Barcelona (Espanha) - Ainda que a Espanha não atue na rodada deste fim de semana pela Copa Davis, uma notícia abalou o ambiente do tênis no país. A ex-número 2 do mundo Conchita Martínez deixa o cargo de capitã das equipes da Davis e também da Fed Cup. A decisão foi tomada pela Real Federação Espanhola de Tênis (RFET).
Por meio de nota publicada no site oficial da entidade nesta quinta-feira, a RFET confirmou a saída de Conchita. "O Conselho de Administração da RFET decidiu, após consenso geral, rescindir o contrato de Conchita Martínez como capitã das equipes espanholas da Copa Davis e Fed Cup".
"Na reunião realizada nesta manhã em Barcelona, os membros do Conselho concordaram unanimemente que é necessária uma mudança na direção de nossos times profissionais, destacando 'o excelente trabalho que fez Conchita Martínez nesses anos à frente das equipes mais emblemáticos do nosso tênis'", acrescenta a entidade. "Decidimos mudar, apoiados por um consenso geral, enfrentar novos desafios em 2018 com nossas equipes".
Conchita comanda o time da Fed Cup desde 2013, quando substituiu a ex-número 1 Arantxa Sánchez. Já a relação com a equipe masculina é mais recente e foi iniciada em 2015, em meio à polêmica troca de Carlos Moyá por Gala León, que nem chegou a comandar o time em algum confronto.
Com as mulheres, capitã não conseguiu fazer o time avançar de fase no Grupo Mundial, precisando de playoffs em todas cinco temporadas. As espanholas chegaram a jogar um playoff do Grupo Mundial II em 2015, que poderia rebaixá-las ao Zonal.
Já com os homens, Conchita pegou a equipe às vésperas do confronto contra a Rússia pelo Grupo I em julho de 2015. Com o time muito desfalcado e a derrota em Vladivostok, os espanhóis tiveram que vencer a Dinamarca em setembro para evitar o rebaixamento e também superaram Romênia e Índia no ano seguinte para voltar ao Grupo Mundial em 2017, quando venceram a Croácia na estreia e perderam da Sérvia nas quartas.
A agora ex-capitã também se manifestou por nota e expressou seu descontentamento: "É muito ingrato tomar as rédias do barco durante uma tempestade e ser deixada de lado depois que quando você consegue tranquilidade e o compromisso. Supunha-se que, com a chegada da nova diretoria, a situação mudaria, mas é mais do mesmo, o tênis ainda não é uma prioridade".
"Minha motivação e o desejo permanecem intactos, como no primeiro dia. Eu gostaria de continuar, mas a decisão foi unilateral, por parte da RFET. Acho que, depois de toda minha contribuição e envolvimento com o tênis espanhol, não merecia que o fim fosse dessa maneira, na minha opinião, tão desrespeitoso".