Roma (Itália) - Concentrada totalmente para sua tarefa em quadra, a polonesa Iga Swiatek garantiu que não se deu conta que havia obtido um duplo 6/0 sobre a tcheca Karolina Pliskova, a chamada 'bicicleta', até ser alertada por seu treinador após a partida.
"Quando ele me falou que havia sido 6/0 e 6/0, eu reagi: é sério? Não é um engano?", contou ela na entrevista oficial. "Sempre que tinha uma chance de quebra e conseguia, eu dizia a mim mesma que era apenas o começo do jogo e nem percebi que o primeiro set foi tão rápido. Acho que a chave foi mesmo não pensar no que estava acontecendo, apenas jogar. Se você fica olhando muito o placar, pode perder o foco e destruir sua atitude".
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— wta (@WTA) May 16, 2021
Swiatek perdeu apenas 13 pontos na partida, sendo quatro deles no set inicial. Esta foi a primeira 'bicicleta' em final de torneios de nível 1000 ou superior desde 1988, quando Steffi Graf não perdeu games diante de Natasha Zvereva em Roland Garros. Com apenas 46 minutos, é a mais curta final de WTA desde Istambul em 2009, que durou 42. Curiosamente, o jogo de placar mais amplo de Swiatek como profissional havia sido sobre a irmã de Pliskova, Kristyna, por 6/0 e 6/1.
"Senti no começo que ela estava um pouco nervosa", avaliou. "Tentei usar isso o máximo que pude". A rigor, Pliskova só teve duas chances de vencer um game, quando teve dois break-points no terceiro game do segundo set ou sacou duas vezes com vantagem no sexto.
A polonesa de 19 anos, que entrará no top 10 nesta segunda-feira pouco antes de defender seu título em Roland Garros, imagina ter feito dois torneios distintos: o primeiro até ficar dois match-points da derrota para Barbora Krejcikova, e outro a partir disso. "Meu começo foi difícil, não achei que fosse longe. Aos poucos fui melhorando e minha equipe me dizia para não me preocupar, que não deveria ter medo. Joguei então duas vezes no sábado e, ao invés de ficar cansada, ganhei um grande ritmo e muita confiança".
A vice-campeã não achou desculpas. "Ela realmente tornou tudo muito difícil para mim", afirmou Pliskova, que só havia sofrido outra derrota desse tipo aos 17 anos, em torneio de nível ITF. "Iga teve um dia espetacular e eu, um péssimo. Essa combinação foi desastrosa". Pliskova ganhou Roma em 2019 e foi finalista no ano passado. "Suas bolas estavam muito rápidas, cheias de spin e muito bem direcionadas".