Notícias | Dia a dia
Para Moyá, Nadal pode ganhar até 25 Grand Slam
14/02/2022 às 13h53

Madri (Espanha) - A excepcional campanha no Australian Open, a virada incrível na final contra Daniil Medvedev e o recorde de troféus de Grand Slam do tênis masculino continuam a ser assunto obrigatório do circuito e principalmente na Espanha. Entrevistado pelo site Punto de Break no final de semana, o técnico Carlos Moyá mostrou sua visão do momento e das façanhas e fez até previsões.

"Se você pensar friamente, é impressionante chegar a 21 Grand Slam", afirmou o ex-número 1. "O que posso garantir é que não falamos disso em nenhum momento durante a campanha na Austrália, ainda que estivesse no horizonte. Isso só geraria mais pressão. Tentamos não alimentar esse debate. Ele sempre está satisfeito com o que tem e será feliz do mesmo jeito se continuar com 21 e (Novak) Djokovic somar 25. Não é bom ficar obsessivo, mas sim se motivar.

Instigado a dar um número de títulos que Nadal poderá atingir ao final da carreira, ele acha que 24 ou 25 seria uma possibilidade caso ele consiga se manter saudável e criar oportunidades. Mas novamente evitou comparações com Djokovic ou Roger Federer. "O fato é que, enquanto estiverem todos em atividade, não há muito sentido essa discussão".

O treinador falou também sobre o bicampeonato em Melbourne. "Impossível não admirar o que Rafa conseguiu. Tão impressionante quanto a vitória foi a maneira como conseguiu superar a adversidade e mudou taticamente a partida. Superou fisicamente um dos jogadores de melhor forma no circuito, com 10 anos a menos. É um resultado para se sentir orgulhoso, mas sempre há coisas para melhorar".

Ele revelou que Nadal sabia que disputar o ATP 250 de Melbourne na semana anterior era arriscado e que esteve muito perto de desistir. "Rafa estava ciente de que poderia não se sair bem, mas foi valente. Deu certo. Treinou bem e as condições da quadra agradaram". Para Moyá, seu pupilo sabe ler muito bem o que acontece na quadra. "Ele é um dos jogadores mais inteligentes, o que mais se adapta a um plano B ou C. Diria que tem todo o abecedário".

Moyá foi integrado ao time de Nadal há mais de cinco anos e diz que sua filosofia de então já era um trabalho de médio a longo prazos. "Ele tinha então 30 anos e meio e eu acreditava que uma série de aspectos poderia melhorar sua longevidade. Ele estava muito motivado, com vontade de voltar a ganhar Slam. Eu sabia onde havia espaço para evoluir e desde o Australian Open de 2017 as coisas se encaixaram. Não havia saída. Para prolongar a carreira, tinha de tomar decisões. Então o mérito é todo dele por estar sempre aberto a mudanças. Muitos não sabem da qualidade que ele tem. Qualquer coisa que se propõe, ele faz".

Comentários