Melbourne (Austrália) - As vitórias inéditas em Grand Slam de duas jogadoras juvenis do Quênia e do Irã não passaram despercebidas por Ashleigh Barty. A número 1 do mundo celebrou o surgimento de tenistas vindas de países com pouca tradição no esporte e espera que o sucesso dessas jovens atletas tenha um impacto positivo em suas comunidades.
"O crescimento do tênis feminino é excepcional. Foram muitas jogadoras que inspiraram outras a pegar uma raquete ou ousaram sonhar. Uma das que vem à mente imediatamente é Ons [Jabeur, tunisiana], pela maneira como ela conseguiu inspirar uma nação".
"Conheço a Ons há muito tempo e ela foi uma loba solitária por muito tempo no circuito. Agora, há mais pessoas e mais jogadores no masculino e feminino, mais meninas e meninos chegando. Entendendo que está tudo bem ousar sonhar e correr atrás do sonho e tentar", disse Barty, em entrevista coletiva na última terça-feira.
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"Acho que o alcance que o tênis feminino está se espalhando pelo mundo é incrível. E com esse crescimento, vamos começar a ver nos próximos cinco ou dez anos de jogadoras de países onde talvez o tênis não seja um esporte tão comum. Pode ser lento no início, podem ser apenas uma ou duas jogadoras aqui e ali, mas o crescimento está lá e as bases estão estabelecidas. Acho que isso é muito empolgante para o tênis feminino", acrescentou a vencedora de dois Grand Slam.
"Eu sei que muitas jogadoras que estão agora no circuito estão muito orgulhosas de representar isso e fazer parte disso, porque é uma mudança muito legal e uma maneira legal de integrar o jogo em tantos países diferentes ao redor do mundo", complementou a australiana de 25 anos e que enfrenta a norte-americana Madison Keys na semifinal em Melbourne. A partida acontece às 5h30 (de Brasília) desta quinta e a número 1 do mundo tenta ser a primeira australiana na final desde Wendy Turnbull em 1980. Ela lidera o histórico com Keys por 2 a 1.
Iraniana parou na segunda rodada, queniana chegou às oitavas
HISTORY FOR KENYA 🇰🇪
— #AusOpen (@AustralianOpen) January 25, 2022
Junior player Angella Okotuyi is the first Kenyan woman to reach the third round in singles of any event at a Grand Slam 👏 #AusOpen · #AO2022 pic.twitter.com/wWz9JYa7TC
No último domingo, a queniana Angella Okutoyi e a iraniana Meshkatolzahra Safi tornaram-se as primeiras tenistas de seus países a vencerem partidas de Grand Slam no mundial circuito juvenil. A iraniana venceu a australiana Anja Nayar por 6/4 e 6/3, enquanto a queniana superou a italiana Federica Urgesi por 6/4, 6/7 (5-7) e 6/3.
Safi acabou parando na segunda rodada, superada pela belga Sofia Costoulas por 6/0 e 6/2. A iraniana também teve a oportunidade de conhecer seu ídolo Rafael Nadal em Melbourne. A campanha de Okutoyi foi ainda mais expressiva. Ao superar também a australiana Zara Larke por 7/6 (7-0), 5/7 e 6/1, ela se tornou a primeira tenista queniana a atingir a terceira de um Grand Slam em qualquer nível de competição. Sua campanha em Melbourne só terminou nas oitavas, em que ela foi superada pela sérvia Lola Radivojevic por 6/2 e 6/3.
“I remember the day I was watching TV with my mother and we were watching Rafael Nadal, and we were so curious to see if there is any court in Iran that we could go to just try”
— Rafa Nadal Academy by Movistar (@rnadalacademy) January 24, 2022
Yesterday Meshkatolzahra Safi became the first Iranian 🇮🇷 player to win a Grand Slam Juniors match👏🏻 pic.twitter.com/pWHiGKHmmD