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Circuito de transição irrita também os brasileiros
23/02/2019 às 07h00

Mateus Alves vê maior dificuldade para os jovens

Foto: Fotojump
Felipe Priante

Rio de Janeiro (RJ) - O novo circuito de transição da ITF conseguiu ser praticamente uma unanimidade entre jogadores, treinadores e pessoas ligadas ao tênis, todos disparando contra as mudanças implementadas neste ano, que reduziu drasticamente o número de tenistas no ranking da ATP e criou um ranking paralelo para os torneios menores.

"Não consigo ver nada de positivo nessa mudança. Se o cara quer ser tenista profissional, deixa ele ser. Você vai limitar a 700 os que podem ser? Alex Corretja falou para mim que estão fazendo os tenistas deixar de ser tenista. Quem está nesse ‘Transitions Tour’ não é tenista”, disparou o ex-profissional Fernando Meligeni.

Juvenil integrante do time Guga, o paulista Mateus Alves, que está no último ano de juvenil, foi mais um que engrossou a lista dos reclamantes. “Esse sistema atrasa a transição, quanto mais torneios você tem mais juvenis podem ter oportunidade de convites”.

O mineiro André Sá, que atualmente trabalha para a ITF, só que mais focado na Copa Davis, se esquivouda questão e evitou a polêmica. “Não posso comentar muito disso porque não fiz parte disso. O começo não foi o ideal e tenho certeza que eles vão fazer os ajustes necessários”, falou o ex-atleta de 41 anos.

“Depois de quase dois meses acho que a opinião geral de todos é que foi uma mudança muito mais negativa que positiva. Houve uma redução drástica nos qualis dos torneios futures, a mesma coisa aconteceu com os challengers, quase não tem mais quali. Fica muito mais difícil de montar calendário quando o jogador está numa zona limítrofe. Dificultou muito, acabou prejudicando o acesso dos jovens jogadores”, opinou João Zwetsch, ex-capitão da Davis e um dos técnicos do paranaense Thiago Wild.

Até mesmo Thiago Monteiro, que não é afetado pelas mudanças, se mostrou desfavorável a elas. “Tenho escutado que os jogadores estão com dificuldade para fazer o calendário. Você soma pontos em futures para disputar um challenger, mas se chega lá e não vence acaba não somando ponto algum nos dois rankings. É um sistema complicado para o pessoal nessa faixa de ranking. Espero que o tênis se torne mais acessível novamente”, opinou o cearense.

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