Londres (Inglaterra) - Após uma rodada em que dois jogos na Quadra Central de Wimbledon terminaram com desistências, Roger Federer disse entender a frustração do público e propõe mudanças nas regras que reduzam o número de atletas que abandonam seus jogos pela metade.
"Quando eu saí de quadra, dava para sentir um pouco da decepção do público. Eles não podiam acreditar que aquilo estava acontecendo novamente, exatamente na mesma situação", disse Federer, que vencia o ucraniano Alexandr Dolgopolov por 6/3 e 3/0, quando o rival deixou a quadra por lesão no tornozelo direito.
"Eu sinto muito pelo público, porque eles estão lá para assistir bons jogos de tênis. Pelo menos, eles viram que dois de nós [Ele e Novak Djokovic] demos tudo o que tínhamos e que os outros jogadores pelo menos tentaram", avalia o suíço, que atuou logo após a vitória de Djokovic sobre Martin Klizan por 6/3, 2/0 e desistência.
Assim como disse o sérvio, Federer aponta o modelo que tem sido testado pela ATP este ano como uma possível solução para reduzir o número de desistências. O valor que um tenista eliminado na primeira rodada ganha é de 35 mil libras esterlinas.
Na regra adotada pelo circuito masculino, um atleta que entra diretamente na chave e não tem condições físicas de atuar pode optar receber a premiação integral da primeira rodada e dar sua vaga no torneio a um lucky-loser.
"É muito dinheiro. Para alguns faz mais diferença, para alguns nem tanto", comentou Federer. "No nível ATP, você pode não jogar e ainda assim receber a premiação em dinheiro duas vezes por ano. Talvez os Grand Slam devam adotar algo parecido".
"Um jogador não deve entrar em quadra se ele souber que ele não poderá terminar a partida. A questão é: Eles realmente acreditavam que eles iriam conseguir terminar? Se eles acham que sim, tudo bem que eles entrem em quadra. Caso contrário, eu acho que eles deveriam desistir da vaga", completou o suíço, que enfrentará o sérvio Dusan Lajovic na próxima rodada.