Notícias | Dia a dia
Djokovic abre mão de mais torneios que exigem vacina
15/02/2022 às 08h46

Djokovic diz que a ausência em torneios é um preço que está disposto a pagar

Foto: Arquivo

Londres (Inglaterra) - Em sua primeira entrevista desde a deportação da Austrália, Novak Djokovic afirmou que deve abrir mão de disputar torneios que exijam o comprovante de vacinação. A regra vai valer no Masters 1000 de Indian Wells, em março, e as autoridades francesas já anunciaram de antemão que isso também irá se aplicar em Roland Garros. O número 1 do mundo diz que ainda não está vacinado, e que isso pode mudar no futuro, mas rejeita o rótulo de ser uma pessoa "antivacina".  

"Nunca fui contra a vacinação", disse Djokovic à BBC, confirmando que tomou vacinas quando criança, "mas sempre apoiei a liberdade de escolher o que você coloca em seu corpo. Os princípios de tomada de decisão sobre meu corpo são mais importantes do que qualquer título ou qualquer outra coisa. Esse é o preço que estou disposto a pagar".

Djokovic disse que "sempre foi um grande estudante de bem-estar, saúde e nutrição", e que sua decisão foi parcialmente influenciada pelo impacto positivo que fatores como a mudança de sua dieta e seus padrões de sono tiveram em suas habilidades como um atleta.

Ele disse que estava "mantendo a mente aberta" sobre a possibilidade de ser vacinado no futuro, "porque estamos todos tentando encontrar coletivamente a melhor solução possível para acabar com a Covid". "Eu nunca fui contra a vacinação. Entendo que, globalmente, todos estão tentando fazer um grande esforço para lidar com esse vírus e ver, espero, um fim em breve para esse vírus".

Djokovic nega que pegou Covid propositalmente
O sérvio também comenta sobre as ilações de que ele pegou Covid-19 propositalmente em meados de dezembro, a fim de conseguir uma isenção médica para jogar na Austrália sem apresentar o comprovante de vacinação. "Eu entendo que há muitas críticas e entendo que as pessoas apresentem teorias diferentes sobre a sorte que tive ou o quão conveniente é".

"Mas ninguém tem a sorte e a conveniência de pegar o Covid. Milhões de pessoas têm e ainda estão lutando contra a Covid em todo o mundo. Eu realmente não gosto que alguém diga que eu tentei ter um exame PCR positivo para eventualmente ir à Austrália", acrescenta o tenista, que teve seu pedido de isenção médica foi feito anonimamente e que foi aceito por dois painéis australianos independentes. No entanto, havia uma declaração de viagem separada, que incluía um erro.

Sérvio contesta posição apresentada por ministro
"O erro na declaração de visto não foi feito deliberadamente", disse Djokovic. "Foi aceito e confirmado pela Justiça Federal e pelo próprio ministro no Ministério da Imigração da Austrália. O que as pessoas provavelmente não sabem é que eu não fui deportado da Austrália porque não fui vacinado, ou quebrei alguma regra ou que cometi um erro na minha declaração de visto. Tudo isso foi aprovado e validado pelo Tribunal Federal da Austrália e pelo Ministro da Imigração".

Djokovic ainda refuta a tese apresentada pela defesa do Ministro da Imigração de que sua presença no país poderia estimular um comportamento antivacina e o descumprimento de normas da pandemia. "A razão pela qual fui deportado da Austrália foi porque o Ministro da Imigração usou seu critério para cancelar meu visto com base em sua percepção de que eu poderia criar algum sentimento antivacina no país ou na cidade, do qual discordo completamente".

Comentários