Melbourne (Austrália) - A campanha de Ashleigh Barty até a semifinal do Australian Open já é histórica. Líder do ranking mundial, a jovem de 23 anos tem o melhor resultado de uma jogadora da casa desde Wendy Turnbull em 1984. A última australiana finalista da competição foi a própria Turnbull em 1980. Já o último título de uma atleta da casa foi conquistado por Christine O’Neil em 1978.
"Estou aqui para tentar fazer o melhor que posso", afirmou Barty sobre o jejum de títulos do tênis australiano na competição. "Obviamente, é emocionante pensar nisso. Espero que eu possa trazer um sorriso para alguns rostos do nosso país e em todo o mundo. Da minha parte, estou tentando fazer o que for possível".
Barty comemorou seu desempenho na vitória por 7/6 (8-6) e 6/2 sobre Petra Kvitova nesta terça-feira. Assim como já havia dito em outras ocasiões, a australiana diz que sempre precisa jogar em altíssimo nível contra a rival e sente que a tcheca faz dela uma jogadora melhor.
Foi incrível. Eu sabia que precisaria jogar no meu nível máximo hoje. Eu amo me testar contra Petra. Ela me faz mostrar o melhor do meu jogo", avaliou a australiana, que agora tem quatro vitórias e quatro derrotas contra Kvitova no circuito, mas venceu os últimos quatro duelos.
"Ela veio para esse jogo com todas as armas em punho. O primeiro set poderia ter ido para qualquer lado. Foi importante salvar um set point e começar o segundo set com duas quebras", relembra a australiana, que abriu 4/0 no segundo set. "Petra nunca desiste até o último ponto. Ela é uma competidora incrível. Você tem que estar preparada para disputar todos os pontos. Você tem que estar em lá todos os pontos. Não há outra maneira".
A número 1 do mundo também citou um ponto disputado durante o tiebreak do primeiro set, quando ela sustentou um rali com 22 trocas de bola. "Logo depois do jogo eu falei com a minha equipe que queria assistir a esse ponto", disse Barty. "Eu senti como se estivesse sendo atacada o tempo todo e apenas tentava jogar a bola para cima para me dar algum tempo. Só me lembro de tentar permanecer viva no ponto porque sabia que era importante. Há uma grande diferença entre virar o lado perdendo por 4-2 do que empatando por 3-3".
Barty agora enfrenta a norte-americana de 21 anos e número 15 do mundo Sofia Kenin. A atual campeã de Roland Garros venceu quatro dos cinco duelos anteriores contra a jovem rival, que alcança a primeira semi de Slam. "Ela também é muito competitiva e adora jogar nos grandes palcos. Já joguei algumas vezes contra ela, com vitórias para os dois lados. Ela tem um grande talento para controlar os pontos a partir do centro da quadra e ser a primeira a atacar. Será importante para mim tentar anular isso, se eu puder".