifinalista do torneio, ganhou quatro posições e assumiu o 69º lugar. Outras tenistas que subiram no ranking da WTA foram a norte-americana de 27 anos Jessica Pegula, semifinalista no WTA 500 de Doha, que ganhou oito posições para chegar ao 36º lugar, e também a francesa de 23 anos Fiona Ferro, que ultrapassou sete jogadoras com a semi em Lyon e agora é a 39ª do mundo.


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