Melbourne (Austrália) - Depois de vencer um jogo duríssimo pela terceira rodada do Australian Open, Roger Federer comentou que teve dificuldades para encontrar uma tática ideal diante do australiano John Millman. Federer precisou de cinco sets e 4h03 para fechar a partida e garantir seu lugar nas oitavas de final do torneio.
"Tive que descobrir uma maneira de pressionar o saque dele", disse Federer após a vitória por 4/6, 7/6 (7-2), 6/4, 4/6 e 7/6 (10-8) em 4h03 de partida. "Ele não é conhecido como um grande sacador, igual aos caras mais altos, mas tem um bom saque", argumenta o suíço, que já havia perdido para Millman no US Open de 2018.
"Ele não cometia muitos erros e tive dificuldades com o forehand na cruzada ou com o backhand na cruzada. Ele estava dominando os dois lados. Então, eu precisava ir confirmando meu próprio saque até descobrir um caminho para jogar contra ele", avalia o número 3 do mundo.
"A experiência ajuda a manter a calma quando você perde o primeiro e o quarto set ou quando você sofre uma quebra no quinto. Mas tudo se resume à tática", explica o veterano de 38 anos. "Nunca me senti realmente confortável. Não conseguia me aproximar da rede, porque as condições de jogo eram muito lentas quando a bola ficava mais gasta. Tentei slices e bolas com mais spin, e nada realmente funcionou. Mas apenas continuei tentando e tive um pouco de sorte no final".
Federer falou sobre a virada que conseguiu no tiebreak do quinto set. Assim como no ano passado, a disputa vai até um dos jogadores chegar a 10 pontos e o australiano chegou a liderar por 8-4 antes de o suíço vencer seis pontos seguidos. "Foi muito difícil, porque eu realmente não senti que estivesse jogando mal ou que estava tomando decisões erradas".
"Mas em alguns momentos você precisa jogar com um pouco mais de segurança e ele sempre me punia por isso. Ele estava fazendo tudo certo para manter diferença. Acredito que confirmar o saque quando eu estava perdendo foi essencial. Estou feliz porque os pontos cruciais com 8-7, 8-8 e 8-9 foram todos para o meu lado. O jogo todo foi muito difícil", comentou o suíço.
"Não estamos acostumados com uma margem tão grande. Joguei alguns tiebreaks assim na Laver Cup e você sente que, mesmo quando não precisa salvar match point, qualquer erro pode custar o jogo. Isso também aconteceu comigo. Estou muito feliz por ter virado o placar", acrescenta o hexacampeão, que agora enfrenta o húngaro Marton Fucsovics.
Tradicionalista, Federer diz gostar mais do quinto set longo, apesar do risco de acontecer uma maratona como o duelo entre John Isner e Nicolas Mahut na primeira rodada de Wimbledon em 2010, que acabou durando 11h05.
"O importante é saber bem quais são as regras. Perguntei ao árbitro se terminaria no 10º ponto. Havia pessoas das arquibancadas que gritaram quando ele venceu o sétimo, pensando que ele havia vencido. Sou apaixonado por história e gosto quando chega ao infinito, mas também podemos ter o que aconteceu com Mahut e Isner. Depois disso, você não pode fazer mais nada".