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Nova geração mostra força na final feminina em RG
07/06/2019 às 20h26

Considerada uma grande promessa desde os tempos de juvenil, Barty alcança uma final de Slam aos 23 anos

Foto: Divulgação
por Mário Sérgio Cruz

A nova geração do circuito feminino mostra força na final feminina de Roland Garros. A australiana de 23 anos Ashleigh Barty e a canhota tcheca de 19 anos Marketa Vondrousova se enfrentam a partir das 10h (de Brasília) deste sábado. As duas jovens jogadoras alcançam uma final de Grand Slam pela primeira vez.

Será o terceiro encontro entre Barty e Vondrousova, sendo o primeiro no saibro e em Grand Slam. Os dois duelos anteriores foram vencidos pela australiana, na grama de Birmingham em 2017 e no piso duro de Cincinnati no ano passado. A média de idade de 21 anos entre as duas finalistas é a menor em um Grand Slam desde 2008, quando Ana Ivanovic (20) derrotou Dinara Safina (22) na decisão de Roland Garros.

Os fãs também terão a oportunidade de acompanhar duas atletas com muita variedade de recursos. Dona de um estilo de jogo versátil, Barty costuma utilizar muito bem seus slices e bolas curtas, além variações de altura e velocidade de bola. E mesmo com 1,66m, a australiana também tem um bom saque, sendo a sexta jogadora que mais fez aces no ano e a quarta com melhor aproveitamento nos games de serviço. Já Vondrousova, 1,72m, bate muito forte na bola com o forehand, mas também sabe variar o jogo quando precisa e é outra que utiliza os drop shots com maestria.

Número 8 do mundo, Barty já garantiu um salto para o terceiro lugar do ranking mundial. Ela pode chegar à vice-liderança em caso de título. A australiana tenta dar o oitavo título de Roland Garros para seu país, sendo o primeiro desde 1973, quando Margaret Court venceu a competição pela terceira e última vez na carreira.

Considerada uma grande promessa desde que conquistou o título juvenil de Wimbledon em 2011, Barty teve que lidar muito cedo com a expectativa e a pressão. Ela chegou a parar de jogar tênis no fim de 2014 e se dedicou ao críquete durante um tempo, mas voltou ao circuito da WTA apenas em maio de 2016, com o ranking zerado. Em 6 de junho de 2016, reapareceu na tabela de classificação, ocupando o modesto 623º lugar. Com títulos de WTA no currículo, ela debutou no top 10 apenas este ano, depois de conquistar o maior título da carreira em Miami

Apesar de muito jovem, Barty também tem uma carreira vitoriosa nas duplas. Quando tinha apenas 17 anos, atingiu três finais de Grand Slam em 2013 ao lado da também australiana Casey Dellacqua. Com a mesma parceira, também foi finalista de Roland Garros em 2017, já na segunda fase de sua carreira profissional. O primeiro título de Grand Slam aconteceria no US Open do ano passado, com a norte-americana Coco Vandeweghe. A australiana também é a oitava melhor duplista da atualidade e está jogando ao lado de Victoria Azarenka em 2019. Ela tinha até chance de se tornar número 1 de duplas em Roland Garros.

Já Marketa Vondrousova é a primeira jogadora com menos de 20 anos a alcançar uma final de Grand Slam desde 2009, quando Caroline Wozniacki ficou com o vice no US Open. No saibro parisiense, a última finalista tão jovem foi Ana Ivanovic em 2007. Já a última tenista com a conquistar o título em Paris antes dos 20 anos de idade foi Iva Majoli em 1997.

A promissora tcheca ainda não perdeu sets no torneio e também pode quebrar uma escrita de 27 anos sem títulos de jogadoras canhotas. Em toda a história de Roland Garros, apenas dez edições tiveram campeãs canhotas. A última foi Monica Seles, que conquistou um tricampeonato entre 1990 e 1992.

É certo que Vondrousova dará um salto no ranking. A atual 38ª colocada debutará no top 20 depois de Roland Garros. Ela já garantiu a 16ª posição e pode ser a nova número 11 do mundo em caso de título. A única tcheca campeã de Roland Garros foi Hana Mandlikova em 1981. Curiosamente, será a primeira vez no torneio que Vondrousova atuará na quadra Philippe Chatrier, principal arena do complexo parisiense. Barty fez um jogo no estádio pelas oitavas de final.

Embora tenha conquistado seu primeiro título de WTA ainda em 2017, nas quadras duras e cobertas de Bienne, na Suíça, Vondrousova só deu um salto significativo de qualidade na atual temporada. Ela chegou pelo menos às quartas em seis dos sete torneios que disputou em 2019 e já disputará sua terceira final do ano, depois de ser vice em Budapeste e Istambul. Também conquistou suas duas primeiras vitórias contra top 10 na carreira, ambas sobre Simona Halep, em Indian Wells e Roma. A tcheca começou a temporada no 68º lugar do ranking e já acumula 28 vitórias em 2019, o dobro do total obtido no ano passado.

Confira o histórico de confrontos entre Barty e Vondrousova.

2018 
Cincinnati - sintético - 1ª rodada - Ashleigh Barty, 6/3 7/5
2017 
Birmingham - grama - 1ª rodada - Ashleigh Barty, 7/5 7/6(1)

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