
Amelie Mairesmo, diretora do torneio, diz que é difícil imaginar RG sem Nadal. Será que a tão falada troca da guarda está chegando?
A chamada “New Next Gen” segue fazendo sucesso, para nosso conforto. Carlos Alcaraz voltou a brilhar em Barcelona ao conquistar, com todos os méritos, o 9.º título de sua ainda precoce carreira, batendo na final o grego Stefano Tsitsipas em sets corridos. Em Munique, o também jovem tenista, o dinamarquês, Holger Rune sofreu diante do holandês Botic van de Zandschulp, mas depois de salvar quatro match points levantou o 4.º troféu como profissional.
Esses resultados mostram que há muito bom tênis para se admirar, com estes novos astros. já no presente e, certamente, por um longo período. Vejo que o circuito está repleto de bons jogadores, habilidosos, carismáticos e que valem cada centavo do ingresso pago. E o legal é que vários já contam com uma forte torcida e inúmeros seguidores. Recentemente até recebi mensagem para seguir (e assim fiz) um grupo no Twitter aqui do Brasil que acompanha tudo da carreira de Alcaraz.
Agora, como o mundo atualmente está um pouco chato, deixo claro que as conquistas deste fim de semana são manchetes em todo o mundo. Mas chamou minha atenção o destaque dado por diversos colegas da imprensa europeia. Senti que há uma grande preocupação sobre o futuro de Rafael Nadal e Novak Djokovic para Roland Garros. Afinal, ambos estão fora de Madri esta semana e não apresentaram bons resultados, recentemente. É claro que o sérvio ganhou o Australian Open no início do ano, mas me refiro as últimas semanas. Confesso que me sinto triste em ter de ficar explicando tudo para evitar a polarização. Gostava mais do tempo em que “para bom entendedor meia palavra basta’. Mas vamos em frente…
A verdade é que, não sem motivos, a imprensa espanhola destaca que com a desistência do ATP 1000 de Madri, Rafael Nadal vai chegar sem ritmo para Roland Garros. E se Djokovic ganhou um Grand Slam – o que não é nada pouco, muito pelo contrário – o espanhol só jogou quatro partidas este ano. Começou a temporada, na United Cup, perdendo para Alex de Minaur e Cameron Norie em três sets para ambos. Depois no AO estreou com vitória sobre Jack Draper e na derrota para Mackenzie McDonald já apresentou os problemas físicos que esperava estar solucionado em 8 semanas, mas perdura até hoje.
Difícil prever o futuro próximo de Nadal. Prefiro não apelar para o jornalismo especulativo e acreditar nas palavras do próprio tenista espanhol, em que as coisas se resolvem a cada dia que passa. O melhor é aguardar, pois se em Madri as condições – quadra um pouco mais rápida – não são as ideais para sua volta, Roma já é bem diferente e Roland Garros então nem se fala.
Situação pouco confortável também enfrenta Novak Djokovic. Forçado a abandonar a temporada de saibro, a jornalista francesa Carole Bouchard lembra que o sérvio já apresentou sintomas de que nem tudo estava bem em Monte Carlo e em Banja Luka. E não há dúvidas de que a derrota para o virtual campeão Dusan Lajovic selou a decisão do número 1 do mundo que o melhor seria se tratar, recuperar o cotovelo e o físico, pois sua condição atual não lhe permite competir no seu melhor.
Djoko tem 1870 pontos para defender no saibro. Ano passado foi campeão do Sérvia Open, semifinalista em Madri, campeão em Roma e alcançou as quartas de final de Roland Garros. Esta situação pode lhe custar a liderança do ranking. Mas, sinceramente, no atual estágio da carreira do sérvio acredito que para ele é muito mais importante conquistar títulos do Grand Slam, do que propriamente manter a condição de número 1 do mundo.