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Djokovic chega ao 9º troféu na Austrália e 18º Slam
21/02/2021 às 07h40

Melbourne (Austrália) - Com mais uma atuação quase impecável, o sérvio Novak Djokovic repetiu sua incrível performance em finais do Australian Open e pela nona vez desde 2008 saiu campeão. O número 1 do mundo derrotou o russo Daniil Medvedev em sets diretos e parciais de 7/5, 6/2 e 6/2, em duelo que durou 1h53.

Djokovic chega ao mesmo tempo ao 18º troféu de Grand Slam e fica ainda mais próximo dos recordistas Roger Federer e Rafael Nadal, que somam 20. O sérvio é também pentacampeão em Wimbledon, tri no US Open e tem um título em Roland Garros. No geral, são 82 títulos na carreira, a quinta maior coleção do tênis profissional.

A campanha em Melbourne, que começou com um susto na terceira rodada, quando sofreu contusão no abdômen que colocou em dúvida sua continuidade no torneio, deixa o sérvio com folgada distância no ranking mundial. Ele manteve os 12.030 pontos e fica assim 2.180 pontos à frente do espanhol Rafael Nadal. A ATP já confirmou que Djokovic seguirá na ponta até 8 de março e assim se tornará nesse dia o tenista com maior número de semanas na ponta da lista, com 311.

Ao encerrar a série invicta de Medvedev, que vinha desde outubro e somava 20 partidas, Djokovic embolsou o prêmio de US$ 2,15 milhões, aumentando seu faturamento em valores oficiais para US$ 2,3 mi na temporada e US$ 148 mi na carreira, a maior já obtida por um tenista profissional.

Único jogador a vencer três vezes em Melbourne depois dos 30 anos, Djokovic também iguala Nadal no total de títulos de Slam após essa faixa de idade, cada um agora com seis. Sérvio tem no momento 33 anos e 275 dias, longe do recorde de Ken Rosewall, que ganhou o Australian Open de 1972 aos 37 anos e 62 dias.

Primeiro set apertado e russo perdido
Djokovic começou bem a partida e chegou a abrir 3/0 diante de um russo nervoso, mas logo depois o sérvio não sacou bem e cedeu o empate. Os games ficaram bem disputados, ainda que geralmente rápidos. Como se esperava, sérvio buscava mais variações, principalmente o slice curto cruzado, mas faltava certa agressividade. Com 6/5, mudou a postura, aprofundou as devoluções e Medvedev não aproveitou sequer um swing-volley fácil, perdendo o set de 42 minutos com outro forehand bobo no meio da rede. Sua vantagem foi ganhar mais pontos com o segundo saque (80% a 38%).

O segundo set começou estranho para Djokovic, com perda de intensidade súbita no game de serviço inicial, mas Medvedev não aproveitou. Cedeu a quebra imediatamente e daí em diante achou enorme dificuldade em manter as coisas no lugar. O primeiro serviço desabou para 55% de produtividade e o sérvio aproveitou para fazê-lo jogar o tempo todo. A frustração após perder uma chance de reação no sétimo game gerou uma raquete quebrada e a clara noção que ele havia perdido o foco e a tranquilidade. Voltou a perder o saque com um game horrível de saque.

Sem foco e confiança, Medvedev foi presa fácil no começo do terceiro set. Djokovic o colocou para os lados e alimentou seus erros não forçados e assim chegou a 3/0 e 4/1. Só então o russo voltou a equilibrar mais os games, ainda que raramente tenha trabalhado bem com o primeiro saque, mas ainda assim voltou a ser quebrado no final diante de um Djokovic agressivo.

A estatística mostrou que Djokovic trabalhou com 67% do primeiro saque, com três aces, enquanto Medvedev acertou 64% e fez seis aces. Grande diferença nos pontos vencidos com o segundo saque: 58% a 32%. O russo ainda fez mais winners (24 a 20), mas errou muito (30 a 17).

Acaba a invencibilidade
Medvedev perde assim a série de 20 partidas invictas, ao longo da qual superou 12 adversários top 10. Ele não era superado desde outubro do ano passado. Também sofre sua quinta derrota para Djokovic em oito duelos e a segunda em nível Grand Slam. A anterior também foi no Australian Open, nas oitavas de 2019.

Mas poderá comemorar o mais alto ranking de sua carreira. Ele aparecerá no terceiro posto nesta segunda-feira, superando o austríaco Dominic Thiem.

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