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Schiavone vai contar sua luta contra o câncer em livro
15/10/2020 às 16h14

Francesca Schiavone venceu Roland Garros em 2010.

Foto: Arquivo

Milão (Itália) - Campeã de Roland Garros em 2010 e ex-top 5, Francesca Schiavone comentou recentemente o drama pelo qual passou no ano passado. Aposentada desde o fim de 2018, a italiana de 39 anos enfrentou e superou um câncer, depois de uma luta de 7 a 8 meses, período em que se afastou das redes sociais. Ela não deu detalhes sobre que tipo de câncer precisou tratar. "Fui diagnosticada com câncer, fiz quimioterapia, lutei uma dura batalha e agora continuo respirando. Venci essa luta e posso voltar à ação”, escreveu a italiana em sua conta no Twitter, na ocasião.

Depois de encerrar a vitoriosa carreira como tenista, Schiavone se dedicou ao esporte como treinadora e chegou a trabalhar com a dinamarquesa Caroline Wozniacki durante o primeiro semestre de 2019, tentando ajudar a ex-número 1 do mundo a evoluir no saibro.

Daqui um mês vai completar um ano desde a última sessão de quimioterapia. "O medo sempre está presente, mas eu o enfrento como fazia no tênis", comentou ao jornal Gazzetta dello Sport. A italiana vai contar seu drama na autobiografia “Meu ressurgimento”.

"Escrever esta biografia foi uma decisão muito difícil, mas no fim me dei conta de que necessitava deixar algo sobre minha experiência. Me sentei com todas as pessoas que amo e juntos decidimos escrever isto", explicou Francesca. Uma frase serviu de estímulo para a luta pela vida.

"O lema que me tem acompanhado sempre é 'Tudo é possível'. Cada um de nós tem sonhos que podem ser alcançados mediante a disciplina, o trabalho e o rigor. Tudo isso faz com que mude de perspectiva frente à adversidade. Acontecerão coisas que não pode controlar e ficarás à mercê delas, mas sempre me lembrei desta maneira de viver, inclusive nos momentos mais complicados", comentou a ex-número 5 do mundo.

Momentos complicados que ela havia conhecido antes no tênis, como na final de 2010 em Roland Garros. "Recordo esse medo paralisante na final de Roland Garros que ganhei. Era um tipo de medo que não conhecia. Não queria ir a lugar nenhum, não queria sair e jogar. Mas se você é capaz de enfrentar o medo e de ter coragem, obterás como recompensa a oportunidade de desfrutar dos melhores momentos de sua vida."

A última sessão de quimioterapia foi em 5 de novembro de 2019, um dia que Schiavone nunca esquecerá. "Lembro daquele dia como muito especial. Estava dividida: por um lado sentia o alivio de não ter que pensar nisso durante um tempo e por outro lado tinha medo. O medo de que pudesse voltar a qualquer momento, pior. Esse medo sempre está aqui. É um medo que coloca em perspectiva sua experiência de vida. Faz você apreciar tudo o que tem muito mais. Depois de estar a ponto de perder tudo, você dá mais valor às coisas.”

Recuperada e podendo agora pensar no futuro, Schiavone tem esperança de ser treinadora. “Um desejo? Se pudesse escolher uma jogadora para treinar seria Simona Halep. Tem um potencial imenso."

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