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Murray tira forças da torcida e vira batalha de 5 sets
30/06/2021 às 18h32

Mais uma vez, a conexão entre Murray e os torcedores na Quadra Central fez a diferença

Foto: Simon Bruty/AELTC

Londres (Inglaterra) - A química entre Andy Murray e a torcida britânica na Quadra Central de Wimbledon fez a diferença mais uma vez nesta quarta-feira, quando o bicampeão venceu seu segundo jogo no torneio. Murray correu riscos diante do alemão Oscar Otte, 151º do ranking e vindo do qualificatório, mas a energia do público deu forças ao anfitrião, que conseguiu virar uma batalha de cinco sets, com parciais de 6/3, 4/6, 4/6, 6/4 e 6/2 em 3h50 de partida.

Vencedor das edições de 2013 e 2016 do Grand Slam londrino, Murray vinha de outra batalha na primeira rodada, em que venceu o georgiano Nikoloz Basilashvili (28º do ranking) após quatro sets e 3h32 de disputa. A vitória na estreia foi sua primeira no torneio desde a campanha até as quartas de final de 2017, quando as lesões no quadril do britânico começavam a se manifestar de forma mais séria. O ex-número 1 do mundo chegou a anunciar a aposentadoria das quadras, mas conseguiu voltar a jogar depois de duas cirurgias. Atualmente com 34 anos, ele ocupa apenas o 118º lugar do ranking.

Apesar de ter confiança de que pode atuar em alto nível no circuito, motivado também por seu bom desempenho nos treinos, Murray disputou poucos torneios na atual temporada. Ele não conseguiu ir à Austrália por ter sido diagnosticado com Covid-19 às vésperas de viajar, e também sofreu com uma lesão na virilha pouco antes do Masters 1000 de Miami. O problema físico também limitou sua temporada de saibro a apenas a chave de duplas em Roma. Aliás, o britânico deu um susto nesta quarta-feira ao sofrer uma queda em quadra no terceiro set e mostrar um desconforto novamente no mesmo local da lesão.

O próximo jogo de Murray em Wimbledon será contra o canadense Denis Shapovalov, jovem de 22 anos e número 12 do mundo, que nem precisou entrar em quadra nesta quarta-feira. O canadense foi beneficiado pela desistência do espanhol Pablo Andújar, por lesão nas costelas. O britânico jamais enfrentou Shapovalov pelo circuito profissional, enquanto o canhoto canadense já faz o melhor resultado da carreira em Wimbledon.

Início indicava vitória tranquila para o britânico
O início de partida indicava que Murray poderia vencer de forma mais tranquila do que em sua partida de estreia. Apesar de Otte ter disparado seis aces durante o primeiro set, Murray conseguiu criar cinco break-points e aproveitou duas chances de quebra. Além disso, ele não teve o serviço ameaçado e só cometeu três erros não-forçados na parcial.

O britânico também foi o primeiro a quebrar no segundo set e abriu 3/1, mas depois viveu seu pior momento na partida. Otte raramente precisava fazer winners para reagir no jogo, contando com uma sequência pouco inspirada do jogador da casa. Um erro de smash muito fácil simbolizou a queda de rendimento do ex-número 1 durante o segundo set. O alemão buscou o empate por 3/3 e fez um ótimo game de saque para virar o placar, o que lhe deu confiança para voltar a quebrar o serviço do britânico e vencer quatro games seguidos na reta final do set.

Em um terceiro set nervoso e com domínio dos sacadores, Otte não enfrentou break-points, apesar de ter encarado um longo game para fazer 3/3. Logo depois, Murray fez um game de saque muito ruim e cometeu três erros, que lhe custaram a única quebra de toda a parcial. O britânico já sinalizava a frustração com a falta de opções no serviço de seu adversário, mas seguia contando com muito apoio das arquibancadas.

Jogo paralisado para fechamento do teto no 4º set

O jogo foi paralisado por 15 minutos com o quarto set empatado por 2/2, para o fechamento do teto e acionamento da iluminação artificial. Murray foi muito aplaudido, tanto na saída quanto na volta ao estádio. Com as condições da quadra um pouco mais rápidas, Murray mostrou rápida adaptação e venceu três games seguidos, com 12 pontos em 15 possíveis. A torcida foi ao delírio e passou a empurrar o britânico rumo à virada. Ele foi quebrado quando sacava para o set e vencia por 5/3, mas definiu a parcial no game seguinte.

Já no quinto set, a química entre Murray e a torcida era total e a árbitra de cadeira até precisava controlar os ânimos do público. Apesar de não ter enfrentado break-points, o britânico encarou dois games muito longos em seu saque e escapou com mostras de seu melhor tênis, especialmente os característicos lobs e um grande jogo junto à rede. Quando já vencia por 5/2, deu mais um esforço e brindou a torcida com pontos fantásticos para chegar à vitória.

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