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Diário de Tóquio: Osaka é a rainha olímpica japonesa
25/07/2021 às 17h20
Felipe Priante
De Tóquio, especial para TenisBrasil

Não há no momento um atleta japonês que chegue perto do tamanho que Naomi Osaka alcançou. Ela é a estrela da casa e não por acaso foi a incumbida de acender a pira na cerimônia de abertura. Dois dias depois, a tenista de apenas 23 anos, mas que já tem quatro Grand Slam no currículo e o número 1 do mundo, fez sua estreia nos Jogos e confirmou o favoritismo.

Mesmo em um jogo disputado sem torcida, Osaka impede que as arquibancadas fiquem vazias e leva mais de 100 pessoas envolvidas com a competição (imprensa, organizadores, tenistas e comissões técnicas) a acompanhá-la em quadra. O holofote é tão grande e tão aceso sobre a japonesa que ela é o assunto de muitas das conversas na sala de imprensa.

Todo mundo quer saber mais e estar mais perto de Naomi, mesmo que em Roland Garros ela tenha criado uma pequena ruptura ao anunciar que não iria dar entrevistas coletivas antes de desistir de vez do torneio. Em casa, ela não fugiu de falar com os jornalistas após sua estreia nos Jogos de Tóquio, mas passou brevemente por lá, respondendo apenas seis perguntas para um amontoado de jornalistas ansiosos para ouvi-la.

Foram quatro respostas em inglês, sendo duas para agências de notícias e mais duas para a imprensa em geral, e depois mais duas em japonês. As respostas foram suficientemente desenvolvidas, sem se alongar muito e também sem ser sucinta demais.

Gostem ou não, Osaka é o futuro do tênis e a cada dia que passa vai consolidando seu status. Não é para qualquer um acender a pira olímpica com tão pouca idade e nenhuma história nos Jogos, tampouco ser a atleta feminina mais bem paga do mundo. Isso sem falar nas bandeiras que ela carrega consigo e na forma como representa toda uma nova geração.

Não é só de Osaka que vive o tênis japonês

A maior estrela da atualidade não reina sozinha no tênis japonês e tem uma corte de peso a seu lado nos Jogos Olímpicos, contando com Kei Nishikori, medalhista de bronze nos Jogos do Rio, e a dupla de Ena Shibahara com Suko Ayoama, que também estiveram em ação neste domingo. O primeiro conseguiu uma grande vitória e tirou nada menos que o russo Andrey Rublev, já as cabeças de chave 2 acabaram eliminadas na estreia pelas suíças Belinda Bencic e Viktorija Golubic.

Nishikori também foi disputado na zona mista após a estreia e contou que não estava muito confiante antes de iniciar sua caminhada no torneio. Agora ele é o único medalhista no Rio 2016 ainda com chances em Tóquio, uma vez que o argentino Juan Martin del Potro sequer viajou para competir e o britânico Andy Murray desistiu da chave de simples.

A dupla feminina também teve seu momento, ainda que sem o mesmo holofote. Elas falaram apenas com a imprensa local e tudo o que meu parco japonês conseguiu captar foi o choro de Shibahara emocionada ao mencionar seu pai e sua mãe (as duas únicas palavras que consegui entender).

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