Madri (Espanha) - O ano de 2017 do espanhol Rafael Nadal não será marcado apenas pelos dois títulos de Grand Slam (Roland Garros e US Open) e pelo retorno ao topo do ranking. Um outro ponto de destaque é o fato do canhoto de Mallorca fazer sua última temporada ao lado do tio Toni, seu treinador desde os tempos de criança.
"Minha relação com ele sempre foi boa, meu tio é uma pessoa sensível e com um caráter forte. A verdade é que era muito mais duro quando eu era pequeno. Ele não é alguém que te elogia gratuitamente e não vai fazer você acreditar que está jogando bem se não estiver", declarou o número 1 do mundo em entrevista ao AS.
"Quando eu era mais jovem tivemos alguns treinos mais tensos, mas ele sempre estava querendo o meu bem. Às vezes eu ficava bravo com ele, mas depois quando passava o calor do momento eu sempre entendia o que ele queria", acrescentou Nadal.
A alternativa já pensando na aposentadoria de Toni no fim deste ano foi acrescentar o compatriota Carlo Moyá ao time. "Foi um ano fantástico, trabalhamos muito bem e ele formou uma ótima equipe com Toni e Francis (Roig). Neste ano foi ele que fez meu calendário e programou os treinamentos. Vivemos um outro momento, vamos nos adaptando e levando da melhor maneira possível", contou.
"Moyá trouxe ideias novas, métodos de trabalho diferentes e tudo isso funcionou bem", complementou o canhoto espanhol, que apesar da excelente temporada que teve não pretende, em um primeiro momento, reduzir o calendário para 2018.
O exemplo do suíço Roger Federer, que jogou bem menos que Nadal neste último ano, foi relativizado pelo espanhol. "Com ele funcionou bem, mas quando você joga pouco é fácil entrar em um buraco de desconfiança. Minha ideia é tentar cortar algum torneio, mas tudo vai depender dos resultados", explicou.