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Aos 25 anos, número 1 Barty anuncia aposentadoria
22/03/2022 às 23h37

Último torneio que Barty disputou foi o Australian Open e ela conquistou o título em casa

Foto: Arquivo

Brisbane (Austrália) - Numa atitude completamente surpreendente, a número 1 do mundo Ashleigh Barty, de 25 anos, comunicou no início da manhã de quarta-feira na Austrália, noite de terça-feira no horário de Brasília, que decidiu se aposentar do circuito.

Em um vídeo publicado no Instagram, ela afirma: "Estou feliz, estou pronta, e acho que é o momento de deixar o circuito e buscar novos sonhos". Ela pediu para a amiga, ex-profissional e hoje comentarista de TV Casey Dellacqua, ajudá-la nessa difícil missão e gravar um depoimento de seis minutos (veja abaixo).

"Não há forma certa ou errada de fazer isso, apenas é o meu jeito. Estou muito grata por tudo que o tênis fez por mim. Wimbledon era meu sonho e isso mudou minha perspectiva como atleta e como pessoa. Mas ainda não estava totalmente satisfeita. Ganhar o Australian Open completou tudo e me parece a forma certa de comemorar essa incrível jornada".

Questionada sobre o motivo de se aposentar agora, ela respondeu: "Sucesso para mim é saber que estou dando tudo, que estou feliz, e sei o quanto de trabalho isso exige. Mas senti que não tenho mais essa energia. Não tenho mais nada a dar. Sei que muitos não entenderão minha decisão, mas eu como pessoa tenho outras metas que não necessariamente são viajar o mundo, ficar longe de casa e da família. Continuo a amar o tênis".

 
 
 
 
 
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Campeã também de Roland Garros em 2019 e de Wimbledon no ano passado, Barty tem garantidas 121 semanas na liderança do ranking feminino, sendo as últimas 113 consecutivas desde 9 de setembro de 2019. Ela tem o sétimo maior período na liderança do ranking. Recentemente, ela havia anunciado que não iria viajar para os Estados Unidos para competir os WTA 1000 de Indian Wells e de Miami.

Em sua carreira profissional, Barty conquistou 15 títulos de simples no circuito da WTA. Também teve carreira de destaque nas duplas, com doze conquistas e o quinto lugar do ranking. Na modalidade, venceu o US Open de 2018, ao lado da norte-americana Coco Vandeweghe. No ano passado, também conseguiu uma medalha olímpica de bronze nas duplas mistas em Tóquio, junto de John Peers.

Ao longo da carreira, acumulou uma premiação superior a US$ 23,8 milhões, o que faz dela a 14ª jogadora que mais ganhou dinheiro no circuito. É dela também o maior prêmio pago em um único torneio. A australiana recebeu US$ 4,4 milhões pelo título do WTA Finals de 2019 em Shenzhen, na China, um recorde no tênis profissional considerando as premiações entre homens e mulheres.

Barty falou a TenisBrasil em duas oportunidades no ano passado, durante os torneios de Stuttgart e Cincinnati. Na primeira ocasião, comentou sobre a difícil escolha de calendário que a obrigava a viajar por mais de seis meses, sem voltar para casa ou mesmo estabelecer uma base de treinamento por conta do rígido controle da pandemia feito na Austrália. Na atual temporada, já dava sinais de que não repetiria a estratégia.

Já na segunda entrevista, a tenista de ascendência aborígene falou sobre seu trabalho social de fomento ao tênis nas comunidades de nativos australianos. Por diversas vezes, ela expressou orgulho de suas origens e a admiração pela conterrânea Evonne Goolagong. Quando foi campeã de Wimbledon, utilizou um vestido que lembra o modelo utilizado por sua maior inspiração no esporte.

A Associação feminina (WTA) soltou também uma declaração breve em suas redes sociais para desejar um futuro de sucesso à tenista.

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