Paris (França) - A campanha surpreendente do italiano Marco Cecchinato em Roland Garros já está sendo comparada com a de Gustavo Kuerten em 1997. Na ocasião, o brasileiro, com 20 anos, saiu do ranking 67º do ranking mundial para o título. Marco é o 72º e já deixou pelo caminho nomes consagrados, como por exemplo, Novak Djokovic. Guga, que está em Paris acompanhando o torneio e foi oficializado como o primeiro embaixador do torneio, comentou o momento do italiano:
"Ele faz os mesmos golpes que eu, o backhand muito bom, tinha um ranking muito parecido com o meu. Está jogando sem nada a perder e está muito entusiasmado. Dá para ver que ele não está satisfeito ainda. São as duas semanas da vida dele, se aconteceu comigo, por que não com ele? Pode acontecer com outras pessoas...Vencer em Roland Garros, com o ranking lá atrás é muito mais difícil do que ser número 1", disse.
O ex-número 1 do mundo lembra, porém, que não teve que enfrentar Rafael Nadal. O italiano, que faz a semi com o austríaco Dominic Thiem, pode enfrentar o espanhol em uma eventual final. "Tem muito caminho pela frente aqui em Roland Garros, mas tem um Rafael Nadal pela frente, isso eu não tive (risos)", observou o catarinense.
"Para ele é uma semana que muda muitas coisas. Ele não pode se acomodar com resultado alcançado. Ele nunca tinha ganho nenhuma partida de Grand Slam, mas sabe jogar tênis e tem que se adaptar com novas ocasiões. Falar com muitos jornalistas, de diversos países, acostumar-se com as expectativas. Agora ele quer ganhar três partidas em qualquer torneio, antes era uma só. São coisas que vão passar. tem que aprender que isso é normal", acrescentou.
Marco é mais velho do que Guga era na época do título, tem, atualmente, 25 anos. O catarinense dá algumas dicas de quem surpreendeu o mundo em Roland Garros uma vez. "Ele tem que estar convicto que pode fazer tudo. Ele tem que entender que se constrói uma carreira, não vão ser todas as semanas assim. Os resultados podem não aparecer nos próximos seis meses ou ano".
Vale lembrar que Guga, depois do título em Roland Garros, não conseguiu manter bons resultados logo na sequência. Chegou a sair do top 25 do ranking e, no ano que iria defender o título, acabou sendo eliminado na segunda rodada.