Melbourne (Austrália) - A espanhola Paula Badosa não vai levar grandes recordações de sua estadia em Melbourne às vésperas da disputa do Australian Open. Isso porque depois de ser uma das 72 tenistas que chegaram no país em voos com contaminados, ela acabou testando positivo para o coronavírus e cumpriu a mais rígidas das quarentenas ao lado do treinador Javier Martí.
Em entrevista ao El País, a tenista de 23 anos não escondeu a frustração. Embora diga entender a rigidez do protocolo australiano, Badosa garante que em momento algum a organização do primeiro Grand Slam do ano contou tudo o que os jogadores poderiam passar.
“Foi um pesadelo, me trataram como se eu fosse uma criminosa. Eles me transferiram de um hotel para outro escoltados por policiais e quando saímos havia um juiz criminal. Do lado da porta do meu quarto tinha dois policiais proibindo de abri-la. Não tinha janela para respirar um pouco e faltou comunicação com os médicos, afinal ficou nas mãos do governo”, disparou a espanhola.
Liberada para treinar na noite de quinta-feira, ela aproveitou os primeiros instantes de liberdade e correu para o Melbourne Park para treinar durante a madrugada. “Fomos àquela hora pela euforia, porque precisávamos respirar e ficar à vontade novamente. Claro que a sensação era muito estranha porque eu estava meio tonta”, relembrou Badosa.
O sorteio da chave do Australian Open colocou a quali russa Liudmila Samsonova como sua adversária na estreia. Se passar, Badosa pode ter um duelo 100% espanhol com Garbiñe Muguruza na segunda rodada. “É claro que isso me atrasou um pouco (a preparação), mas espero que o físico me segure”, falou a atual número 67 do mundo.