Melbourne (Austrália) - Em sua última entrevista coletiva como jogadora profissional, Caroline Wozniacki falou sobre como gostaria de ser lembrada no futuro. A ex-número 1 do mundo e campeã do Australian Open de 2018 preferiu destacar seu espírito de luta e competitividade em quadra. A dinamarquesa, primeira mulher de seu país a conquistar um Grand Slam, também espera poder inspirar jovens tenistas de países sem tradição no esporte.
"Espero que as pessoas pensem em mim como alguém que se esforçou e trabalhou duro todos os dias", refletiu Wozniacki após a derrota para a tunisiana Ons Jabeur por 7/5, 3/6 e 7/5 no último jogo de sua carreira, pela terceira rodada do Australian Open. "Tinha um sonho quando criança. Queria ganhar um Grand Slam e ser a número 1 do mundo. As pessoas pensavam que eu era louca por ser de um país pequeno, mas fiz acontecer. Estou muito orgulhosa disso".
"Espero inspirar até mesmo jogadoras de países pequenos que nunca tiveram uma campeã de Grand Slam, uma número 1 do mundo ou alguém entre as 10 melhores do ranking", explica a jogadora de 29 anos. Ela começou a jogar contra meninos e mulheres adultas. "Acho que a principal coisa que aprendi não importa de onde você é, não importa qual a cor da sua pele, não importa se você é alto ou baixo, grande ou pequeno. Não importa. Se você tem um sonho vá em frente e trabalhe duro, porque tudo é possível".
Ex-integrante do Conselho das Jogadoras, Wozniacki tinha bom trânsito no circuito. Em sua despedida, várias jogadoras prestaram homenagens a ela nas redes sociais. "Espero ter alegrado um pouco o vestiário. É um ambiente muito difícil. É um esporte individual. Todo mundo quer ser a melhor. Espero que tenha trazido um pouco de alegria para o vestiário com os bate-papos e as conversas divertidas que tivemos".
OK, we're not crying. You're crying.
— #AusOpen (@AustralianOpen) January 24, 2020
(Truthfully..we're in tears 😭) #AO2020 | #AusOpen |@CaroWozniacki pic.twitter.com/5HIHkOmlFN
Após o último jogo da carreira, Wozniacki dividiu a quadra com a família. O pai e treinador, Piotr, liderou a comitiva. Ainda estavam presentes a mãe (Anna), o irmão (Patrick) e o marido da tenista (David Lee). "Eu não sou uma grande chorona, mas fiquei emocionada quando vi a minha família. Meu pai andava de um lado para outro, meu irmão estava tremendo e o David estava sorrindo e chorando. Foi um momento muito especial. Acho que nunca me esquecerei".
O Australian Open foi o único título de Grand Slam de Wozniacki e, por isso, foi o palco escolhido para a despedida. "Eu amo Melbourne. É um lugar tão especial no meu coração. Eu venci meu Grand Slam aqui e os fãs são incríveis. Estou muito, muito feliz por poder terminar minha carreira aqui. Isso significa tudo para mim".
