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Medvedev: 'Passei meia hora só discutindo a tática'
12/09/2021 às 23h05

Russo conta que a discussão sobre a estratégia para enfrentar Djokovic foi mais longa que o habitual

Foto: Garrett Ellwood/USTA

Nova York (EUA) - Único jogador a derrotar Novak Djokovic em um Grand Slam nesta temporada, Daniil Medvedev destacou o plano tático que traçou com o treinador Gilles Cervara antes de disputar a final do US Open. O número 2 do mundo disse que a discussão sobre qual seria a melhor estratégia para enfrentar o sérvio foi mais longa que o habitual e deu resultado. O russo marcou um triplo 6/4 neste domingo e impediu que Djokovic conquistasse seu 21º título de Grand Slam e terminasse o ano vencendo todos os quatro principais torneios do tênis mundial.

"Em primeiro lugar, sempre conversamos sobre táticas antes do jogo com o meu treinador no dia anterior. Normalmente leva cinco ou dez minutos, algumas pequenas coisas. Provavelmente onde vou sacar e o que vou fazer durante os pontos", disse Medvedev na entrevista coletiva. "Mas quando é contra Novak, leva cerca de 30 minutos. Por que? Porque a gente já jogou, umas sete partidas antes dessa, talvez até mais. E cada partida foi diferente. Ele é tão bom que cada partida é diferente. Ele muda suas táticas".

Esta foi a quarta vitória de Medvedev em nove jogos contra Djokovic no circuito e o russo devolveu a derrota sofrida na final do Australian Open, também por 3 sets a 0. "O que havia de diferente em relação ao Australian Open é que eu tinha, sim, um plano claro em minha mente sobre o que fazer naquele momento. Claro que dependeria muito dele porque às vezes você tem que ser agressivo e às vezes tem que ficar na defensiva. Eu tinha um plano claro que parecia funcionar".

"Ele estava no seu melhor? Talvez não hoje. Ele tinha muita pressão. Eu sabia que não poderia dar saques fáceis porque é disso que ele gosta. Então esse era o plano. Por causa da confiança em muitos momentos difíceis, consegui fazer isso bem", explicou o jogador de 25 anos, que conquistou seu primeiro Grand Slam neste domingo. Durante a campanha em Nova York, o russo cedeu apenas um set, para o holandês Botic Van de Zandschulp nas quartas de final.

"Eu o venci uma vez em sets diretos no ATP Finals, em Londres. E acho que o tênis é um esporte tão brutal, onde não há espaço para erros quando você está jogando contra os caras top. Aquele jogo foi estranho, foi fácil. Talvez ele tenha tido um dia ruim. Se falarmos sobre a Austrália, eu definitivamente não joguei meu melhor lá. Mas, novamente, provavelmente as pessoas dirão: Bem, o Novak destruiu, tanto faz. Tudo é uma questão de pequenos detalhes. Novamente, ele não estava no seu melhor. Nós já o vimos jogando melhor. A questão é, se ele fosse, eu seria capaz de lidar com ele? Nunca podemos saber agora. Estou muito feliz por ter vencido (sorrindo)".

O russo foi perguntado se o fato de ter conquistado seu primeiro Grand Slam vencendo o número 1 do mundo tem sabor especial. "Sinto muito pelo Novak porque não consigo imaginar o que ele estava sentindo. Eu não conheço esse sentimento. Quero dizer, um Grand Slam é um Grand Slam. Se eu tivesse vencido o Botic na final, provavelmente ficaria feliz do mesmo jeito. Mas pensando na confiança e no futuro da minha carreira, sabendo que venci alguém que tinha 27 a 0 nos Grand Slam este ano e que perdi para ele na Austrália, torna a vitória mais doce e me traz confiança para o que está por vir.

Russo evita pensar na disputa pelo número 1
O número 2 do mundo não pensa tanto na disputa pela liderança do ranking, ciente de que terá muitos pontos a defender na reta final da temporada. "Eu tenho os títulos de Paris e do ATP Finals para defender. Acho que o Novak não tem muito a defender. Acho que, honestamente, é quase impossível. Acho que são 1.400 pontos de diferença. Não sei na corrida se estou muito atrás de Novak. Mas se falarmos de calendário, o que posso mudar? Há Indian Wells, há Masters de Paris, Viena e Finals. Sendo que Viena é na mesma semana de São Petersburgo, que eu provavelmente não vou jogar.

"Vamos torcer para eu ganhar Indian Wells, Paris e o Finals. É um desafio difícil. Estou muito feliz por ganhar um Grand Slam. Vou dar o meu melhor em todos os torneios que jogar e ver o que farei com o calendário. Esse não é meu primeiro objetivo em mente. Mas se eu conseguir fazer isso um dia, ótimo".

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