Melbourne (Austrália) - Depois de passar por problemas físicos no final da temporada passada, que o tiraram de ação das últimas semanas de 2021 e até comprometeram sua pré-temporada, o espanhol Rafael Nadal chegou desacreditado para a disputa deste Australian Open. Ele mesmo chegou a duvidar se seria capaz novamente de conseguir brigar por grandes conquistas no circuito, só que mais uma vez se superou e está na final em Melbourne.

“Há alguns meses não imaginava ter outra oportunidade e, tendo chegado a este ponto, estou animado para vencer, isso é claro. O que vivi ultimamente me faz encarar as coisas de uma perspectiva diferente, mas com a mesma competitividade que está no meu DNA. Ganhar 21 Grand Slams ou 20 não é uma grande diferença”, afirmou o canhoto de Mallorca.

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Bem perto de poder bater o recorde de Slam, ele reforça que a principal alegria é conseguir se divertir e jogar bem ao mesmo tempo. “Se eu ganhar o título, terei muita alegria por um tempo, mas a verdadeira felicidade para mim é ser competitivo novamente e me divertindo com o tênis. O que me faz feliz na vida é ter a oportunidade de fazer o que gosto e é isso que realmente importante para mim”, conta Nadal.

“Teve dias em que consegui treinar só por 20 minutos, outros 45 e muitos outros em que não consegui nem entrar em quadra. Não vou dizer que mereço esse prêmio, mas acho que trabalhei muito, consegui manter um espírito construtivo e muito positivo que foi fundamental para me dar a oportunidade de voltar. Significa muito estar na final deste torneio, não posso colocar em palavras o que eu sinto”, falou o espanhol.

“Recentemente eu estava conversando com minha equipe e família sobre a possibilidade de me despedir. Quando as coisas são fáceis, elas não têm o mesmo valor. Então agora eu gosto mais do que nunca porque várias vezes eu estive perto de não conseguir algo assim novamente", complementou o ex-número 1 do mundo, que festejou a vitória por 3 sets a 1 na semi contra o italiano Matteo Berrettini.

Nadal disse estar muito feliz por conseguir jogar em alto nível contra um dos melhores do mundo e destacou a experiência. “Acho que nos dois primeiros sets fui ótimo e depois consegui fazer uma leitura positiva da partida. A experiência me ajudou a ler cada ponto contra alguém do nível de Matteo, eu sabia que haveria momentos complicados”, observou o canhoto de Mallorca.

“Joguei várias partidas nas últimas semanas e sinto que voltaram aqueles automatismos que me permitem interpretar o que devo fazer em determinados momentos. Sabia que era fundamental abrir e largar na frente no placar, então soube resistir quando ele subiu de nível e eu fiz alguma mudança no quarto set, mudando minha posição ao devolver”, acrescentou Rafa.