Neste oitavo artigo da série sobre tênis infantil, damos dicas de jogos simples e divertidos que podem ser realizados entre pais e filhos ou entre professores e alunos, para facilitar o aprendizado do saque.
Você já pode ter lido em algum lugar que um tenista é tão bom quanto for seu segundo saque. Em um ponto decisivo, o bom sacador possui a confiança necessária para soltar o braço no primeiro saque, pois sabe que o segundo, com bastante efeito e soltura também, vai dar conta do recado.
O saque é o golpe mais importante do jogo de tênis. Com ele, o jogador pode iniciar o ataque de cara ou, caso não tenha este fundamento bem desenvolvido, ser vitimado por uma resposta de saque avassaladora. Ainda assim, muitos tenistas não dedicam tempo adequado para aprende-lo e aperfeiçoá-lo.
Antigamente, o ensino do saque era feito por partes (Método analítico). Hoje, já se sabe que o movimento completo (Método Global) deve ser estimulado desde o princípio. Se quiser praticar algum ponto específico do saque (a pronação ou o lançamento, por exemplo), não deixe de voltar ao golpe completo na mesma aula ou sessão de treino.
Para começar, algumas informações importantes:
1. Como você já aprendeu no artigo anterior, a habilidade de arremessar uma bola dá origem à habilidade de rebater uma bola por cima da cabeça. Brincar de arremessar bolas (jogando handebol, queimada ou futebol americano) e dardos (aquele do atletismo) é altamente recomendável.
2. O lançamento da bola para cima (toss, em inglês) é a outra habilidade componente do saque e brincar de malabarismos com bola, usando as duas mãos - sem raquete -, também é recomendável!
3. A coordenação entre os dois braços deve ser estimulada desde o princípio, pois os dois movimentos estão intimamente relacionados. Não dá para separá-los. O ensino da empunhadura (Continental) pode ser realizado de maneira gradual
4. Organizar atividades onde os praticantes trabalham em duplas é extremamente útil em todos os níveis: enquanto um arremessa, o outro recebe a bola; enquanto um saca, o outro pratica a resposta de saque.
E, VAMOS AOS JOGOS!
5, 6, 7 anos: várias crianças podem brincar juntas num grande circuito: "bola ao alvo" (arremessando bolas de tênis em arcos presos na cerca da quadra), "basquetebol maluco" (fazendo cestas de baixo para cima, lançando bolas de tênis em aros simples ou de basquetebol); "bola-bola" (arremessando uma bola em outra, que é lançada pela própria criança, imitando o movimento do saque completo); "saque prá valer" (sacando com a raquete por cima da rede), etc.
FACILITANDO: comece cada estação com desafios possíveis e vá aumentando a distância, altura dos alvos, distância da rede para sacar, etc. Marque cada estação por tempo, sem valer pontos.
DIFICULTANDO: além de aumentar as distâncias, cada estação pode marcar pontos por tarefa cumprida (número de bolas arremessadas dentro do arco, número de bolas lançadas de baixo para cima na cesta, número de bolas arremessadas na outra bola, número de saques por cima da rede, e assim por diante), preferencialmente por equipes.
DICA: tarefas em circuito podem não pegar na primeira tentativa, pois perde-se um certo tempo para explicar cada estação. Você pode dar uma tarefa/desafio por aula antes de reuni-las num circuito
8, 9, 10 anos: um jogo campeão para estimular a pronação do arremesso por cima da cabeça é o tênis-rugby, que usa a sensacional bola de futebol americano. Dividir a classe em equipes de mesmo número, colocar cada equipe em um dos lados da quadra de tênis, disputando um game com revanche usando esta bola, obviamente sem raquete.
FACILITANDO: com apenas dois competidores, usar apenas a área de um quadrado de saque de cada lado.
DIFICULTANDO: aumentar a área do jogo. Com equipes grandes, estabelecer um rodízio de posições para que todos tenham oportunidade de iniciar o ponto com um arremesso.
DICA: esta bola requer um pouco de prática antes de jogos deste tipo. Pratique o arremesso com a bola de rugby primeiro em duplas, em distâncias menores, para que todos pratiquem bem arremessar e receber. Nos bons arremessos, a bola vai "certinha", com uma das pontas na direção pretendida.
10, 11, 12 anos: a criança já deve conseguir controlar direção e profundidade em seus saques. Aprender a sacar o segundo também é importante, pensando que ela complete seu aprendizado técnico por volta dos 12, 13 anos. Dependendo do que precisar trabalhar, você pode colocar alvos no quadrado de saque que valem pontos "bônus" ao longo da partida. Exemplos: marque com fita crepe ou desenhe uma linha no saibro, paralela e distante a um palmo dentro do quadrado de saque (profundidade); coloque duas tampinhas de tubos de bolas delimitando "gols" no canto esquerdo ou direito do quadrado de saque (direção); amarre um elástico de um lado ou outro acima da rede (efeito e altura). Se durante a partida os jogadores acertarem os alvos, marcam o ponto "bônus".
FACILITANDO: use áreas maiores para os alvos, coloque o elástico mais perto da altura da rede.
DIFICULTANDO: diminua a área alvo, aumente a altura do elástico, dê apenas uma chance para cada jogador sacar.
DICA: você deve estar percebendo a esta altura que qualquer drill pode virar um jogo!
13 anos em diante: Jogar várias partidas curtas, por exemplo tie-breaks até 7 pontos, com apenas uma bola para sacar, estimula o jovem a se acostumar com a emoção de sacar bem nos pontos importantes. Ah, e não dá para sacar bem sem praticar....O tenista norte-americano já aposentado Pete Sampras sacava com alvos cerca de 100 bolas por dia. Os dividendos apareceram: ele era capaz de sair do 0 a 40 com três aces, realizando um movimento simples de saque, sem "cacoetes" desnecessários. Federer segue pela mesma trilha. Sacar é um movimento que só depende de você e dominar este fundamento é irado! Pratique hoje mesmo.
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