Nova York (EUA) - A primeira semana de disputas do US Open foi marcada por jogos muito equilibrados e algumas reviravoltas. A chave masculina teve 33 jogos definidos no quinto set e dez viradas a favor de jogadores que começaram perdendo por 2 a 0. Para o norte-americano Frances Tiafoe, 50º do ranking e que chegou até às oitavas em Nova York, um dos motivos é a ausência de campeões históricos do torneio, como Roger Federer e Rafael Nadal, que fez com que um número maior de tenistas passassem a acreditar mais em suas chances. O próprio Tiafoe chegou a vencer um top 10, o número 7 do mundo Andrey Rublev na terceira rodada.
"Acho que há vários motivos. Você não tem Roger, nem Rafa. E os caras aqui estão com fome. Eles pensam que o torneio está aberto e que precisam aproveitar. O nível de tênis é alto. Qualquer um pode vencer qualquer um. Olha, eu sou 50 do mundo e estou ganhando desses caras. A gente tem alguns jogadores que vieram do quali agora nas oitavas. Todo mundo está bem. Se você não aparecer para jogar bem, pode perder para qualquer um", disse Tiafoe, após a derrota nas oitavas para o canadense Felix Auger-Aliassime, 15º do ranking, no último domingo, por 4/6, 6/2, 7/6 (8-6) e 6/4.
"Eu definitivamente acho que os caras estão se esforçando ainda mais, porque não tem o Roger e nem o Rafa. Eu realmente acredito nisso. Vejo caras espumando pela boca. É bem divertido o clima do vestiário. Você tem o [Andreas] Seppi, com 37 anos jogando um tiebreak do quinto set até 15-13. Isso é uma loucura. Esse é seu 19º US Open, e ele está se entregando muito. Ele provavelmente não faria isso se fosse jogar contra o Rafa numa segunda rodada. É surreal", complementou o norte-americano de 23 anos.
Algoz de Tiafoe na sessão noturna do Arthur Ashe Stadium, Aliassime pensa da mesma forma. "Vim para este US Open sabendo que seria intenso e haveria muita coisa em jogo. Por um lado, temos Novak tentando fazer história, mas também temos caras que já que disputaram finais de Grand Slam e perderam, como Medvedev, Zverev, Tsitsipas. Mas todos esses caras que estão realmente famintos, assim como eu, para entrar em um grande palco e ganhar este tipo de torneio".
"Eu sinto isso, e ao mesmo tempo, todos os adversários agora são difíceis de derrotar. Todo mundo joga bem. Frances não era cabeça de chave aqui e ele merecia estar muito melhor no ranking. Ele joga bem. Todas as minhas partidas foram duras, desde a primeira rodada. Com certeza, acho que eu e todos os outros jovens jogadores estamos ansiosos para fazer mais e tomar o lugar dos outros", complementou o canadense, que enfrenta nas quartas de final o espanhol de 18 anos Carlos Alcaraz, 55º do ranking, em busca de uma inédita semifinal de Grand Slam.
