Notícias | Dia a dia | Australian Open
Osaka reforça críticas por fala machista de dirigente
13/02/2021 às 06h47

Japonesa reprovou a fala do presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio

Foto: Divulgação

Melbourne (Austrália) - Terceira colocada no ranking mundial e dona de três títulos de Grand Slam, Naomi Osaka é uma das figuras mais influentes do esporte japonês na atualidade. Até por isso, a jogadora de 23 anos foi perguntada sobre os recentes comentários comentários do presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Yoshiro Mori. O dirigente renunciou ao cargo na última sexta-feira, após a repercussão de uma fala machista na última semana.

Mori havia sido questionado sobre a baixa participação feminina no comando dos Jogos. São apenas sete em 36 integrantes Comitê Organizador, que era presidido por Mori, e só cinco de 24 membros do Comitê Olímpico Japonês, e respondeu: "Quando você aumenta o número de mulheres, se o tempo para falar não é limitado, as reuniões se tornam muito longas. Elas têm dificuldade para terminar, e adoram competir umas com as outras, o que é muito irritante".

A fala do dirigente recebeu críticas de muitas personalidades do esporte, inclusive de Osaka. "Eu vi os comentários dele e acho que não foram bons. Acho que se você está em uma posição como essa, deveria pensar muito bem antes de dizer qualquer coisa", disse a tenista, durante entrevista coletiva em Melbourne. "Não sei em que situação ele disse essas coisas, mas acho que é realmente desinformado e um pouco ignorante".

A ex-líder do ranking foi perguntada se ela achava que o dirigente deveria renunciar: "Não tenho certeza se é uma situação em que alguém deve exigir que ele renuncie ou se é apenas algo que as pessoas precisam cobrar para fazê-lo entender que o que ele disse não estava certo", explicou a japonesa. "Acho que alguém que faz comentários como esse precisa ter mais conhecimento sobre o que está falando".

Duelo com Muguruza nas oitavas

Adversária de Garbiñe Muguruza nas oitavas de final do Australian Open, a japonesa projeta um bom confronto diante da também ex-líder do ranking e atual 14ª colocada. "Estou animada para jogar contra ela. Quando era mais jovem, vi os títulos dela em Roland Garros e Wimbledon e achei muito legal ver o quanto ela era profissional em quadra. É uma honra para mim, porque é como se eu estivesse jogando contra uma irmã maior".

A japonesa também comemorou a boa apresentação na vitória por 6/3 e 6/2 sobre a tunisiana Ons Jabeur na terceira rodada, especialmente pelo fato de Jabeur exibir muitas variações táticas. "Hoje foi um jogo muito difícil, porque eu não sabia o que esperar. Acho que lutei muito, e para mim isso é o melhor que posso tirar da partida. Eu estava mais animada do que qualquer coisa para jogar contra ela, porque sempre a via jogar pela TV, e parece muito divertido. Eu nunca faria as escolhas dos golpes dela, mas parece divertido de assistir. Fico feliz que nem todo mundo jogue da mesma forma".

Comentários