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Egípcia supera dificuldade financeira e salta no ranking
09/11/2020 às 15h57

Mayar Sherif foi a primeira egípcia a disputar um Slam e ganhou o título mais importante para seu país

Foto: FFT

Charleston (EUA) - Em franca evolução no circuito profissional, a egípcia Mayar Sherif conquistou no último domingo o título mais importante da carreira. A jogadora de 24 anos venceu o ITF W100 de Charleston, em quadras de har-tru (saibro verde), depois de superar na final a polonesa Katarzyna Kawa por 6/2 e 6/3.

Vinda do qualificatório, Sherif venceu sete jogos seguidos no torneio. Uma das vitórias foi contra a japonesa Misaki Doi, 85ª do mundo. Ela garantiu 146 pontos no ranking e saltou 32 posições para o atual 132º lugar. O título em Charleston foi o primeiro deste porte para uma jogadora de seu país.

"Esse título significa muito para mim porque tenho trabalhado muito e estava esperando por uma chance", disse Sherif, em entrevista ao site da ITF. "Esta semana foi muito difícil fisicamente, vindo desde o quali. Eu tive que lutar todos os dias, mas estou muito feliz".

Ao longo da temporada, Sherif tem quebrado algumas barreiras para o tênis egípcio. Ela se tornou a primeira representante de seu país na chave principal de um Grand Slam, quando disputou Roland Garros. Ela furou o quali e depois enfrentou a cabeça 2 Karolina Pliskova

De quebra, encerrou um jejum de quase duas décadas sem que uma egípcia disputasse um WTA, já que a última havia sido Marwa Elwany em 1999. Sua próxima meta é ser a primeira mulher do país no top 100. Entre os homens, o último no top 100 foi Ismail El Shafei, ex-número 34 do mundo em 1975 e que ficou entre os cem melhores até 1978.

'Não tinha dinheiro para viajar', diz Sherif
Depois de ter sido top 50 no ranking mundial da ITF, e de atuar no circuito universitário norte-americano, Sherif encontrou dificuldades financeiras em sua transição para o tênis profissional. Um fator decisivo para que ela continuasse jogando foi receber o apoio do Fundo de Desenvolvimento mantido pelos Grand Slam, que apoia alguns tenistas de países onde o esporte não é tão difundido.

"Honestamente, no ano passado, eu tive muitas dificuldades financeiras a ponto de não conseguir pagar uma passagem de avião para viajar, ou não conseguir pagar meu aluguel", disse Sherif durante Roland Garros em outubro. "Este fundo dos Grand Slam foi muito importante para mim", comenta a egípcia, que começou 2019 sem ranking profissional, mas conseguiu terminar aquela temporada no top 200 depois de vencer seis torneios da ITF.

Depois de vencer o maior título da carreira, Sherif segue para a Espanha e tenta somar pontos pensando no quali do Australian Open de 2021. "Vou passar uma semana em casa e depois vou jogar um torneio nas Ilhas Canárias. Depois disso, eu honestamente não tenho ideia. Depende dos torneios e da situação da Covid-19. Se o Australian Open acontecer no ano que vem, com certeza vou. Mal posso esperar para jogar na Austrália".

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