Nova York (EUA) - Campeão de duplas do US Open ao lado do croata Mate Pavic, o mineiro Bruno Soares revelou, após a conquista, que precisou superar um adversário extra às vésperas de embarcar para os Estados Unidos para a disputa do Masters 1000 de Cincinnati e do Grand Slam norte-americano. Ele acabou pegando a Covid-19 poucos dias antes da viagem e por pouco não ficou de fora dos torneios.
“Foi uma trajetória bem 2020, maluca como tudo o que está acontecendo neste ano. Foi tudo um pouco diferente, desde pegar coronavírus 15 dias antes de viajar e ficar sem treinar, chegando totalmente despreparado para Cincinnati”, resumiu o mineiro sobre o percurso para sua quarta conquista em Flushing Meadows, duas delas nas duplas masculinas e outras duas nas mistas.
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“Terminei de treinar um dia, senti então um cansaço a mais e resolvi ir me testar. Aí deu positivo e achei melhor não divulgar, fiquei quieto e isolado. O único problema foi conseguir a liberação para viajar e jogar. Em Cincinnati pesou um pouco a parte física, mas para o US Open não fez diferença. Talvez tenha até sido melhor perder na estreia (em Cincy) porque treinamos forte e assim cheguei bem preparado”, contou Bruno.
Mineiro não foi cabeça de chave
Outro obstáculo a mais na caminhada rumo ao título foi a chave mais condensada, com 32 duplas em vez das habituais 64. "Tudo ficou um pouco mais duro, acabamos não sendo cabeças de chave e pegamos uma dupla difícil logo na primeira rodada. Depois vieram mais quatro jogos bastante complicados, mas a energia estava muito boa até o fim”, celebrou o dono de seis títulos de Slam.
Ao falar sobre a vitória por 7/5 e 6/3 sobre na final contra o holandês Wesley Koolhof e o croata Nikola Mektic, o mineiro destacou o lado mental. “Hoje foi uma partida que a gente controlou bem os nervos e sacamos super bem. Eles são uma dupla sólida e que gosta de fazer o adversário jogar. É difícil julgar o grau de nervosismo deles".
"Obviamente tem uma tensão extra porque era uma final de Grand Slam. Acho que o Mate começou um pouco mais nervoso, mais na devolução do que no saque, mas como ele me viu tranquilo passou a jogar muito bem. Era importante não deixar os caras se soltarem”, comentou Soares.