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Fala do presidente da ATP causa revolta no circuito
19/12/2021 às 10h56

Londres (Inglaterra) - Atual presidente da ATP, o italiano Andrea Gaudenzi polemizou com uma fala sua em entrevista ao Financial Times, na qual afirmou faltar sustentabilidade dos escalões inferiores do circuito. Para ele, o circuito challenger serve apenas como uma etapa a ser superada para chegar aos ATP e nunca será sustentável.

“No circuito challenger você deve conseguir cobrir perdas e pagar suas despesas, mas tem que estar ciente que é algo como uma universidade, é um investimento. A partir daí você escala e entra no circuito profissional, onde você tem um emprego. Acredito que nunca será possível fazer um circuito sustentável nesses níveis”, afirmou o presidente da ATP.

“Simplesmente porque falta o interesse dos torcedores e o comprometimento dos patrocinadores, a receita dos ingressos e as festas que pagam pelos seus direitos”, complementou Gaudenzi, que abriu espaço para uma série de críticas de diversos jogadores.

Um dos idealizadores da Professional Tennis Players Association (PTPA), o canadnese Vasek Pospisil não poupou Gaudenzi. “É incrível que o líder do ATP seja ignorante. Uma indústria multimilionária como a da ATP é liderada por um um homem que pensa que só os dez melhores jogadores do mundo podem ganhar a vida. É o que acontece quando se monopoliza totalmente este esporte”, disparou.

Atual 341 do mundo em simples e 134 nas duplas, Dustin Brown foi outro que se revoltou. “Como o circuito do challenger pode ser sustentável se nosso presidente fala dessa forma? Muitos caras que jogam challengers toda semana nem conseguem cobrir suas perdas. O circuito está cada vez mais competitivo ano após ano e Gaudenzi joga seu produto no chão desta forma. Onde está (Chris) Kermode?”, indagou o alemão, lembrando do antigo presidente da ATP.

Paul McNamee, que já foi número 1 do mundo em duplas e ex-chefe do Australian Open, garantiu que os comentários de Gaudenzi sobre o circuito challenger são desrespeitosos com jogadores de alta qualidade que não têm outra saída. “Talvez eles sejam motivados pelo fato de que ele está tão focado em estender a duração do Masters 1000 em duas semanas, o que reduzirá ainda mais o número de torneios no circuito”.

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