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Djokovic faz duras críticas por adiamento de jogo
11/07/2017 às 18h27

Adiamento de partida das oitavas faz com que Djokovic atue em dois dias seguidos. Sérvio também questiona a qualidade das quadras

Foto: Divulgação

Londres (Inglaterra) - Mesmo com a vitória sobre Adrian Mannarino nesta terça-feira e a vaga garantida nas quartas de final em Wimbledon, Novak Djokovic fez duras crít‫icas à organização do Grand Slam britânico. O motivo foi o adiamento da partida das oitavas, inicialmente previsto para a última segunda-feira na Quadra de Número 1. Por conta da longa duração do jogo entre Rafael Nadal e Gilles Muller, foi cogitada a mudança de quadra, mas a direção do torneio preferiu realizar a disputa no dia seguinte.

"Foi um longo dia tanto para Mannarino quanto para mim", disse Djokovic após a vitória por 6/2, 7/6 (7-5) e 6/4. "Estávamos programados para jogar depois de uma partida épica entre o Nadal e o Muller. É claro que não ter o tiebreak do quinto set e, tendo em mente também que a grama é a superfície mais rápida, é difícil de prever quando a partida vai terminar. Foi um desses dias em que você teve que se aquecer e esfriar enquanto espera para entrar em quadra".

O sérvio deu detalhes sobre como foi a conversa para tentar realizar o jogo ainda na segunda-feira. "Nós fomos ao escritório do árbitro antes das 20h. Falamos com o árbitro e supervisores tentando entender a linha de raciocínio deles. Eles alegaram razões de segurança e essas foram as únicas explicações que nós recebemos".

"Eu simplesmente não via nenhuma lógica em não nos colocarem na Quadra Central. Acho que foi uma decisão errada, porque poderíamos ter jogado. A última partida na Quadra Central [entre Roger Federer e Grigor Dimitrov] terminou antes das 19 horas. Tendo em mente que a quadra tem um teto e iluminação, poderíamos ter jogado até as 23 horas", avaliou o tricampeão de Wimbledon.

"Se os donos de ingressos da Quadra 1 não poderiam entrar na Quadra Central, e os donos de ingressos da Central estavam no Henman Hill, bastaria fazer um anúncio e levá-los para a quadra. Mas a decisão foi tomada e isso é tudo. Eu rapidamente virei a página e já me concentrei no que eu precisaria fazer hoje. Venci em sets diretos e isso basta. O importante é que o jogo de hoje não teve nenhuma interrupção", comenta o número 4 do mundo.

"Obviamente, eu não estava feliz em não jogar ontem. Seguraram a gente durante duas horas e meia sem que soubéssemos o que iríamos fazer. Finalmente, quando aquela partida [entre Nadal e Muller] terminou, pensamos: 'Ok, temos duas horas e meia, podemos ir para a Quadra Central, mas eles nos disseram: 'Não, vai demorar muito para levar o público para lá'. Enfim, foi uma noite frustrante, devo admitir".

Djokovic também admitiu que queria ver um tiebreak do quinto set, o que proporcionaria uma solução para a programação. "Eu simplesmente não vejo nenhum motivo por que não. Porque [John] Isner e [Nicolas] Mahut fizeram uma história com uma partida de 11 horas uma vez? É essa a razão pela qual estamos mantendo isso?"

Outra queixa do sérvio é sobre o estado das quadras, que ele considerou de qualidade inferior à dos anos anteriores. "Eu mencionei que há um buraco no meio da Quadra para o árbitro e ele me pediu para mostrar, o que eu fiz no final. Ele não ficou muito satisfeito", acrescentou Djokovic. "As quadras não estão boas este ano e muitos jogadores sentem o mesmo. Estou certo de que as pessoas que cuidam delas são as melhores do mundo, mas a grama é a superfície mais complexa para se manter".

Sobre um problema no ombro, que o fez pedir dois atendimentos médicos na partida, Djokovic teve poucas palavras. "Vamos ver. Tem algo que fica incomodando por um tempo, mas ainda estou conseguindo jogar", afirmou o sérvio que enfrenta o tcheco Tomas Berdych nesta quarta-feira pelas quartas de final. O ex-líder do ranking tem 25 vitórias e apenas duas derrotas contra seu próximo rival no torneio.

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