Monte Carlo (Mônaco) - Novak Djokovic publicou nesta sexta-feira uma carta aberta aos admiradores em seu site oficial detalhando as questões mentais e físicas que teve de superar para conquistar o quarto título em Wimbledon no domingo passado. O sérvio revelou as dúvidas quanto a voltar ao topo de sua forma, depois de ficar parado por seis meses por causa de uma contusão no ano passado. Mas ter conquistado o 13º título de Grand Slam o fez voltar a figurar entre os 10 melhores do mundo na lista da segunda-feira.
“Em 2017, a contusão no meu cotovelo direito foi tão grave que me obrigou a ficar fora do circuito foi seis meses. Além da contusão, a outra grande questão foi não ter nenhuma motivação. Não tinha problemas para treinar e para gostar de estar na quadra, mas tinha barreiras mentais quando tinha de competir. Algum dia vou compartilhar com mais profundidade o tipo de desafios que tive de enfrentar e como me sentia. Nos últimos dois anos, eu não tinha paciência com minhas expectativas no tênis. Não estava bem em estratégia. E com certeza não estava ouvindo claramente meu corpo dizendo que meu havia algo sério acontecendo com meu cotovelo. Estava tentando achar soluções em outros lugares, mas a solução estava dentro de mim. Depois de várias mudanças no meu treino, raquete, equipe, não sabia se seria capaz de voltar ao nível desejado de tênis. Na verdade, uma parte de mim sempre acreditou na minhas próprias qualidades e capacidades. Mas havia vários momentos de dúvida, quando o curso de ação poderia ter ido por diferentes caminhos.
Para chegar ao tetracampeonato, Djokovic eliminou Rafael Nadal, nº 1 do mundo, nas semifinais e Kevin Anderson na decisão. Na entrevista em quadra, mostrou sua emoção por ter o filho Stefan gritando “papai, papai” no box dos jogadores. "O sentimento de ter meu filho e minha esposa na cerimônia de premiação foi a mais maravilhosa sensação que tive em qualquer torneio que ganhei na carreira”, garantiu o atual o nº 10 do mundo. "Quando me tornei pai, um dos meus maiores sonhos era ter meus filhos presentes na arquibancada enquanto estivesse jogando. Esse sonho virou realidade há alguns dias. Todos continuam me pedindo para descrever a sensação. Tenho dito que é inesquecível, especial, maravilhosa, cheia de alegria. Mas acima de tudo, é mágica! Quando eu achei que não poderia ficar melhor, ele gritou “Papai, Papai!” Foi quando eu me derreti, repleto de emoções. Feliz e alegre. Sou muito GRATO por ter vivido aquilo."
Este foi o segundo título de Grand Slam de Djokovic desde que se tornou pai pela segunda vez, no ano passado, da filha Tara. Ela é muito pequena para estar na premiação, mas Stefan, já com quase 4 anos, pôde entrar no box dos jogadores após o fim da partida. Crianças só são permitidas no box a partir dos 5 anos de idade. “Ele só foi trazido quando eu estava indo para dar a entrevista em quadra. Então, ele entrou e foi aquele momento que vou carregar dentro do meu coração para sempre.”