Basileia (Suíça) - Roger Federer ocupa nesta semana o 4º lugar no ranking mundial depois de ganhar o 28º título de Masters 1000 em Miami. Mas há alguns anos, ele não sabia se conseguiria recuperar a forma exuberante. Federer tinha alcançado as semifinais do Aberto da Austrália de 2016, perdendo para Novak Djokovic, e no dia seguinte ao dar banho em suas filhas, ouviu um clique no joelho. Ao voltar para a Suíça, soube que tinha rompido o menisco e precisava ser operado.
“Não podia acreditar. Foi muito emocional, especialmente depois da cirurgia, olhar para o meu pé e perceber que aquela perna ou aquele joelho nunca mais seria o mesmo”, conta Federer em vídeo publicado nesta segunda-feira pela ATP. “Foi um murro no queixo”, acrescentou. Mas praticamente no dia seguinte, depois de voltar do hospital, ele começou a trabalhar em sua recuperação. O processo foi um pouco lento. Seu joelho ainda o incomodava nos torneios de saibro de Monte Carlo e Roma e um problema nas costas o fez desistir de Roland Garros. “Percebi que não conseguiria de jeito nenhum ganhar uma partida lá”, disse.
As costas acabaram melhorando, mas seu joelho, não, e Federer decidiu que precisava de um descanso depois de perder uma semifinal contra Milos Raonic. O suíço não competiu pelo resto da temporada. “Isso me deu todo o tempo que precisava para treinar e trabalhar o meu jogo de novo”, explicou. “Então, quando voltei em 2017, voltei mais forte.” Federer era o cabeça 17 do Aberto da Austrália e, apesar disso, conseguiu ganhar seu primeiro Grand Slam após jejum de 5 anos, contra Rafael Nadal, tornando-se aos 35 anos e 174 dias o mais velho campeão de Slam desde Ken Rosewall em 1971.
“Eu não conseguia acreditar em mim mesmo porque, na verdade, achei que ia levar pelo menos meia temporada para voltar aos resultados de novo”, admitiu. “Mas esse conto de fadas terminou muito bem. Então, foi, talvez, um dos momentos mais especiais de minha carreira.”