Melbourne (Austrália) - Depois de vencer dois jogos pela chave de duplas do Australian Open e de garantir seu lugar nas oitavas de final da competição, Beatriz Haddad Maia tem chance de conseguir um feito ainda maior. Caso conquiste mais uma vitória, ela terá o melhor resultado de uma brasileira na Austrália em toda a Era Aberta do tênis. Além disso, pode garantir a melhor campanha das mulheres do país no torneio desde a lendária Maria Esther Bueno.
Bia e a cazaque Anna Danilina entram em quadra às 21h (de Brasília) deste sábado para enfrentar a espanhola Aliona Bolsova e a norueguesa Ulrikke Eikeri pelas oitavas de final do torneio.
Apesar de priorizar o circuito de simples, em que é a número 1 do Brasil e 83ª do mundo, Bia chega bastante motivada para para a disputa de duplas em Melbourne. Na semana passada, ela e Danilina venceram o WTA 500 de Sydney, e com isso a paulista de 25 anos saltou para o 150º lugar no ranking da modalidade. A parceria foi mantida para o Australian Open, vencendo na estreia a húngara Anna Bondar e a georgiana Oksana Kalashnikova. Já na segunda rodada, passaram pelas tchecas Tereza Martincova e Martketa Vondrousova.
Bia já iguala campanhas de Stefani e Cláudia Monteiro
Ao atingir as oitavas de final de duplas no Australian Open, Bia já igualou as melhores campanhas do tênis feminino brasileiro na Era Aberta, já que Cláudia Monteiro disputou esta fase em 1982, com a australiana Susan Leo, e 1983, junto da sul-africana Yvonne Vermaak. E recentemente, Luísa Stefani chegou às oitavas em 2020 e 2021 ao lado da norte-americana Hayley Carter.
Poucas brasileiras disputaram o torneio na história
Maior vencedora da história do tênis brasileiro, Maria Esther Bueno tem um título de duplas na Austrália ao lado de Christine Truman, em 1960. Naquele ano, ela venceu todos os quatro torneios do Grand Slam nas duplas. Também na Austrália, Maria Esther tem um vice-campeonato de simples e uma semifinal de duplas, ambos alcançados em 1965.
Historicamente, poucas mulheres brasileiras conseguiram jogar na Austrália, especialmente por conta da longa distância e os altos custos de viagem. Jogadoras como Andrea Vieira, Patrícia Medrado e Niege Dias, que tiveram presença constante em outros Grand Slam na década de 1980 e início dos anos 90, nunca conseguiram disputar a chave principal do Australian Open. Na temporada de 1990, Themis Zambrzycki jogou a chave de duplas e caiu na estreia.
Entre outras participações recentes, além das de Bia e Stefani, a catarinense Maria Fernanda Alves parou na estreia de duplas em 2005, enquanto a pernambucana Teliana Pereira parou nas primeiras rodadas de simples e duplas em 2014 e 2016.
