Londres (Inglaterra) - Superado por Rafael Nadal em um duelo equilibrado pela segunda rodada de Wimbledon, Nick Kyrgios falou sobre os pontos fortes no jogo do espanhol e sobre o que precisa fazer para chegar ao mesmo nível de seu adversário. Crítico de si mesmo, o australiano se diz ciente de seu enorme potencial, mas acredita que sua falta de profissionalismo e dedicação ao esporte comprometem sua evolução.
Nadal se anima ao vencer Kyrgios, mas não relaxa
"Sei do que sou capaz. Sou um grande jogador de tênis, mas não sou profissional. Não treino todos os dias", disse Kyrgios, que está com 24 anos e ocupa o 43º lugar do ranking. Dono de cinco títulos de ATP, ele tem como melhor marca a 13ª posição.
"Há muitas coisas que eu preciso melhorar para chegar no nível que Rafa, Roger [Federer] e Novak [Djokovic] estão. Só depende do quanto eu quero isso. No momento, acho que não posso ser candidato a um título de Grand Slam", acrescentou o australiano, que tem como melhores campanhas em Slam as quartas de final de Wimbledon em 2014 e do Australian Open em 2015.
A respeito da partida de 3h07 contra Nadal, Kyrgios elencou os fatores que fizeram a diferença. "O Rafa joga todos os pontos. Essa é sua principal habilidade. Ele não desperdiça um ponto. Eu sinto que estamos em polos opostos. Não consigo jogar todos os pontos com a mesma rotina e ter os mesmos padrões", disse após a derrota por 6/3, 3/6, 7/6 (7-5) e 7/6 (7-3).
"Sua combinação entre saque e forehand, esse 1-2 é provavelmente a melhor do mundo, junto com a do Federer. Sua competitividade é especial. Não é fácil ser como ele", avalia o australiano. "Acho que comecei um pouco devagar e ele jogou muito bem hoje. Ele dirigiu a maior parte de seus saques para o meu forehand, o que não costumava fazer no passado. É definitivamente minha devolução mais fraca. Ele estava tentando evitar minhas devoluções com o meu backhand", falou sobre o plano tático do rival.
Kyrgios só não gostou da atuação do árbitro francês Damien Dumusois. "Hoje ele foi horrendo, terrível. Quando estou prestes a sacar, já finalizando a minha rotina, o Rafa me dizia para parar porque ele não estava pronto. A regra diz que você tem que sacar rápido, por que eu tenho que esperar por ele o tempo todo? Aí eu fico bravo, reclamo e ele me diz: 'Não, eu falo quando eu quiser falar com ele'. Talvez ele se sinta muito importante sentado lá em cima, eu não sei, mas não lidou bem com o jogo".