Paris (França) – Uma das novidades desta edição de Roland Garros é a Quadra Simonne-Mathieu, com capacidade para 5 mil pessoas, que leva o nome de uma ex-campeã de Roland Garros e membro da Resistência Francesa durante a 2ª Guerra Mundial. A quadra semienterrada gerou polêmica ao ser construída, por estar dentro do “Jardin des Serres d'Auteuil”, uma das mais apreciadas áreas verdes da cidade. Foi apenas em maio passado que a FFT conseguiu vencer a batalha legal de cinco anos com ambientalistas e moradores locais sobre o impacto que a construção teria nas estufas do século 19. Mas a quadra foi construída, cercada por quatro estufas que abrigam "o único ecossistema vegetal de seu tipo", disse os organizadores de coleções da América do Sul, África, Sudeste da Ásia e Austrália.
Simonne Mathieu (1908-1980) nasceu em Neuilly-sur-Seine em 31/01/1908 e foi a principal tenista francesa entre 1928 e 1938, conhecida pelo jeito franco de conversar. Entre 1927 e 1937, ela alcançou por seis vezes a final de Roland Garros, sem jamais conquistar o título. Em 1938, enfim, ela ganhou o torneio feminino de simples e de duplas. No ano seguinte, conseguiu a façanha de defender os dois títulos. Em 1940, no auge da carreira, ela se alista às forças do General De Gaulle, em Londres, conquistando as patentes de tenente e capitã. Simonne Mathieu comandou as primeiras mulheres a servir militarmente no Exército francês. Em setembro de 1944, poucos dias depois da libertação de Paris, ela arbitrou a partida da liberação em Roland Garros. Durante a carreira esportiva, conquistou 13 títulos de Grand Slam, a segunda jogadora francesa de maior sucesso, atrás de Suzanne Lenglen. Mathieu esteve à frente da equipe feminina francesa e integrou o comitê da Federação Francesa. Dar seu nome à Quadra 3 é uma homenagem ao seu engajamento.