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Barty fala com orgulho de sua herança indígena
17/01/2022 às 14h34

Barty é bastante envolvida em projetos que levam educação e esporte aos povos indígenas

Foto: Tennis Australia

Melbourne (Austrália) - Jogar em casa é sempre uma ocasião especial para Ashleigh Barty, que lidera o ranking mundial e segue em busca de um título inédito no Australian Open. Ela venceu com tranquilidade sua partida de estreia em Melbourne e ainda em quadra falou sobre a forte ligação que tem sua terra natal. Barty tem ascendência aborígene do povo Ngarigo e, fora das quadras, é bastante atuante em projetos que visam levar o tênis e educação aos povos indígenas do país.

"Sou uma mulher Ngarigo orgulhosa e uma mulher indígena muito orgulhosa. Eu amo a minha herança e amo celebrar minhas origens. Isso me conecta com a minha terra e com muitas pessoas, dos povos originários de toda a Austrália", comentou Barty, na entrevista em quadra, acenando para os fãs que carregavam a bandeira aborígene.

Pouco depois, diante dos jornalistas na entrevista coletiva, a número 1 do mundo explicou um pouco mais sobre suas origens. "É emocionante poder celebrar minha cultura e celebrar os povos indígenas desta terra. Acho que é uma maneira brilhante de reunir a comunidade, não apenas no esporte, mas nas artes, na educação e em tantas facetas diferentes da nossa família. Acho que vai ser um dia muito especial".

Uma celebração aos povos originários está prevista para o dia 26 de janeiro, data nacional na Austrália. "Eu tentarei me envolver se puder, ficarei de olho nisso. Vai ser uma celebração fantástica da cultura indígena e dos povos originários. Mal posso esperar para ver como vai ser comemorado, porque acho que será um belo dia".

Interesse pela genealogia surgiu na infância

Barty comenta que o interesse pela genealogia de sua família surgiu quando ela ainda era criança. "Lembro que foi minha irmã mais velha, Sara, quem começou a curiosidade. E a minha outra irmã, Ali. E nós três queríamos aprender sobre nossa árvore genealógica. Sara teria devia ter uns 10 ou 11 e eu tinha uns 6 ou 7. Foi por volta daquela idade em que Sara estava começando a aprender e entender que tínhamos essa conexão realmente especial com a nossa terra".

"Então, papai nos colocou no chão e meio que analisamos nossa árvore genealógica e acho que foi incrível para nós perceber e entender o quão conectados estamos com esta terra australiana. Acho que a partir desse ponto, nós três adoramos o fato de nos sentirmos realmente especiais e termos essa herança incrível e uma conexão com tantas pessoas importantes de nossa nação. Acho que foi um aprendizado muito legal para todas nós", explica a tenista de 25 anos.

Boa vitória na estreia e adaptação às condições

A respeito da vitória por 6/0 e 6/1 sobre a ucraniana Lesia Tsurenko, Barty comemorou o bom desempenho e acredita que estava bem adaptada às condições. "Fiz um bom jogo e fui sólida esta noite. Sinto que fiz um bom trabalho desde o início da partida, cuidando bem de alguns games jogos de serviço por causa do vento e sendo capaz de usar isso efetivamente a meu favor. Então, acho que, no geral, eu fui bastante sólido esta noite".

Por muito pouco, a australiana não aplicou um duplo 6/0, já que ela venceu os 11 primeiros games da partida. "Naquele momento estava pensando apenas no próximo ponto. Obviamente, eu estava tentando fazer as coisas certas. Eu não estava pensando no placar no sentido de colocar qualquer valor extra em determinados pontos só porque é match-point ou algo assim. Eu tentei permanecer focada no processo, tanto quanto posso".

A australiana sempre se sente muito honrada quando é escalada para atuar na Rod Laver Arena no primeiro dia do torneio, como tem sido frequente nas últimas temporadas. Ela enfrenta a italiana Lucia Bronzetti na próxima fase. "Há sempre algo especial em jogar em uma noite de segunda-feira no Australian Open. Acho que estar aqui e poder aproveitar esse momento, independentemente de quantas vezes já fiz isso antes, é o que me ajuda a ter o máximo de alegria com isso. A minha é o reflexo das pessoas que estão ao meu redor. Tenho muita sorte de ter essas pessoas por perto para me ajudar a encontrar uma perspectiva melhor na vida".

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