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Azarenka sobre volta: 'tem sido duro, mas estimulante'
21/05/2019 às 17h32

Azarenka está no 44º lugar do ranking e já venceu três top 10 este ano

Foto: Divulgação/FFT

Paris (França) – Victoria Azarenka chegou a temer por sua carreira quando ficou grávida, mas a bielorrussa ex-número 1 do mundo diz que voltou mais forte depois do nascimento de Leo, seu primeiro filho. Dona de dois títulos de Grand Slam, Vika estava em 6º lugar no ranking mundial quando deixou o circuito profissional em julho de 2016 e voltou apenas em junho do ano seguinte.

"Estava apavorada, não foi fácil, disse Azarenka à BBC. "Sabia que ia voltar, mas meu primeiro pensamento foi 'Meu Deus, nunca mais vou jogar tênis de novo.' Era só uma questão de saber quando eu iria voltar. Acho que foi uma benção, mas eu ainda queria sonhar e ter minha própria carreira”.

Azarenka e Serena Williams, que se tornou mãe em 2017, integraram um grupo de jogadoras que lutaram para ter seu ranking protegido por mais tempo ao voltar aos torneios, após a licença-maternidade. A WTA mudou as regras antes do início da temporada 2019, garantindo às mães ingressar em 12 torneios por um período de três anos, com seu ranking anterior, além de também evitar que elas enfrentem uma adversária cabeça de chave na primeira rodada.

"Temos o poder de mudar as regras e o fizemos", comentou a jogadora de 29 anos. "Acho que é isso que desejo que seja o meu legado, que estou lutando pelas mulheres estarem mais confortáveis, quebrar aqueles estereótipos. A evolução vai continuar, para quebrar fronteiras."

Em conversa com o Roland Garros.com nesta semana, Azarenka falou das dificuldades que superou dentro e fora da quadra, após a maternidade.  Em janeiro, durante o Aberto da Austrália, Vika mostrou-se verdadeira e chorou diante dos repórteres. “Passei por muitas coisas na vida. Às vezes me pergunto por que tive de passar por isso”, disse após a derrota na estreia. “Acho que essas coisas vão me fazer mais forte. Quero acreditar nisso e vou trabalhar duro para isso.”

Três meses depois, ela alcançava sua primeira final desde 2016, em Monterrey, no México, e chega em Roland Garros em uma condição mais feliz do que a do início do ano em Melbourne. “Houve muitos momentos mais vulneráveis do que aquele”, revelou a atual 44ª colocada no ranking, referindo-se ao choro na entrevista em Melbourne.

"Foi aquele ponto em que ou você segue adiante através das adversidades e desafios ou desiste. Eu não sou do tipo que desiste, então, foi uma boa oportunidade para evoluir. Tenho muito orgulho de mim, porque tomei o controle em minhas mãos, tentei trabalhar duro e continuo fazendo isso a cada dia. Tem sido muito difícil, mas a parte mais estimulante é que  enfim entendi como encarar os momentos difíceis. Está sendo divertido e tem me feito acordar de manhã dizendo ‘OK, vamos lá’", comenta a bielorrussa, que já venceu três top 10 neste ano. 

 
 
 
 
 
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Além de estar com seu melhor ranking desde março de 2017, Azarenka também vive bom momento nas duplas e conquistou no domingo passado o título do WTA Premier de Roma, ao lado da australiana Ashleigh Barty. Seu técnico Wim Fissette está entusiasmado por vê-la curtindo o circuito profissional novamente. Ele está admirado do que ela fez até agora, superando momentos duros, e acredita que a “velha Vika” está de volta. “Ela estava provavelmente no ponto mais baixo de sua carreira naquele momento, em Melbourne. E para ser honesto, não foi há muito tempo, foi em janeiro, e estamos agora em maio e eu tenho muito respeito pelos passos que ela tem dado”, afirmou Fissette aos repórteres em Madri, no início do mês.

"Ela trabalhou muito mentalmente uma semana depois da Austrália e ainda faz isso, dia a dia, e isso a ajuda. “Vejo agora uma diferente Vika ou, na verdade, não diferente; é a velha Vika que eu amo ver em quadra. Ela está mostrando confiança na quadra, entretendo os fãs e isso é como gosto de vê-la. E em Stuttgart foi a primeira semana em que vi a velha Vika de volta. Estou superfeliz por isso e ansioso pela próxima semana".

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