Paris (França) - Depois de garantir seu lugar na final de Roland Garros, Sofia Kenin acredita que o plano tático bem definido foi fundamental na semi contra Petra Kvitova. Diante de uma rival que ainda não havia perdido sets no torneio, a norte-americana de 21 anos e número 6 do mundo apostou nas devoluções e tentou mexer bastante a tcheca, para que a adversária não ficasse em situação confortável para disparar seus golpes tão potentes. Campeã do Australian Open em janeiro, Kenin saiu de quadra bastante satisfeita com seu desempenho e vai em busca do segundo título de Grand Slam.
"Sinto que devolvi muito bem. Sei que ela tem um ótimo saque e sabia mais ou menos onde ela gosta de sacar nos pontos mais importantes", disse Kenin, após a vitória por 6/4 e 7/5 sobre Kvitova nesta quinta-feira. "Obviamente, senti que não poderia bater mais forte na bola que ela, mas sabia que eu só precisava ajustar meu jogo".
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"Precisei controlar os pontos, movê-la e não deixar a bola ficar curta para ela matar o ponto. Também tentei sacar bem. E foi muito importante para mim fazer bons saques hoje, colocar muitos primeiros saques em quadra, e ser mais agressiva", acrescentou a norte-americana, que terminou o jogo com 23 winners e 20 erros. Kvitova anotou 28 bolas vencedoras e cometeu 31 erros não-forçados.
A adversária de Kenin na final é a polonesa Iga Swiatek, jovem de 19 anos e 54ª do ranking, que chega pela primeira vez à decisão de um torneio desse porte. "Vou usar isso como uma vantagem. Posso ficar um pouco nervosa por chegar à final, mas já estive nessa situação e consegui vencer. Sei o que as emoções podem afetar numa primeira final de Grand Final do Slam e acredito que ela vai ficar um pouco nervosa. Espero que com a minha experiência de Melbourne me ajude na final de sábado".
A única vez que Kenin e Swiatek se enfrentaram foi em 2016, pelo torneio juvenil de Roland Garros. Na ocasião, a polonesa tinha acabado de completar 16 anos e venceu o jogo da terceira rodada por 6/4 e 7/5. "Lembro que perdi, mas não me lembro de como eu joguei. Mas posso dizer que me sentia menos confortável no saibro do que agora, ou como no ano passado, quando eu comecei a jogar melhor. Não me lembro do que aconteceu no jogo. É claro, nós dois somos jogadoras diferentes e eu tenho que descobrir o que ela faz. Ela teve duas ótimas semanas aqui, com ótimos resultados e está jogando muito bem. Tenho certeza que ela tem muita confiança e está super animada para a final".
Norte-americana se sente mais respeitada
O título na Austrália também fez com que a norte-americana começasse a ser mais reconhecida pelo grande público e ganhasse seus próprios torcedores. Kenin valoriza também o fato de se sentir respeitada e quer manter essa condição. "Eu sinto que depois da Austrália as pessoas começaram a me conhecer. Senti um pouco mais de pressão de fora", explicou. "Espero que todos os meus fãs nos Estados Unidos estejam em suas casas torcendo por mim. Sim, sinto que as pessoas me respeitam mais e estou feliz feliz por isso. Não é fácil ganhar o respeito das pessoas, mas é muito fácil de perder".
Como acontece com outras jogadoras do circuito, Kenin é treinada pelo pai, Alexander, e acredita que a parceria tem dado certo. Até por isso, não pretende contratar outro técnico tão cedo. "Eu trabalhei com ele durante toda a minha carreira. Ele me conhece melhor do que qualquer outro treinador e a nossa parceria funcionou muito bem. Eu sei que tem algumas jogadoras no circuito que têm o pai como treinador. Nós fizemos isso funcionar. Eu não estou disposta mudar isso".