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Sem abandonos: Melbourne tem clima mais ameno
23/01/2020 às 13h43

Apenas uma partida não foi concluída nas duas primeiras rodadas do torneio

Foto: Reprodução/Instagram

André Casado, Especial para TenisBrasil

Temperaturas acima de 40 graus e a consequente desistência de jogadores durante as partidas sempre foram destaque no Australian Open ao longo dos anos. O torneio é considerado um dos mais quentes da temporada. Desta vez, porém, o verão vem sendo bastante atípico em parte do país.

Em Melbourne, nos primeiros quatro dias da chave principal, o calor deu lugar ao vento ameno e fez o público apelar diversas vezes para os casacos. Tanto que a única partida não terminada até aqui foi a do francês Jo Wilfried Tsonga por lesão nas costas.

 
 
 
 
 
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Sometimes, things just don’t go to plan. Get well soon, @tsongaofficiel 👊 . #AO2020 | #AusOpen

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O ano de 2014, por exemplo, foi o que teve mais registro de tenistas que se sentiram mal em quadra, pediram atendimento e totalizaram nove abandonos apenas na primeira rodada, um recorde até então. A temperatura chegou a 43 graus. Já em 2010 e 2011, algumas quadras tiveram a formação de bolhas por conta da forte incidência do sol. Isso chegou a interromper um duelo entre o mesmo Jo Wilfred Tsonga e Kei Nishikori após uma bola desviar sua trajetória com o quique.

"Era difícil para quem estava assistindo e trabalhando, imagine correr debaixo do sol. Esse ano voltei a usar calças", brincou o jornalista alemão Lars Gaulk.

A organização teve que trabalhar para contornar os incidentes e investiu em soluções, como o tratamento do piso e ampliação da estrutura dos bancos de descanso dos atletas nas arenas, que hoje contam com uma cobertura ainda maior, impermeável e com ventilação constante. Em 2018, após mais uma série de críticas, ficou definida uma escala de alerta de 1 a 5, em que a 4 ocasionaria o descanso de 10 minutos entre o terceiro e o quarto sets e a 5 levaria à suspensão da partida.

Efeito bushfires na Austrália
Esta edição acontece durante o maior desastre ambiental da história da Austrália, com intensas queimadas naturais devido à época de seca, que já tiraram a vida de mais de meio bilhão de animais e 29 pessoas, sobretudo nas regiões sudeste e sul do território. A fumaça dos incêndios atingiu Melbourne durante a disputa do qualificatório e alguns jogos foram suspensos pela má qualidade do ar.

Mas a chuva reapareceu com força desde o último fim de semana e o vento teve sua direção alterada, chegando da Antártida, no sul, ao invés do norte, onde fica o deserto do país, o que causa o calor excessivo. A expectativa é de que o clima ameno permaneça na maior parte do tempo nos próximos dias, com variações entre 13 e 26 graus.

Na segunda-feira a temperatura chegou a 13 graus no fim da tarde, algo muito raro no mês de janeiro, mesmo com as intensas variações no país. Na terça, quando o brasileiro Thiago Monteiro enfrentava John Isner, à noite, o termômetro marcou 14 graus.

Isso também tem contribuído para que a quadra esteja mais lenta. O suíço Roger Federer analisou o fato depois de vencer o sérvio Filip Krajinovic, na Rod Laver Arena, na quarta-feira, pela segunda rodada.

"(O jogo) está um pouco mais lento, sim, devido às condições. Com a quadra fechada (chovia durante seu jogo), à noite, há uma diferença. Acho que à tarde, com a quadra aberta, está mais parecido com o que estamos acostumados. Com o andamento do torneio e o desgaste do piso, na segunda semana, deve ficar mais rápido. E eu espero estar lá para jogar e experimentar isso", disse, com bom humor, o número 3 do mundo, seis vezes campeão na Austrália.

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