João Fonseca aposta nos conselhos e na experiência de André Sá em Wimbledon
Por Mario Sérgio Cruz
julho 4, 2022 às 9:56 pm

Treinado por André Sá, especialista nas quadras de grama, Fonseca já avançou em simples e duplas em Wimbledon (Foto: Daniel Kopatsch/ITF)

Em sua primeira participação no torneio juvenil de Wimbledon, João Fonseca conta com a experiência de um especialistas em quadras de grama. Treinado pelo mineiro André Sá, que chegou às quartas na chave de simples em 2002 e foi semifinalista de duplas em 2007, Fonseca aproveita os conselhos valiosos para tentar evoluir em um piso onde ainda tem pouca bagagem.

“Andre Sá é meu treinador e ele falou muito comigo sobre Wimbledon, então estou muito animado por estar aqui. Começamos a trabalhar juntos no início do ano passado, e ele é incrível. Tem muita experiência. Por tudo o que ele fez na carreira e todo seu talento e habilidades no tênis, já passou muito conhecimento para mim. É incrível estar com ele, que me ajudou muito”, disse Fonseca em entrevista ao site da ITF, após a vitória por 7/6 (8-6) e 6/4 sobre o argentino Lautaro Midon na estreia em Wimbledon.

“Chegando a Wimbledon, ele me aconselhou a fazer slices, focar nas devoluções e a começar cada ponto de forma agressiva, chegar à rede e ser muito intenso. É exatamente isso que estou tentando fazer”, acrescentou o jovem jogador de 15 anos e 57º colocado no ranking mundial juvenil. O brasileiro enfrenta na segunda rodada o norte-americano Sebastian Gorzny. A partida acontece por volta de 8h30 (de Brasília) desta terça-feira, na quadra 15.

Fonseca começou a jogar aos quatro anos e vem de uma família onde todos praticam esportes. O amor pelo tênis veio por conta da mãe. Até os 12 anos, dividia atenções entre o tênis e o futebol. Seus primeiros títulos de ITF J5 foram no ano passado, no Panamá, Paraguai e também em Salvador. Já na atual temporada, chegou a uma final de J1 no Paraguai e ganhou um título de duplas do mesmo porte na Bélgica.

Este é apenas o segundo Grand Slam que Fonseca disputa como juvenil. Ele já havia alcançado as oitavas de final de Roland Garros. E na semana passada, como preparação para Wimbledon, disputou o ITF J1 de Roehampton e também chegou às oitavas, avançando duas rodadas. E os resultados recentes já começam a atrair a atenção dos fãs de tênis.

“Wimbledon é o meu torneio favorito, é o mais elegante com todo mundo vestido de branco. Nunca havia jogado na grama antes da semana passada, quando joguei em Roehampton. Este é apenas o meu segundo Grand Slam depois de Roland Garros e tenho apenas 15 anos. É uma sensação incrível estar aqui”, afirmou o carioca. “Tem muita gente me acompanhando aqui e me mandando boas vibrações, o que é muito legal e me deixa mais animado para jogar. Bruno Soares estava assistindo minha partida na estreia e Guga [Gustavo Kuerten] assistiu uma partida minha em Roland Garros. Além do André, é claro”.

Durante a rodada de estreia em Wimbledon, Fonseca jogava próximo da linha de base e apostava na potência de seu saque e dos golpes de fundo, dentro de suas características de jogo. “Sou um jogador agressivo e gosto de terminar os pontos em até três trocas de bola. Não gosto de correr muito, então eu me descreveria como um jogador muito agressivo”, avaliou o jovem tenista. “Há um longo caminho a percorrer e só tenho que confiar nos meus treinadores e na minha família, que me apoiam muito. Estou apenas me divertindo e estou muito feliz”.

Vitória na estreia na chave de duplas
Fonseca também estreou com vitória na chave de duplas em Wimbledon, jogando ao lado do boliviano Juan Carlos Prado Angelo. Logo na primeira rodada, eles eliminaram os peruanos Gonzalo Bueno e Ignacio Buse, cabeças 2, por 3/6, 7/5 e 10-8. Eles enfrentam na segunda rodada o neozelandês Jack Loutit e o australiano Edward Winter.

O Brasil no torneio juvenil de Wimbledon
O principal resultado do Brasil no torneio juvenil de Wimbledon foi o título de duplas do gaúcho Orlando Luz e o paulista Marcelo Zormann em 2014. Dois brasileiros já foram finalistas na chave de simples: O paranaense Ivo Ribeiro foi vice em 1957, superado pelo britânico Jim Tattershall. Dois anos depois, em 1959, o carioca Ronald Barnes também jogou uma final e foi superado pelo soviético Tomas Lejus.

Outro brasileiro a ter disputado uma final foi RicardoSchlachter, na chave de duplas em 1994, ao lado do eslovaco Vladimir Platenik. Na ocasião, eles chegaram a vencer Gustavo Kuerten e o equatoriano Nicolas Lapentti na semi, mas perderam a decisão para os australianos Ben Ellwood e Mark Philippoussis.

Ano passado, o catarinense Pedro Boscardin chegou às oitavas, enquanto o mineiro João Victor Loureiro foi à segunda rodada.

Entre as meninas, destaque para uma semifinal de duplas de Beatriz Haddad Maia em 2011, ao lado da russa Mayya Katsitadze. A chave feminina em 2022 contou com a paulista de 18 anos Ana Candiotto, que havia perdido na rodada final do quali, mas entrou na chave principal como ucky-loser graças à desistência da britânica Ranah Akua Stoiber. Logo na estreia, Candiotto desafiou a norte-americana Liv Hovde, principal cabeça de chave e número 6 do ranking, que marcou as parciais de 6/4 e 6/1. Hovde venceu o torneio preparatório na grama de Roehampton na última semana.


Comentários
  1. Neuton

    Menino joga muito. Grande futuro pela frente.
    15 anos e treinado pelo André Sá, parece que dinheiro não vai ser problema para evoluir na carreira.

    Reply
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