Nova York (EUA) - Depois de a direção do US Open voltar atrás e manter os torneios de tênis em cadeira de rodas na edição deste ano, representantes da modalidade comemoraram a decisão. Além disso, eles também destacam o apoio significativo que receberam de grandes nomes do tênis, sob a liderança de Andy Murray e com ajuda de Roger Federer nos bastidores.
A inclusão dos eventos para cadeirantes no US Open é uma vitória para os atletas da modalidade. A competição não constava nos planos da direção do torneio, que diminuiu o número de eventos na edição deste ano. Foram canceladas as disputas do qualificatório, das duplas mistas e do torneio juvenil. Já as chaves de duplas masculinas e femininas terão o número de participantes reduzido. Os atletas do tênis em cadeira de rodas também criticaram o torneio pelo fato de não terem sido consultados sobre o assunto.
+ US Open volta atrás e terá torneio para cadeirantes
+ Após críticas, US Open avalia situação dos cadeirantes
+ Tenistas cadeirantes criticam organização do US Open
O australiano Dylan Alcott, bicampeão do US Open o líder do ranking mundial na divisão Quad, citou nominalmente Federer e Murray, mas destacou que outros jogadores importantes também colaboraram. "Muito obrigado a Andy Murray, que liderou as conversas com a ajuda de Roger Federer, e a muitos dos 20 principais tenistas masculinos e femininos que fizeram lobby interno para nos ajudar. Ter o apoio dos melhores do mundo é enorme".
Also a special big thanks to Andy Murray, who lead the charge with help from Roger Federer and a bunch on top 20 men’s and women’s players who lobbied internally to help get us there. To have the support of the best in the world was huge.
— Dylan Alcott (@DylanAlcott) June 24, 2020
Na semana passada, Alcott revelou ao programa de TV Today Show que teve uma produtiva conversa com Murray para conseguir apoio nas negociações com a Associação de Tênis do Estados Unidos (USTA). Além disso, o britânico também se manifestou publicamente sobre o caso em suas redes sociais.
"Conversei com Andy Murray por telefone por 30 minutos e ele nos apoiou publicamente, o que é incrível. Conheço muitos dos melhores jogadores, como [Roger] Federer e Novak [Djokovic], que estão entrando em contato internamente para tentar ajudar, porque eles também amam o tênis em cadeira de rodas", comentou o australiano, durante a entrevista.
+ Murray está se educando sobre combate ao racismo
+ Murray espera ver mais mulheres treinadoras
+ Murray enaltece Billie Jean e apoia união com WTA
Na ocasião, o jogador australiano também agradeceu ao britânico pelo Twitter: "Muito obrigado a Andy Murray por apoiar publicamente o tênis em cadeiras de rodas, e a muitos outros jogadores de alto nível que estão trabalhando nos bastidores para que possamos jogar o US Open. Andy, você é uma lenda dentro e fora da quadra!"
Big thanks to Andy Murray for supporting us wheelchair players publicly, and many other top able bodied players supporting us behind the scenes to get us wheelchair players to the US open. Andy, you’re a ledge on and off the court 🤙🏼 https://t.co/7kFDsAMu43
— Dylan Alcott (@DylanAlcott) June 18, 2020
Já nesta quinta-feira, o norte-americano David Wagner, que tem oito medalhas nos jogos paralímpicos, falou ao New York Times sobre a manutenção do US Open no calendário. "A USTA disse que cometeu um erro e que houve uma falta de comunicação entre si. Pareceu um pedido de desculpas bastante sincero e foi aceito".
"Foi um esforço conjunto de muitos atletas, trabalhando por um objetivo comum. Penso que todos compreendemos a gravidade da situação este ano com o US Open, mas queríamos ter uma melhor compreensão do processo de tomada de decisão e tentar obter um resultado melhor", acrescentou Wagner, principal atleta norte-americano na modalidade.