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Semifinalista, Karatsev conheceu técnico num future
16/02/2021 às 12h55

Campanha até a semifinal em Melbourne o levará ao top 50 do ranking mundial

Foto: Peter Staples/ATP Tour

Melbourne (Austrália) - Principal surpresa na edição 2020 do Australian Open, o russo Aslan Karatsev percorreu um caminho tortuoso para chegar à sua primeira semifinal de Grand Slam aos 27 anos. Vindo do qualificatório, Karatsev, sequer havia disputado a chave principal de um torneio deste porte. Com sua incrível campanha em Melbourne, o atual 114º do ranking aparecerá entre os 50 melhores do mundo a partir da próxima segunda-feira.

Profissional desde 2011, Karatsev atingiu o top 200 do ranking pela primeira vez em 2015. Ele viveu em Israel na infância e também já treinou em Halle, na Alemanha, e em Barcelona, na Espanha. Mas em 2017, sofreu uma grave lesão no joelho que o deixou seis meses longe das quadras. Com isso, caiu para o 764º lugar do ranking e teve que voltar a jogar torneios de nível future. Quando atuava em um torneio do menor nível do tênis profissional conheceu seu atual técnico Yahor Yatsyk e se mudou para Minsk, em Belarus.

"No fim das contas, eu encontrei o técnico certo para mim", disse Karatsev ao site da ATP. "Ele me ajudou muito na parte mental e, claro, também a parte técnica. Gosto de trabalhar com ele. Trabalhamos muito na parte mental, para eu acreditar mais em mim e no meu jogo. Tive muita sorte em encontrá-lo. Nós nos conhecemos em um torneio quando eu estava jogando future".

O histórico de lesões no joelho também foi lembrado pelo russo, que vive a melhor fase da carreira. "Quando eu me machuquei, foi difícil para mim, porque eu tinha acabado de me recuperar de uma lesão no joelho e comecei a jogar novamente, mas aí senti o joelho e tive que parar de novo por mais dois meses e meio, quase três. Acho que essa foi a parte mais difícil da minha carreira".

A campanha também tem um grande impacto financeiro na carreira de Karatsev. O prêmio de semifinalista do Australian Open é de US$ 662.696. Isso é mais do que ele já havia conseguido em toda a carreira, tendo acumulado de US$ 618.354 desde seu início no tênis profissional.

Retomada da carreira nos challengers do ano passado
Depois de recuperar espaço no ranking jogando torneios de nível future e qualis de challenger, um novo salto na carreira de Karatsev aconteceu no segundo semestre do ano passado, logo depois da paralisação do circuito pela pandemia da Covid-19. Ele jogou três finais de challenger seguidas na República Tcheca e conquistou dois títulos. Com isso, saltou do 253º para o 116º lugar. "Joguei muito bem nos três challengers consecutivos na República Tcheca. É claro que quando você está vencendo partidas, você ganha mais confiança".

Agressivo, ele já derrubou Schwartzman, Aliassime e Dimitrov

Algoz de nomes importantes do circuito como o top 10 argentino Diego Schwartzman, o promissor canadense Felix Auger-Aliassime e o ex-top 5 Grigor Dimitrov, o russo de 27 anos aposta em um estilo de jogo agressivo. "Eu tento jogar com um estilo mais agressivo, forçando bastante o saque e tento definir os pontos da forma mais curta possível. Não gosto tanto de pontos longos, nem de correr muito do fundo e quadra. Tento ficar mais perto das linhas"

Adversário do número 1 do mundo Novak Djokovic na semifinal, o russo sabe que não tem nada a perder e comemora seu bom momento. "É incrível pensar que cheguei às semifinais vindo desde o quali", disse o nº 114 do Mundo. "Estou apenas tentando aproveitar o momento e não pensar muito nos resultados. Vou apenas jogando rodada a rodada e tento acreditar em cada partida no que estou fazendo na quadra, e isso me ajudou vencer".

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