Brisbane (Austrália) - Líder do ranking mundial, Ashleigh Barty foi uma das jogadoras mais afetadas pela pandemia da Covid-19. Um dos motivos para isso é o fato de a australiana não poder ter uma rotina de treinamentos com o técnico Craig Tyzzer, eleito o melhor do ano de 2019. Isso porque, o governo local determinou uma série de restrições para as viagens dentro do próprio país.
Como Barty é de Queensland e seu técnico de Victoria, não conseguiam treinar juntos. Com a preparação prejudicada, além do risco de contaminação pelo coronavírus e da necessidade de uma quarentena de duas semanas quando voltasse à Austrália, ela preferiu não disputar o US Open e nem Roland Garros. Após a flexibilização dessas normas, ela pôde enfim retomar a rotina de treinos com Tyzzer, pensando em 2021.
"Para mim, é a continuação de um trabalho que já estamos desenvolvendo há mais de dois anos", disse Barty, em entrevista ao diário francês L'Equipe. "Esta crise foi um grande golpe, mas serviu para as pessoas pensarem sobre o que realmente importa em um nível pessoal".
"A parte mais difícil do tênis é que nunca ficamos em casa por mais de duas ou três semanas seguidas. Portanto, poder ter dois ou três meses direto em casa, pode se transformar em uma bênção", acrescentou a jogadora de 24 anos e que não atua desde fevereiro, quando disputou a semifinal do Premier de Doha.
Durante o período em que não pôde treinar com Tyzzer, Barty intensificou a preparação física e teve o acompanhamento pontual do ex-número 1 do mundo Patrick Rafter. Ela também fez alguns treinos na praia e recebeu orientações de atletas e profissionais do surfe sobre técnicas para melhorar a respiração.