Kiev (Ucrânia) - Tenista profissional até um mês atrás, quando se aposentou, Sergiy Stakhovsky pegou em armas na Ucrânia para defender seu país. Em entrevista por videochamada à empresa de mídia belga RTL, há dois dias, Stakhovsky, de seu quarto em Kiev, tranquilizou quanto ao seu bem-estar. "Estou bem. Tenho a sensação de que o exército ucraniano também. Só queremos um pequeno favor do mundo... é o fechamento do espaço aéreo sobre o país. É disso que precisamos. Quanto ao resto, estou confiante O exército fará o resto”, disse o ex-nº 31 do mundo.
Quando a guerra estourou, o ucraniano se juntou ao contingente de reservistas. "É uma decisão que nenhum pai deveria tomar. No século 21, em um mundo civilizado como a Europa, isso não deveria acontecer. Deixar meus filhos ou ficar em casa. Ambas as decisões foram ruins. Tomei a decisão que achei boa para mim, mas não para os meus filhos”, comentou.
"Eu saio e tento ajudar o maior número de pessoas que posso. Eu lhes dou comida, bebida. O que for necessário, nós fazemos. Todo mundo ajuda todo mundo. É um sentimento inimaginável fazer parte desta nação que está tentando resistir à Rússia e ajudar uns aos outros", disse.
Nas imagens que ele enviou à RTL, vê-se ruas vazias e os estragos causados pelos bombardeios. "Em termos de números, é difícil. Os russos têm mais veículos armados, foguetes, tudo é superior a nós. A única força que temos, que é superior a eles, é a vontade e o número de pessoas prontas para lutar."
Stakhovsky se recusa a ser considerado um herói. "Gostaria que este país tivesse a chance de viver", disse o ex-tenista, esperançoso em rever sua família – esposa e três filhos - quando tudo acabar.