Londres (Inglaterra) - Apesar da vitória sobre o suíço Roger Federer em três sets, na estreia de ambos no ATP Finals, o destaque na coletiva do sérvio Novak Djokovic depois da partida foi o seu comentário sobre a decisão final da Corte Arbitral do Esporte (CAS) sobre o problema que o compatriota Viktor Troicki encarou com o antidoping.
Troicki havia sido suspenso pela ITF a partir do dia 15 de julho por um incidente durante o Masters 1000 de Monte Carlo, no qual não cedeu uma amostra de sangue, já que a responsável pela coleta do antidoping havia indicado que ele poderia fazer o exame no dia seguinte. Por conta disso, o sérvio acabou levando um gancho de 18 meses, que neta terça-feira foi reduzido para 12.
Mesmo com o reconhecimento do CAS que a responsável pela coleta deveria ter feito um trabalho melhor, explicando direito a situação para Troicki e as consequências de uma recusa a execução do teste, a entidade não abrandou muito a pena do sérvio, o que deixou Djokovic bastante descontente. "É uma péssima notícia para ele, para mim e para todos aquele que o circundam", bradou.
"Acho que não são apenas noticias ruins para ele. A decisão prova mais uma vez que este sistema da Wada (Agência Mundial Antidoping) não funciona", disparou o número 2 do mundo. "Por que eu estou dizendo isso? Porque quando você é escolhido aleatoriamente para fazer o teste tudo o que se espera é que te deem as indicações e explicações certas, bem como as consequências", acrescentou.
"Só que a representante não fez isso no caso (de Troicki). Antes de tudo, ele não foi pego com substancia alguma proibida. Não digo que ele não tenha culpa, mas disse que estava passando mal na hora de fazer o exame de sangue e perguntou se poderia fazê-lo no dia seguinte. Não era porque ele queria esconder alguma coisa, apenas estava se sentindo mal", lembrou Djokovic.
O sérvio acusou a responsável pela coleta de negligencia e falta de profissionalismo por ter dado informações erradas a Troicki, dizendo que estava tudo bem. "Agora ele cai ficar fora por um ano e isso me deixa nervoso todas as vezes que tiver que passar por um exame. Eu não confio mais neles (Wada)", pontuou o descontente vice-líder da ATP.
Até para a entidade que comanda o circuito masculino também sobraram críticas do sérvio. "ATP é o sindicato dos jogadores, mas não fez nada no caso do Viktor e do Cilic. Ela deveria ser a entidade dos jogadores, mas o fato é que ela pensa 50% nos tenistas e 50% nos promotores. Os jogadores até tentaram se unir, mas não temos tempo de fazer política", bradou Djokovic.
"Há muitas entidades no tênis, com suas regras próprias, e então fica muito difícil tentar mudar o processo como um todo, mas algo precisa melhorar", encerrou o sérvio, que depois de superar Federer na estreia fará o duelo de vencedores com o argentino Juan Martin del Potro na segunda rodada, que acontece nesta quinta-feira.
