Campeã da chave feminina do US Open, Sloane Stephens tem uma relação curiosa com o Brasil. A norte-americana de 24 anos, que conquistou o Grand Slam americano ao derrotar a compatriota Madison Keys por 6/3 e 6/0 neste sábado, marcou seus primeiros pontos no ranking da WTA em torneios disputados em solo nacional há quase uma década.
Em outubro de 2007, quando tinha apenas 14 anos, Stephens tinha acabado de disputar o torneio jvuenil do US Open e veio ao saibro brasileiro para a disputa de seus dois primeiros torneios de sua carreira profissional, nas cidades paulistas de Itu e Serra Negra.
Stephens era a mais jovem em um grupo de cinco jogadoras dos Estados Unidos, nascidas entre 1991 e 1993. Também se destacariam futuramente Nicole Gibbs e Christina McHale, que chegaram ao top 100, enquanto Allie Will e Beatrice Capra nunca chegaram ao grupo das 200 melhores.
Como ainda não aparecia no ranking, a então jovem de 14 anos entrou em qualificatórios com muitas vagas disponíveis para torneios de US$ 10 mil, premiação mínima para o circuito na época e porta de entrada para o circuito profissional.
Em Itu, Stephens venceu a local Juliana Fernandes e a argentina Fernanda Perrota pelo quali e ainda derrotou a peruana Claudia Razzeeto na primeira rodada da chave principal, antes de cair para a argentina Mailen Auroux.
Já em Serra Negra, a americana passou por Gabriela Scaff Haddad e pela argentina Ornella Caron durante o quali e depois venceu a portuguesa Carla Caetano antes da derrota para a catarinense Fernanda Hermenegildo nas oitavas de final. Stephens ainda jogou duplas ao lado de McHale e chegou às quartas.
Depois da breve passagem pelo interior paulista, Stephens só voltaria a competir no Brasil no ano passado, durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Depois de ter sido eliminada pela canadense Eugenie Bouchard logo na rodada de estreia, a americana que então ocupava o 25º lugar do ranking anunciou que não disputaria o US Open por uma lesão no pé esquerdo.
A espera até o retorno às competições foi de onze meses. O período mais difícil foi entre janeiro e abril deste ano, quando ela ficou sem poder caminhar normalmente, recuperando-se de uma cirurgia no pé após ser constatada uma fratura por estresse.
De volta às quadras em Wimbledon, Stephens precisou do ranking protegido para entrar no Grand Slam britânico e ao não defender a campanha até a terceira rodada cairia do 336º para o 901º lugar. Ela chegou a ocupar a 957ª posição em julho antes de iniciar uma espetacular reação. Semifinalista em Toronto e Cincinnati, Stephens voltou ao top 100 e já está no 83º lugar e a campanha até o título em Nova York recoloca a ex-número 11 do grupo das 20 melhores do mundo.