Brasil tem vitória empolgante, mas a Davis segue polêmica
Por Chiquinho Leite Moreira
setembro 18, 2023 às 1:05 pm

Sensacional a vitória no Brasil na Copa Davis. Marcar 3 a 1 na Dinamarca de Hoger Rune, numa superfície sintética é realmente empolgante. Assim como foi o resultado histórico do Thiago Monteiro, que venceu um jogo incrível diante do número 4 do ranking da ATP. Ceará sempre teve um jogo previsível, mas ao longo do tempo conseguiu algumas importantes melhorias e ganhou inclusive versatilidade para adaptar seu tênis a qualquer superfície. Aliás, toda a equipe comandada por Jaime Oncins e Marcos Daniel merece elogios. Thiago Wild tem um jogo exuberante, Felipe Meligeni Alves mostrou seu potencial ao furar o quali do US Open, Rafael Matos habilidoso nas duplas e Marcelo Demoliner reviveu seus tempos de simples, quando era treinado por Fernando Roese.

O caminho do Brasil na competição ainda é árduo. Só irá conhecer o próximo adversário em novembro e há muitas possibilidades de ter de enfrentar mais um grande desafio. Mas fica para a história esse resultado diante da Dinamarca. Desde 1999, nos tempos eufóricos de Gustavo Guga Kuerten, não conhecíamos um bom resultado em quadras europeias em confrontos da Davis.

Lembro bem dessa época. Estava em Lérida, na Espanha, e ao chegar a sala de imprensa, um integrante da organização – que já me conhecia do circuito – ironizou minha viagem. Insinuou que estaria perdendo tempo e dinheiro para ver o Brasil perder. Mas ao final, os espanhóis entraram em crise e crucificaram Carlos Moya.

Eram bons tempos da Davis. Quando ainda escrevia para o Estadão costumava definir a competição entre países como a mais empolgante do tênis. O país sede – em todas as fases – escolhia o tipo de piso, o local, a bolinha e tudo mais que poderia favorecer. É claro que houve exageros e por várias vezes a Confederação Brasileira de Tênis chegou a ser punida pelo comportamento da torcida e outras artimanhas para prejudicar o time adversário. Mas, não se pode negar que o clima era eletrizante.

As enormes alterações na Davis vieram para se tentar dar um up grade na competição. Afinal, alguns dos mais importantes jogadores do tour e que costumavam brigar pela liderança do ranking da ATP já não se interessavam mais em jogar pelos seus países. A justificativa é que desperdiçariam semanas importantes na luta pelos seus objetivos em um calendário já bastante apertado e concorrido.

Para o Brasil esse foi um confronto marcante. E há de se destacar o esforço e apoio da CBT, que jamais economizou esforços e recursos para dar boas condições para toda equipe. E agora, com este resultado, vê o retorno aos seus investimentos. Além disso, toda equipe ganha empolgação e confiança para o circuito profissional. Que venham novos desafios.

 

Na corrida do “GOAT” Djokovic lidera com folga
Por Chiquinho Leite Moreira
setembro 11, 2023 às 12:50 pm
By Eurosport

By Eurosport

É claro que muitos já o consideram, mas o Eurosport – um dos mais influentes canais de esporte do mundo – publicou um gráfico em que sugere que a corrida para o “GOAT” (o melhor de todos os tempos) ainda está em andamento. E coloca o número de conquistas de Grand Slams como o índice. Assim, como todos já sabem, Novak Djokovic lidera o masculino com folga com 24, seguido por Rafael Nadal, 22, e Roger Federer, com 20.

Há opiniões diferentes de quem deve ser considerado o GOAT, mas com o tempo o número de torneios do Grand Slam será o termômetro mais usado. Só que como ficou claro na conquista do US Open, Djokovic deve deixar essa discussão para mais tarde. Afinal, ainda tem muitas ambições pela frente e, sem dúvida, pelo que mostrou na final diante de Daniil Medvedev tem físico, tênis, técnica e mental para atingir números ainda mais expressivos.

Entendo assim, que muito sabiamente, Djokovic vai deixar a questão do melhor de todos os tempos surgir de maneira natural e já próximo de uma ainda distante aposentadoria. Serena Williams usou outros critérios para se considerar GOAT do tênis feminino, pois se retirou com um título a menos de Margareth Court. Enfim, isso demonstra que são utilizados vários fatores.

Para o tenista sérvio o mais importante foi o conjunto da obra para chegar onde está. Por isso fez questão de agradecer aos seus pais Srdjan e Dijana. Vindo de um país em guerra e sob bombardeios da OTAN, a família fez grandes sacrifícios para investir na carreira de Novak, a ponto de reunir economias para mandá-lo a Alemanha treinar com Niki Pilic (ex-tenista também originário dos Balcãs) que ajudou a formar outro campeão, Boris Becker.

Nesse clima, a festa foi entre familiares, amigos e equipe técnica. E para deixar claro que ainda tem planos ambiciosos, revelou na entrevista coletiva sua confiança. Perguntado sobre a rivalidade dos antigos jogadores e dos mais novos, respondeu categoricamente que vê todos com bons olhos, mas enquanto estiver vencendo todos o rumo segue sem alterações.

 

 

Semifinais femininas confirmam celebração da igualdade de prêmios
Por Chiquinho Leite Moreira
setembro 8, 2023 às 3:26 pm

Com a casa cheia e dois jogos emocionantes, as semifinais femininas do US Open confirmaram o entusiasmo na celebração dos 50 anos de igualdade de premiação entre homens e mulheres no Grand Slam norte-americano. Este assunto, porém, sempre foi muito polêmico. Começou já no ano de 1973 em Nova York, com protesto de vários jogadores. E a discussão seguiu nos anos em que os outros torneios também aderiram a igualdade. Isso foi na Austrália em 2001, em Roland Garros, em 2006 e, por último, em Wimbledon em 2007.

Até hoje, tenho a certeza, de que se forem perguntar aos jogadores do tour, ou mesmo aos que já deixaram o profissionalismo, muitos irão expor sua revolta. A maior alegação é a de que jogam em melhor de 5 sets, que as chaves dos Slams no masculino são bem mais equilibradas, enquanto o feminino passa menor tempo em quadra (trabalhando) e muitas sequer se desgastam na primeira semana.

A minha maior lembrança dessas sonoras reclamações vêm de Roland Garros. Em 2006, pressionado pelas irmãs Williams, o então presidente da Federação Francesa de Tênis, Christian Bimes, anunciou a igualdade de premiação. Depois, já com o torneio em andamento, praticamente todos os jogadores perguntados sobre o assunto não acharam justa a decisão, que já existia no AO e no US Open.

Eu sou da opinião de se tem quem pague a conta é justo. Ou seja, se existem patrocinadores interessados, apoio da torcida, como se viu nas semifinais em Nova York, e as transmissões de TV dão audiência, ora por que reclamar?

Posso ainda afirmar que os homens também foram beneficiados pela igualdade de premiação. Lembro bem de quando o BandSports tinha os direitos exclusivos na transmissão dos jogos da WTA, um certo ano, o Finals feminino elevou tanto a premiação que superou o ATP Finals. Na temporada seguinte, o tênis masculino também igualou ao feminino.

Também não vejo erro em as mulheres lutarem por prêmios maiores. E, por isso, os WTA 1000 e 500 irão sofrer alterações para os que forem jogados exclusivamente com chave feminina. Os chamados combinados (masculino e feminino) a igualdade nos prêmios vai demorar um pouco mais.

Essa de se reclamar e pedir prêmios maiores é muito comum no tênis (e acredito também na vida profissional de todos) vem de longe. Lembro bem do Yvgeny Kafelnikov dizendo que os tenistas deveriam ganhar o mesmo que os golfistas faturam, sem contar ainda que ficava indignado que as federações dos Slams sempre ficam com a maior parte do bolo. Enfim, nunca se consegue contentar a todos né.

Bia revela frustração, enquanto Alcaraz brilha, canta e dança
Por Chiquinho Leite Moreira
agosto 30, 2023 às 8:28 pm

Coisas que acontecem nesse mundo repleto de desafios. Enquanto Bia Haddad Maia, durante uma entrevista para a TV, revelava toda sua frustração em um semblante triste pela derrota na segunda rodada, diante da norte-americana Taylor Townsend, Carlos Alcaraz brilhou, cantou e dançou após sua estreia no US Open, na sempre eletrizante atmosfera do Arthur Ashe.

Sem a arrogância de muitas estrelas e sim muito pelo contrário, Bia confessou não ter jogado o seu melhor. Disse que se preocupou demais com a habilidosa adversária, que a americana foi mais corajosa nos pontos importantes. E assim ela deixou de apresentar o seu melhor. O resultado é realmente frustrante. Afinal, pode tirá-la do grupo das 20 primeiras do ranking da WTA e dificulta seu objetivo de estar no Finals. Mas não há dúvidas de que tem potencial para dar a volta por cima, embora esta seja uma derrota difícil de digerir. Só que um dos maiores segredos dos bons tenistas é justamente saber como esquecer, apagar, as decepções e criar ainda maior motivação para aperfeiçoar seu talento. Uma pena que a brasileira tenha deixado a chave de simples tão cedo. O momento fica para reflexão.

CAMISETA REGATA – Descontraído e carismático, Carlitos Alcaraz contou que desde o ano passado queria jogar o US Open com camisas sem manga. Eu particularmente acho horrível. Sei que ninguém está interessado na minha opinião, mas peço licença poética para dizer o que penso. A preocupação do jovem espanhol era de não querer estar muito parecido a Rafael Nadal. Mas este ano, ao entrar na competição com o status de número 1 do mundo, criou coragem e mostrou seu estilo.

Campeão em 2022, Alcaraz teve sorte na sua estreia e nem precisou terminar seu jogo, pois o adversário, o alemão Dominik Koepfer, desistiu por contusão. E numa festiva entrevista após a partida, comandada pelo ex-tenista, hoje treinador, Brad Gilbert, o carismático espanhol foi incentivado a performar uma música de sua playlist. Dármelas de Vagabundo, autoria do cantor, compositor e produtor musical colombiano, Sebastián Yatra, que estava na plateia. E ele não só cantou, como dançou e brilhou.

Para os curiosos, o principal refrão é assim: “Tatuarte la Biblia entera no te va ayudar a olvidarte de um amor que no se va a acabar/ Puedo estar con todo el mundo… nananana” Em português, alguma coisa assim: Tatuar a Biblia inteira não vai de ajudar a esquecer um amor que não vai acabar. Eu posso estar com todos… nananana.


Emoção marca vitória de Bia, em meio a um agitado bastidor
Por Chiquinho Leite Moreira
agosto 29, 2023 às 2:18 pm

O mais festivo dos quatro Grand Slams, o US Open, revelou já no primeiro dia de jogos da chave principal outra de suas características mais marcantes: a emoção. E esse sentimento ficou claro na boa vitória de Bia Haddad Maia, em acirrada disputa com a ex-campeã do torneio Sloane Stephens. E o mais legal é que mesmo diante de uma tenista da casa, a torcida brasileira ganhou tanta atenção durante a transmissão pela TV, que levou o entrevistador a pedir para a brasileira algumas palavras em português.

O clima, sempre eletrizante do torneio, vai ganhar destaque nos 14 dias de jogos da chave principal nesse espaço. Como sigo entre os credenciados gostaria de dividir as inovações do US Open. Neste ano temos links em que se pode acompanhar até mesmo as entrevistas coletivas ao vivo. O app do torneio também é bem interessante e vale a pena baixar.

E no behinds the scenes o que tomou conta dos colegas em Flushing Meadows foi, no mínimo, o desagradável comentário do polêmico Alexander Bublik. Após perder para o ex-campeão do US Open Dominic Thiem declarou: “I’m sick of giving careers back to disabled people”, ou seja ele já estaria doente, cansado, de devolver a carreira para jogadores incapazes. Mas não é a primeira vez que este habilidoso jogador se envolve em confusão. Certa vez afirmou que não tem qualquer amor ao tênis e joga apenas por dinheiro.

Talvez por conhecer este histórico de Bublik, Dominic Thiem esteve respeitoso e tranquilo ao comentar as declarações na entrevista coletiva. Com elegância deu de ombros para a questão e festejou sim sua vitória no Grand Slam em que já foi campeão.

Outro detalhe que chamou a atenção pelos corredores de Flushing Meadows foi o cheiro de maconha em algumas quadras próximas ao parque. Vários jogadores relataram isso. Maria Sakkari comentou o assunto. Disse que o cheiro era forte, mas não prejudicou sua atuação ou serviu de desculpa para sua derrota. “Estamos próximo a um parque público e cada um faz o que quer”, disse a grega, que chegou a chorar na coletiva, mas por um motivo bem mais preocupante. Após mais uma derrota na primeira rodada de um Slam, ela acha que vai precisar dar um tempo, cuidar de sua saúde mental para voltar mais forte”. Infelizmente esse é um problema que vem afetando diversos jogadores.

E se me permitem, com a presença no US Open por 21 anos, tenho razões de sobra para gostar muito de Roland Garros, mas quando me perguntam qual o melhor Slam para assistir, não tenho dúvidas em responder que é o de New York. E um detalhe chamou minha atenção nesses dias é a informação de que os ingressos chegam a custar 300 mil reais. Sem querer ser patrulheiro, mas na minha escola de jornalismo aprendi a checar informações. E foi o que fiz. Para a rodada deste dia 30 de agosto, por exemplo, há ingressos a 180,58 dólares. Encontrei um por 348 dólares no bom setor 115, fila A. Enfim, é claro que para as finais sempre existem os exploradores, mas pela facilidade de acesso – metrô tranquilo -, atmosfera festiva e ingressos no site, sem dúvida o US Open é uma boa opção para quem quer conhecer um torneio desse porte.

Só que nem tudo é assim tão simples. Um colega de longa data contou que para comer uma salada Caesar e uma garrafa de água pagou 34 dólares. Ele ficou indignado…

Vitória de Djokovic esquenta duelo de gerações
Por Chiquinho Leite Moreira
agosto 21, 2023 às 1:45 pm

Abraçados e sorridentes na cerimônia de premiação do ATP 1000 de Cincinnati o duelo de gerações ganhou novos ingredientes na atual rivalidade entre o número 1 do mundo, Carlos Alcaraz, e o 2, Novak Djokovic. A vitória do sérvio, talvez não apague a frustração de Wimbledon, mas deixa claro que este genial tenista ainda tem muito a dar, aos 36 anos – 16 a mais que espanhol – e revelar aos amantes do tênis espetáculos sensacionais, de altíssimo nível, como os dois apresentaram no último domingo.

Djokovic entrou como ‘estraga festa’ nos tempos mais intensos do “Fedal”. Agora segue muito forte e não restam dúvidas de que o sérvio vai ajudar Carlos Alcaraz a ser um jogador cada vez melhor. A vitória em Cincy foi marcada pela plena sabedoria do que fazer para superar tantos desafios.

A experiência teve um papel fundamental. Djokovic parecia preocupado com suas condições físicas. Mas soube como dosar as energias para chegar ao resultado final, após 3h50 de uma verdadeira batalha de titãs. Esperto também conseguiu quebrar o clima. E com uma frase marcante “Garoto (Alcaraz) você nunca desiste, Jesus Cristo”, tirou o espanhol do choro e o levou ao seu já conhecido largo sorriso. Mais do que o 39.º título de ATP 1000, este jogo fez muito bem ao tênis. Um esporte tão apaixonante segue repleto de emoções.

NOVA CARA – Com Carlos Alcaraz, entre vários outros nomes, o tênis – masculino e feminino – vem com uma nova geração de grandes talentos. E pelo licença para mudar um pouco de assunto e revelar que o TenisBrasil também vem de cara nova por aí.

Comandado pelo jornalista José Nilton Dalcin, o TênisBrasil é um site de vanguarda. Há algumas décadas, quando sequer se falava em blogs, Dalcin apresentou-me uma proposta para contar minha experiência no circuito mundial, entre as várias coberturas internacionais. Inauguramos na época o “Recado do Chiquinho”, que depois foi rebatizado de Tênis.comChiquinho. A ideia é mostrar as várias facetas do esporte, com diversas opiniões e histórias.

Qualifying do US Open é um show à parte
Por Chiquinho Leite Moreira
agosto 4, 2023 às 1:51 pm

Há tempos costumo definir o US Open como a Disneylândia do tênis. É, na minha opinião, o mais festivo e eletrizante dos torneios do Grand Slam. Recomendo sempre pelo menos uma sessão noturna no Arthur Ashe… experiência inesquecível. Só que os americanos sempre se superam. E a USTA transformou, nos últimos anos, o qualifying num show à parte. Em 2022 foram mais de 120 pessoas acompanhando os jogos de qualificação entre muitas outras atrações.

O qualy não costuma ser um torneio muito animador e nem sempre merece uma atenção especial. Em Wimbledon, por exemplo, os jogos sequer são disputados no All England Club. A qualificação vai para o clube Roehampton. Lembro que certa vez fui acompanhar uma tenista brasileira e era um gramadão com uma quadra ao lado da outra. E uma delas parecia até um pouco inclinada. Um clima nada animador. Mas vi também que as instalações melhoraram bastante e nesse ano, por exemplo, o símbolo do Grand Slam inglês aparecia por todos os lados, proporcionando aos jogadores e acompanhantes um certo glamour.

Em Roland Garros não é muito diferente. A qualificação é praticamente toda jogada nas quadras que ficam lá atrás da Suzanne Lenglen. Existe até uma espécie de barreira para o público ficar restrito a esta parte do complexo. E a esplendorosa Philipp Chatrier só pode ser admirada de longe.

Ah! mas em Nova York o público é incentivado a visitar a Arthur Ashe, a Louis Amstrong (que já foi o palco principal) ir também ao Grand Stand e testemunhar e conhecer como os grandes astros do tênis se prepararam para um torneio de tamanha importância. Os treinos nessas quadras são liberados ao público.

E tem mais: os ingressos são gratuitos. Mas é necessário fazer um registro no fanpass.usopen.org. Há também a disposição vip seats, cadeiras especiais para ver algumas exibições de lendas do tênis. Ainda pode-se na sexta feira acompanhar o Media Day, quando as maiores estrelas do esporte participam de entrevistas e programas que antecedem a chave principal.

Essa Fan Week é uma atração para toda a família. Em 2023 em comemoração aos 45 anos de parceria da Wilson com o US Open serão distribuídas 40 mil raquetes juniors. Também todos os concessionários do torneio estarão com as portas abertas para almoços, lanches e os famosos drinks da Grey Gosse, em copos que depois viram porta canetas… com as inscrições dos campeões do torneio.

Nas quadras de jogos são duas chaves, masculina e feminina, de 128 jogadores, em busca das 16 últimas vaga da principal. Segundo o entry list que recebi esta semana entre os homens aparecem nomes como Diego Schwartzman, David Goffin, Kevin Anderson, Fabio Fognini e Lucas Pouille, entre outros que frequentaram o grupo dos dez primeiros do ranking da ATP. No tênis brasileiro aparecem Felipe Meligeni Alves e Thiago Wild, entre outros. No feminino, há estrelas como Eugenie Bouchard – semifinalista no AO em RG e finalista em Wimbledon – Vera Zvonareva, Taylor Tousand, Coco Wandeweghe, Kiki Mladenovic, Sara Errani, a grande promessa Brenda Fruervirtova e as brasileiras Laura Pigossi e Carol Meligeni Alves. Além da vaga na chave principal, são distribuidos na qualificação mais de US$ 1 milhão em premiação.

Enfim, por tudo isso, o US Open confirma sua vocação para ser a Disneylândia do tênis…

ITF divulga regras da Olimpíada e assegura elegibilidade de Nadal
Por Chiquinho Leite Moreira
julho 28, 2023 às 2:48 pm

A pouco menos de um ano para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, a ITF (Federação Internacional de Tênis) divulgou as regras de elegibilidade, sem grandes novidades, mas chama atenção o artigo 2 letra a: jogadores que tenham se afastado do tênis competitivo por lesão ou doença, claramente comprovadas por registros médicos estarão aptos a disputar Paris 24. E isso abre a brecha para que Rafael Nadal, mesmo afastado do circuito, e com intenções de voltar apenas no ano que vem, possa incluir em sua provável tournée de despedida a disputa de medalha olímpica.

É claro que não passaria na cabeça de nenhum dirigente da federação internacional não dar uma vaga a um supercampeão. Mas agora fica em aberto a necessidade de Nadal ser convocado para a Copa Davis durante o chamado ciclo olímpico. Aliás, o regulamento recém divulgado também não exige que o tenista jogue a Davis, mas sim o fato de apenas ser nomeado para a equipe já garantiria a elegibilidade.

Em recente conversa com colegas espanhóis via whatsapp fiquei sabendo que Nadal estaria até disposto a jogar a Davis para poder disputar a Olímpiada. Segundo me falaram, o tenista espanhol ainda teria o sonho de formar dupla na Olímpiada com Carlos Alcaraz, o que seria sensacional, sem dúvida alguma.

Nadal está de férias, aliás como curiosidade apenas, o mês de agosto na Europa muitos negócios fecham suas portas, pois é um período que praticamente todos aproveitam para descansar. E nestes últimos dias, Toni Nadal afirmou que seu sobrinho está ansioso para voltar às quadras.

Segundo o informativo da ITF, o torneio olímpico de tênis será jogado em Roland Garros no período de 27 de julho a 4 de agosto. As chaves de simples, masculino e feminino, serão de 64 jogadores. 56 tenistas entram direto, de acordo com o ranking de 10 de junho de 2024. Seis vagas ficam reservadas para critérios que difundem o esporte ao redor do mundo. Assim, mesmo um tenista sem bom ranking pode jogar numa Olimpíada até por questões geográficas, garantindo uma vasta inclusão. Há ainda um lugar reservado para o país sede e outra universal.

O torneio olímpico ainda contará com uma chave de 32 duplas, masculina e feminina, (uma vaga para o país sede), assim como 16 duplas mistas.

Rei Carlos é coroado em Wimbledon
Por Chiquinho Leite Moreira
julho 16, 2023 às 8:32 pm

Se alguém na terra poderia ganhar de Novak Djokovic numa final de Grand Slam, este cara seria Carlos Alcaraz. O comentário que ouvi nestes recentes dias, acabou se confirmando. Mas não sem méritos e competência. Tudo a ponto de merecer sinceros elogios do perdedor ao final da partida. Mas, vamos com calma, este resultado ainda não representa a “troca da guarda”. O sérvio tem muito a mostrar e será sim, uma espécie de tenista experiente entre os jovens e valiosos talentos. Afinal, como ele mesmo disse com ironia, nas semifinais, sente-se muito feliz em “fazer parte desta nova geração”.

Novak Djokovic jogou com maestria. E no primeiro set deixou a impressão de que não permitiria jamais que seu domínio nos últimos Slams fosse ameaçado. Só que esteve diante de um genial adversário. Alcaraz conseguiu um feito que parecia impossível: derrotar o sérvio na quadra central do All England Club, palco em que não perdia há dez anos.

Sem torcida, mas acho muito legal que estas coisas aconteçam. Dizem que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes. Só que para o tênis espanhol esta regra não funciona. Depois de Rafael Nadal, agora Alcaraz volta a imperar na grama. E como confessou Djokovic, ele acharia difícil ter o jovem espanhol pela frente no saibro, “mas agora também na grama”. E esta expectativa marcou o touro miura. Em razão de seu estilo achou-se que seria apenas o rei do saibro, mas dominou todos os pisos.

Gente isso é apenas uma forma de destacar a versatilidade de Alcaraz. Não de ficar exaltando Nadal (que é claro merecedor de todos elogios) como muitos acham que seria meu perfil. Ambos espanhóis são geniais e ponto. Ninguém ganha um Grand Slam por acaso e Djokovic sabe disso por 23 vezes. É claro que o sérvio segue com grande favoritismo para o US Open.

Para quem gosta realmente de tênis, vejo como muito legal o surgimento desta nova geração. Ainda sob o domínio absoluto do big 3 apareceu o “Next Gen”, com tenistas como Dominic Thiem, Alexander Zverev, Andrey Rublev, Stefano Tsitsipas entre outros. Só que o “New Next Gen” veio também muito forte, com Alcaraz, Sinner, Rune etc.

Isso é o tênis se renovando, criando novos ídolos e para mim fica a torcida pela beleza do esporte bem jogado. Somos felizes por termos sido contemporâneos de Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, mas somos felizardos em presenciar também o aparecimento de novos talentos.

Esta situação também se revela no feminino. Afinal, a modalidade está num momento bem curioso, aberto a várias tenistas. Marketa Vandrousova apareceu sem ser cabeça de chave e conquistou o título diante da preferida da torcida, a tunisiana Ons Jobeur. São também novas caras surgindo e nos presenteando com um belo tênis. Viva o tênis…

Wimbledon terá a final dos sonhos
Por Chiquinho Leite Moreira
julho 14, 2023 às 7:27 pm

O duelo de gerações é o pano de fundo para a final dos sonhos no torneio masculino de Wimbledon 2023. Com apenas 20 anos, Carlos Alcaraz pode igualar-se a nomes como Mats Wilander, Bjorn Borg, Boris Becker e Rafael Nadal, jogadores que antes de completarem 21 anos já tinham dois troféus de Grand Slam na prateleira de casa. Mas para isso terá de superar um super jogador. Novak Djokovic está em busca do 8.º título no All England Club, não perde um jogo na quadra central deste clube há dez anos e ainda pode chegar ao impressionante número de 24 Slams, sem contar que briga para retomar a liderança do ranking.

Os ingredientes desta final são saborosos. É mesmo gostoso saber que a partida pode ter tons épicos e determinar um capítulo importante da história do tênis. Entre os assuntos que envolvem este torneio achei interessante um comentário – que já revelei e peço licença em repetir – de que Djokovic pratica um outro esporte, que os outros jogadores ainda não aprenderam. Mas, sem dúvida nenhuma, dá para afirmar que Carlito aprende rápido e talvez seja capaz de até dar uma lição ao mestre.

Djokovic está acostumado a estes momentos e interferências. Na semifinal diante de Jannik Sinner sofreu uma punição raramente aplicada no tênis, o hindrance, um obstáculo em tradução literal, mas que no tênis significa que algo estranho ao ponto atrapalhou a jogada. E um grito um pouco mais longo e contínuo do sérvio foi o suficiente para o árbitro de cadeira dar o ponto para Sinner.

A rígida decisão do árbitro não foi suficiente para abalar o experiente Djokovic. Mas, inteligente como é, não poderia deixar passar em branco e na entrevista pós jogo confessou sua surpresa e afirmou que nestes seus longos anos de carreira jamais havia enfrentado essa punição. Sei lá não gosto de ficar criticando, mas nos últimos torneios juvenis que vi aqui pelo Brasil se a regra do hindrance fosse aplicada, não teríamos jogos em alguns duelos, com tenistas estendendo o grito até a bolinha cruzar a quadra. A artimanha pode até levar a ganhar um ponto, mas jamais levará a vitória na carreira de tenista.

De volta ao que há de melhor no tênis, Alcaraz demonstrou – como era de se esperar – grande respeito pelo seu adversário de domingo. E com todo apoio da torcida revelou que não faltará luta para buscar o seu primeiro título de Wimbledon.

A expectativa é grande e como prognóstico não hesito em dizer “que vença o melhor”.