São Paulo (SP) - Depois de ter perdido suas quatro primeiras finais de ATP, Guido Pella pode enfim comemorar um título de primeira linha no circuito. O canhoto argentino de 28 anos conquistou o Brasil Open, torneio ATP 250 em São Paulo, ao vencer uma final sul-americana contra o chileno Christian Garin por 7/5 e 6/3 em 1h23 de disputa na quadra de saibro instalada no Ginásio do Ibirapuera.
Pella havia ficado com o vice-campeonato no Rio Open de 2016, em Munique no ano seguinte, em Umag na temporada passada, e no saibro argentino de Córdoba há três semanas. Atual 48º no ranking, o argentino fatura 250 pontos em uma semana com apenas 20 a defender e irá superar seu recorde pessoal, que até então era o 39º lugar, para beirar o top 30.
Durante as quatro semanas de torneios ATP no saibro sul-americano, Pella só não teve um grande resultado no Rio Open, onde foi eliminado ainda na rodada de estreia. Treinado pelo ex-top 20 Jose Acasuso, ele foi finalista na edição inaugural do torneio de Córdoba e parou na semifinal em Buenos Aires antes de ser campeão na capital paulista.
Este é o terceiro título para o tênis argentino no Brasil Open. Guillermo Cañas venceu a edição de 2007, quando o torneio ainda acontecia na Costa do Sauípe, na Bahia, enquanto o canhoto Federico Delbonis foi campeão em 2014, já em São Paulo.
Já o vice-campeão Garin disputou sua primeira final de ATP aos 22 anos. Campeão juvenil de Roland Garros em 2013 e ex-número 4 no ranking mundial da categoria, o atual 92 do mundo certamente irá superar seu melhor ranking na carreira, que foi o 84º lugar. O jovem chileno tentava encerrar um jejum de dez anos sem títulos de ATP para seu país, desde que Fernando González triunfou no saibro de Viña del Mar em 2009.
No encontro entre dois jogadores muito firmes do fundo de quadra e formados no saibro, Garin era quem tomava um pouco mais de iniciativa ao forçar mais o saque e arriscar mais subidas à rede, enquanto Pella tentava apostar em sua consistência. O argentino esperou por suas chances que acabaram aparecendo no nono game da parcial, contando com erros do chileno e disparando um winner de devolução com o backhand para conseguir a quebra. Agressivo, Garin conseugiu devolver a quebra de imediato, mas voltaria a oscilar com o saque e permitir que o rival voltasse à liderança para não perdê-la mais no primeiro set.
Uma quebra logo na abertura do segundo set deixou Pella em situação ainda melhor na partida. O canhoto de 28 anos ainda sacou muito bem quando enfrentou um break point no quarto game da parcial para liderar por 3/1. Cada vez mais confiante, o argentino passou a sacar muito bem e não dava mais chances de reação ao chileno. Além disso, ele explorava as subidas do adversário à rede para aplicar duas ótimas passadas que levantaram a torcida. Pella sequer precisou sacar para o jogo, já que conseguiu uma nova quebra no nono e último game da parcial.